sábado, 10 de abril de 2010

A desmoralização da Apeoesp

Clipping Educacional - O Estado de S.Paulo
Duas semanas após ter proposto aos seus liderados que quebrassem a "espinha dorsal do governador José Serra e do governo do PSDB", durante uma passeata em frente ao Palácio dos Bandeirantes, a presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Noronha, teve de deixar a tumultuada assembleia que aprovou o encerramento da greve da categoria, iniciada no dia 8 de março, escoltada por seguranças, sob palavrões, chuva de ovos e duas bombas caseiras. Dos 220 mil professores da rede estadual, somente 1.500 compareceram ao evento, que mais uma vez paralisou a região da Avenida Paulista.
Sempre agindo como um dos braços do PT, a Apeoesp, que é vinculada à CUT, deflagrou a greve com o objetivo de criar constrangimentos políticos a Serra, nas vésperas de se desincompatibilizar para lançar sua candidatura à Presidência da República. Para disfarçar o caráter eleiçoeiro da paralisação, a Apeoesp apresentou uma extensa e absurda lista de reivindicações.
Além de exigir um reajuste salarial de 34,3%, pleiteou a suspensão de todas as medidas adotadas pela Secretaria da Educação para melhorar a qualidade do ensino na rede pública de ensino básico ? como os exames de avaliação de desempenho docente, as provas de promoção por mérito e a escolha dos docentes temporários por meio de concurso público.
Sem terem conseguido ver atendida qualquer reivindicação, as lideranças sindicais saíram da greve inteiramente desmoralizadas, pois o governo agiu com rigor. Não só cortou o ponto dos faltosos, como também vai descontar do salário dos grevistas os dias não trabalhados e exigir que reponham as aulas que deixaram de ser dadas, para evitar prejuízos para os alunos.
Ao justificar o fracasso da greve, os dirigentes da Apeoesp acusaram as autoridades estaduais de terem agido de modo autoritário, recusando-se a negociar. Desde o início da paralisação, contudo, ficou evidente que os líderes da entidade careciam de representatividade. Como só 12 mil docentes ? 5,5% do magistério público ? cruzaram os braços, a maioria das 5,5 mil escolas da rede pública continuou funcionando normalmente. Segundo a Secretaria da Educação, a greve afetou 1% da rede escolar.
Para ocultar o fracasso do protesto, desde o início as lideranças sindicais recorreram a dois velhos e surrados expedientes. O primeiro foi escolher o vão livre do Masp para realizar "assembleias", com o objetivo de provocar congestionamento na região da Paulista e tentar passar a imagem de força. O segundo expediente foi realizar passeatas em locais proibidos para obrigar a Polícia Militar (PM) a intervir e, com isso, ter pretexto para acusar o governo de agir com violência.
Além de moralmente condenáveis, por converterem a população paulistana em massa de manobra de uma corporação profissional, esses expedientes estão custando caro para a Apeoesp. No ano passado, o Tribunal de Justiça condenou a entidade a pagar R$ 1,2 milhão para o Fundo de Interesses Difusos, por ter feito uma passeata em 2005 em desacordo com a legislação. A Corte decidiu que o exercício do direito de greve não pode desprezar o direito de terceiros. Entre 2008 e 2009, os diretores da Apeoesp voltaram a desrespeitar decisões judiciais que proibiam manifestações de protesto em vias públicas. E o Ministério Público estadual já solicitou à CET e à PM relatórios sobre os prejuízos acarretados à cidade pela paralisação da Avenida Paulista por três sextas-feiras consecutivas em março. Esses dados subsidiarão novas ações de ressarcimento.
O fracasso da greve e a desmoralização dos dirigentes da Apeoesp deixaram claro a insatisfação do professorado da rede escolar paulista com a tentativa de exploração política de suas reivindicações corporativas. A categoria já descobriu que, enquanto suas lideranças sindicais estiverem agindo como braço auxiliar de agremiações partidárias, as reivindicações corporativas, muitas delas justas e procedentes, não serão atendidas.
Fonte: http://www.estadao.com.br

3 comentários:

  1. Ainda me doi de ver vc retransmitindo matérias que se quer deveriam ter sido postadas....... O movimento valorizou o sindicato e foi um alerta a sociedade que as coisas não estão bem............

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  2. Olá Dea!
    Acredito que ser mto importante os professores saberem o que é publicado nos jornais sobre tudo o que nos diz respeito. Como criticar ou discutir se não sabíamos. Eu mandei um email ao Estadão e meti a boca, é por isso que eu publico para que saibamos com quem devemos brigar.
    Meu carinho
    Silvana Marmo

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  3. Dea, em que planeta você vive? Só você viu o sindicato se fortalecendo ao final dessa palhaçada. A greve só mostrou ainda mais como a APEOESP é falida moralmente e seus membros são uns incompetentes.

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