segunda-feira, 31 de outubro de 2011

ESCOLA DA REDE ESTADUAL DE SP: PARA MELHORAR O ENSINO, SÓ VALORIZANDO O PROFESSOR

Clipping Educacional - SECOM/CPP
Na semana passada a reportagem da Jornalista Renata Betti, "A lição número 1", publicada na revista Veja (19/10, pág.80), chamou a atenção quando aponta a criação de um plano de longo prazo - 2030 - é a aposta de São Paulo para salvar a educação. Mas ao mesmo tempo diz "Escola da rede estadual de São Paulo: para melhorar o ensino, só valorizando o professor".
Mais de 4 milhões de estudantes frequentam as 5 500 escolas estaduais de São Paulo - uma das maiores redes de ensino do mundo. Caso fosse um país, São Paulo estaria no grupo dos 20% piores em sala de aula, ao lado de Trinidad e Tobago, na 53a posição do ranking da OCDE (a organização que reúne as nações mais ricas). O governador Geraldo Alckmin acredita que um conjunto de decisões pode elevar as escolas paulistas ao patamar das 25 melhores do mundo. Esse objetivo exige tempo e disciplina férrea. A meta é para 2030. Um salto dessa magnitude foi dado pela Coreia do Sul, hoje no topo da excelência educacional. O plano paulista tem um bom ponto de partida. Ele foi elaborado nos últimos oito meses por especialistas em educação, com a ajuda da consultoria McKinsey, que produziu um detalhado diagnóstico das deficiências do sistema e definiu oitenta ações para ser executadas nos níveis fundamental e médio. As ações sugeridas têm em comum a meritocracia e a valorização do professor. 
Em um dos itens mais relevantes, estão previstos mecanismos para premiar os mestres com aumentos gradativos que podem mais que dobrar o teto anual do salário - chegando a 10 000 reais. Vai depender de fatores como o desempenho de cada um na sala de aula, o resultado de uma prova para testar o conhecimento em sua área e a assiduidade em classe. Um número grande de professores terá chances reais de ascender na carreira com base no esforço pessoal. Um programa que concede bônus aos profissionais das escolas que mais avançarem será aperfeiçoado de modo a beneficiar os colégios que conseguirem se manter na zona de excelência. A ideia dessas iniciativas é transformar uma das menos prestigiadas carreiras em uma das dez mais procuradas pelos jovens. "Está claro que os melhores cérebros só serão atraídos para a docência se tiverem seu talento reconhecido", diz Herman Voorwald, secretário de Educação de São Paulo.
Um dos maiores gargalos da educação brasileira, a evasão em massa do ensino médio, mereceu atenção especial. A tentativa de diminuir a debandada em São Paulo passará pela diversificação dos currículos, de modo a tornar a escola atraente para jovens com interesses e demandas diferentes. A experiência internacional não deixa dúvidas de que o caminho é correto. Para reduzir os riscos de retrocesso em um plano de longo prazo, a secretaria trabalha para que algumas dessas medidas se tornem lei. No Brasil, o mais comum é que os governantes tentem imprimir sua marca a todo custo, enterrando o que foi erguido antes. Portanto, as chances de sucesso do plano paulista dependerão da cobrança da sociedade e, claro, da grandeza de horizontes dos futuros governantes do estado.

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