segunda-feira, 20 de agosto de 2012

ENSINO MÉDIO, ENSINO MEDÍOCRE

Clipping Educacional - SECOM / CPP
Entende-se a reação constrangida, até envergonhada, do Ministério da Educação diante dos recém-divulgados resultado do Ideb 2011, pois esses dados demonstram como vai mal a questão educacional no Brasil. Como se sabe, o Ideb é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Os ados referidos medem a evolução do ensino fundamental, que melhorou levemente nos últimos anos, e do ensino médio, que não melhorou, até piorou. Em ambos os casos, porém, merece reprovação o fato de as autoridades educacionais terem se contentado com metas tão baixas, tão abaixo da necessidade nacional de formação de novas gerações preparadas para a realidade do mundo moderno.
A realidade do mundo moderno tem como característica dominante os avaços tecnológios em todas as áreas de conhecimento, que exigem profissionais capacitados, habilitados - e isso não está acontecendo no Brasil. O que o Ideb 2011 apresenta é um retrato desfavorável, na comparação com o Ideb 2009 e com as pífias metas propostas. Fica evidente que a juventude brasileira não está aprendendo de maneira satisfatória. O Ideb verifica o aproveitamento em português e matemática, concluindo em sua avaliação que crianças e adolescentes do Brasil não estão recebendo, nas nossas escolas, os ensinamentos necessários.
Como já foi tantas vezes observado, países que prosperam são aqueles que adotam políticas educacionais consistentes.
O economista canadense-americano Jhn Kenneth Galbraith já disse, com propriedade, que não existe país desenvolvido sem população de boa escolaridade nem existe a possibilidade de uma população de baixa escolaridade construir um país desenvolvido. Cabe lembrar, a propósito, que Japão, Coreia do Sul e outros países por um tempo chamados de "trigues asiáticos" estavam economicamente atrás do Brasil até a primeira metade dos século 20. Investiram seriamente em educação, enquanto nós nos descuidamos disso e o resultado foi que na segunda metade dos século 20 essas economias saltaram à frente da brasileira.
Se temos hoje um ensino fundamental balizado com metas medíocres e temos um ensino médio flagrantemente medíocre, nosso desenvolvimento está comprometido. O país vem crescendo, nas últimas décadas, por força da iniciativa privada. Mas poderia crescer muito mais se municípios, estados e União se empenhassem de verdade na educação.
O Brasil está hoje entre as seis maiores economias do mundo sob o critério do tamanho do PIB (Produto Interno Bruto). Mas, quando se muda o critério para os fatores componentes do índice de Desenvolvimento Humano (escolaridade, saúde, distribuição de renda), o Brasil não fica nem entre os 40 principais. É por isso que o Ideb 2011 deixou o Ministério da Educação constrangido até envergonhado. Estamos mal. Temos de melhorar.
Editorial desta sexta-feira (17 de agosto) do Diário de S.Paulo

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