Clipping Educacional - Folha de S.Paulo
Mesmo cobrando mensalidades, três colégios particulares são os que mais possuem alunos de ensino médio por turma na capital paulista. É o que revelam dados tabulados pela reportagem a partir de informações do MEC (Ministério da Educação), que incluem estatísticas por escola, pela primeira vez divulgadas na internet pela pasta.
Na capital, o Adventista da Liberdade, o Etapa e o Objetivo-Paz têm classes maiores que qualquer colégio público.
No colégio Adventista, a média de estudantes por turma é de 55. No Etapa são 51, e na unidade Paz do Objetivo, 49. A primeira pública é a José de San Martin, na zona leste da capital, com 48.
"Em turmas cheias, a avaliação do aluno será feita com base no que ele escreveu na prova e não pelo desenvolvimento", disse a secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar. "O professor não consegue nem saber o nome do aluno. Não é o ideal.
Educadores apontam que turmas grandes impedem que o docente dê atenção individualizada, além de dificultar atividades em grupo.
Já em relação ao desempenho em avaliações, as pesquisas não são conclusivas se classes numerosas prejudicam o rendimento dos alunos de ensino médio --a relação é mais clara nas séries iniciais do fundamental.
Qualidade
O colégio Adventista, por exemplo, obteve a 206ª melhor nota no Enem 2009 (último divulgado), entre cerca de 800 escolas; o Etapa foi sétimo, e o Objetivo-Paz, 28º.
"Essas escolas até conseguem passar o conteúdo. Mas a pergunta que devemos fazer é se ela deve ser só repassadora de conteúdos ou é também para formar pessoas", disse Mozart Neves, membro do Conselho Nacional de Educação e da ONG Todos pela Educação.
Ele pondera que os colégios podem ter turmas grandes para obter mais lucro ou por falta de bons docentes. "A escola acha melhor ter uma turma com 50 alunos, mas com um bom professor.
No entanto, na média, o sistema público possui turmas maiores --são 39 alunos por sala de aula, contra 26 nas escolas particulares.
Procurados desde a última terça-feira, assessores dos colégios disseram que não encontraram representantes das escolas para comentar os dados, devido ao período de férias.
Fonte: http://www.agora.uol.com.br/
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