sexta-feira, 29 de julho de 2011

Em site, alunos classificam docentes como "carrasco" e "mamata"


FELIPE CARUSO
Clipping Educacional - DE SANTOS
Insatisfeitos com os sistemas de avaliação de professores, três universitários cariocas resolveram criar uma forma mais "simples" para alunos compartilharem informações sobre os mestres.
Inspirados no site americano "Rate my professors", eles desenharam um aplicativo para o Facebook em que se pode procurar um professor numa base de dados com cerca de 10 mil docentes e votar anonimamente se ele é "carrasco" ou "mamata". Há um espaço para comentários identificados.
"Nos EUA, os professores são avaliados pelos alunos e se leva isso muito em consideração. Não queremos expor ninguém. Só criamos um espaço para fazer uma avaliação objetiva", conta Igor Blumberg, estudante de engenharia da computação na PUC-Rio.
Ele criou o aplicou com Rafael Dahis, aluno do mesmo curso na UFRJ, e Felipe Frajhof, estudante de engenharia de controle e automação na PUC-Rio.
Desenvolvido em cerca um mês e colocado no ar na terça-feira, o programa tinha até a tarde de ontem 15 mil usuários cadastrados e 12 mil votos dados.
Com 49 votos para "carrasco" e 3 para "mamata", Jaques Gheiner, professor de cálculo diferencial e integral 4 na UFRJ, é o campeão de avaliações até agora. Ele não quis comentar o assunto.

Professora de edição em telejornalismo na PUC-Rio, Marcia Antabi afirma que o aplicativo pode ser uma boa forma para ter um retorno sobre suas aulas, uma vez que a avaliação proposta pela própria universidade é pouco respondida pelos alunos.
"Seria interessante se os alunos comentassem mais sobre os cursos e fossem além da classificação de carrasco ou mamata. Eu já entrei e votei e mim como carrasco, para que o aluno que escolha minha matéria tenha um comprometimento com as aulas", diz.
Para a professora Daniela Vargas, coordenadora da central de graduação da PUC-Rio, a comissão de avaliação dos professores está trabalhando para conseguir uma maior participação dos alunos. Para Vargas, o aplicativo não interfere na avaliação feita pela instituição.
"Tudo que vem para auxiliar na melhoria do ensino é valido, mas pelas classificações dicotômicas me parece que eles estão mais preocupados com a nota do que com qualidade do ensino. Carrasco e mamata podem ser excelentes professores", diz.

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