Mateus Prado
Clipping Educacional - especial para o iG
Mais de 65% dos candidatos a uma vaga na instituição estudaram integralmente em escolas particulares
De pouco adiantou a oferta de isenções da taxa de inscrição da FUVEST para alunos de escolas públicas, o programa de Embaixadores e o tímido INCLUSP (Programa de Inclusão Social da USP). Mais uma vez, os dados mostram que a maior parte dos candidatos às suas vagas estudou, total ou parcialmente, no estudo básico, em escolas particulares.
Mais de 65% dos candidatos deste ano só frequentaram escolas particulares. Se somarmos aqueles que passaram parte do ensino básico em escolas particulares aos que estudaram fora do Brasil, temos quase 72% dos candidatos.
O baixo número de candidatos advindos de escolas públicas na FUVEST tem um motivo simples e claro. Ano a ano, os jovens de menor renda sentem que a USP é uma realidade cada vez mais distante. A esmagadora maioria destes estudantes não se sente “habilitado” para prestar seu vestibular e frequentar suas salas.
Vários são os motivos. A USP realmente tem se comportado como uma instituição elitista. Em uma de suas últimas tentativas de inclusão, criou um campus na Zona Leste. A lógica daqueles que planejaram a nova escola era de que parte dos moradores de áreas mais “nobres” não estaria disposto a fazer um curso em um bairro da periferia. Os resultados não foram bem estes. A USP da Zona Leste está muito mais para uma “USP Ayrton Senna”. É muito mais rápido para quem mora no centro ou no Jardins chegar até lá do que para quem mora em uma das áreas periféricas da cidade. E, além de tudo, a unidade é uma ilha, em que não é permitida a entrada nem mesmo aos moradores de bairros vizinhos.
O número de vagas também tem deixado a desejar. O Estado de São Paulo tem pouquíssimas vagas em Universidades Federais. Este número tem ampliado um pouco por causa do REUNI e da criação da UFABC, mas é, proporcionalmente ao número de habitantes, um dos menores do Brasil. Restou às públicas estaduais oferecer mais vagas.
A USP é a que tem mais vagas. Desde 1989, as estaduais paulistas possuem vinculação orçamentária. Hoje, 9,57% do valor arrecadado com o ICMS vão para elas. Isto quer dizer que quando a arrecadação cai os recursos diminuem, e que quando a arrecadação sobe eles aumentam. Vinte anos atrás, quando começou a vinculação, a USP oferecia 6.780 vagas. Hoje oferece 10.652. Neste período, a arrecadação de ICMS mais do que dobrou, os recursos para a Universidade aumentaram, a população de São Paulo e do Brasil cresceu e o número de vagas não acompanhou essas mudanças.
Em alguns cursos, é quase impossível um aluno de escola pública passar. Em direito, medicina, relações internacionais e jornalismo, só encontramos alunos advindos de umas poucas escolas particulares tradicionais.
Depois da criação ProUni, o aluno do Ensino Médio da rede pública começou a notar que é muito mais fácil ele conhecer alguém que está cursando uma Universidade Particular sem pagar do que cursando uma pública. O sonho do Ensino Superior sem custo, e a consequente conquista de um bom emprego, deslocou-se da esperança de passar na USP para a possibilidade, muito mais plausível, de obter uma boa nota no ENEM e ganhar uma vaga no ProUni.
O cômico, ou absurdo, da situação, é que a reitoria da Universidade apresentou nesta semana a proposta de extinguir os cursos de menor concorrência (baixa demanda, nos termos da Universidade). Ora, são justamente estes os cursos em que a maioria dos alunos vêem do ensino básico público.
fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br
Mais de 65% dos candidatos a uma vaga na instituição estudaram integralmente em escolas particulares
De pouco adiantou a oferta de isenções da taxa de inscrição da FUVEST para alunos de escolas públicas, o programa de Embaixadores e o tímido INCLUSP (Programa de Inclusão Social da USP). Mais uma vez, os dados mostram que a maior parte dos candidatos às suas vagas estudou, total ou parcialmente, no estudo básico, em escolas particulares.
Mais de 65% dos candidatos deste ano só frequentaram escolas particulares. Se somarmos aqueles que passaram parte do ensino básico em escolas particulares aos que estudaram fora do Brasil, temos quase 72% dos candidatos.
O baixo número de candidatos advindos de escolas públicas na FUVEST tem um motivo simples e claro. Ano a ano, os jovens de menor renda sentem que a USP é uma realidade cada vez mais distante. A esmagadora maioria destes estudantes não se sente “habilitado” para prestar seu vestibular e frequentar suas salas.
Vários são os motivos. A USP realmente tem se comportado como uma instituição elitista. Em uma de suas últimas tentativas de inclusão, criou um campus na Zona Leste. A lógica daqueles que planejaram a nova escola era de que parte dos moradores de áreas mais “nobres” não estaria disposto a fazer um curso em um bairro da periferia. Os resultados não foram bem estes. A USP da Zona Leste está muito mais para uma “USP Ayrton Senna”. É muito mais rápido para quem mora no centro ou no Jardins chegar até lá do que para quem mora em uma das áreas periféricas da cidade. E, além de tudo, a unidade é uma ilha, em que não é permitida a entrada nem mesmo aos moradores de bairros vizinhos.
O número de vagas também tem deixado a desejar. O Estado de São Paulo tem pouquíssimas vagas em Universidades Federais. Este número tem ampliado um pouco por causa do REUNI e da criação da UFABC, mas é, proporcionalmente ao número de habitantes, um dos menores do Brasil. Restou às públicas estaduais oferecer mais vagas.
A USP é a que tem mais vagas. Desde 1989, as estaduais paulistas possuem vinculação orçamentária. Hoje, 9,57% do valor arrecadado com o ICMS vão para elas. Isto quer dizer que quando a arrecadação cai os recursos diminuem, e que quando a arrecadação sobe eles aumentam. Vinte anos atrás, quando começou a vinculação, a USP oferecia 6.780 vagas. Hoje oferece 10.652. Neste período, a arrecadação de ICMS mais do que dobrou, os recursos para a Universidade aumentaram, a população de São Paulo e do Brasil cresceu e o número de vagas não acompanhou essas mudanças.
Em alguns cursos, é quase impossível um aluno de escola pública passar. Em direito, medicina, relações internacionais e jornalismo, só encontramos alunos advindos de umas poucas escolas particulares tradicionais.
Depois da criação ProUni, o aluno do Ensino Médio da rede pública começou a notar que é muito mais fácil ele conhecer alguém que está cursando uma Universidade Particular sem pagar do que cursando uma pública. O sonho do Ensino Superior sem custo, e a consequente conquista de um bom emprego, deslocou-se da esperança de passar na USP para a possibilidade, muito mais plausível, de obter uma boa nota no ENEM e ganhar uma vaga no ProUni.
O cômico, ou absurdo, da situação, é que a reitoria da Universidade apresentou nesta semana a proposta de extinguir os cursos de menor concorrência (baixa demanda, nos termos da Universidade). Ora, são justamente estes os cursos em que a maioria dos alunos vêem do ensino básico público.
fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br
Olá, muito instrutivo seu site, parabéns! Gostei por estar muito bem focado em educação.
ResponderExcluirComo ele é bem direcionado, tenho uma oferta, que penso possa ser muito produtiva e rentável para você.
Acha possível vender cursos, através do seu site, cursos bem baratos (á partir de R$ 20,00) com certificado e ganhar boas comissões ?
Hoje já tenho sites como o seu, que no primeiro mês já receberam mais de R$ 500,00.
Tudo o que estou dizendo, tenho comprovação no meu site e se começar hoje te proporcionamos um bônus de R$ 10,00 se tiver interesse viste: http://vendacursosonline.blogspot.com/
Abraço.
Bruno