sexta-feira, 19 de março de 2010

Greve de professores de SP continua na próxima semana; manifestantes fazem passeata até a secretaria de Educação

Simone Harnik
Clipping Educacional - Em São Paulo
Os professores da rede estadual de São Paulo decidiram, nesta sexta-feira (19), continuar a greve, iniciada na segunda-feira (8) da semana passada. A votação ocorreu durante assembleia realizada no vão do Masp (Museu de Arte de São Paulo).
Professor pede aumento de 34,3% em manifestação desta sexta-feira (19)
Por volta das 16h20, os manifestantes iniciaram passeata em direção à secretaria de Educação. O movimento segue pela rua da Consolação, até a praça da República. Hoje, o sindicato quer ser recebido pela pasta para negociação das reivindicações dos docentes. Caso não haja diálogo, os professores prometem voltar ao órgão na próxima terça-feira (23).
Na assembleia foi decidida também a data da próxima assembleia geral, que ocorrerá na próxima sexta-feira (26), no Palácio dos Bandeirantes.
ManifestaçãoA manifestação começou por volta das 14h, no vão do Masp, e paralisou, desde às 15h05, o tráfego da avenida Paulista.
De acordo com o tenente coronel Cerqueira, responsável pela operação, é estimado que o movimento tenha 8 mil participantes. Ja a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo) afirma que a manifestação tem a participação de 60 mil docentes. Para o sindicato, a paralisação tem adesão de cerca de 90%.
Segundo a secretaria de Educação do Estado, a greve atinge menos de 1% dos docentes da rede. Não há previsão de encontro entre a pasta e o sindicato para negociação. O secretário da Educação, Paulo Renato Souza, em entrevista de 16 de março ao jornal O Estado de S. Paulo, disse que o movimento é "eminentemente eleitoral". Ontem (18), o governador José Serra havia afirmado ao jornal que a greve era um "trololó".
O governo do Estado afirmou ter cortado os salários dos servidores em greve e tem minimizado as manifestações.
ReivindicaçõesDe acordo com a Apeoesp, o movimento "busca reforçar a luta da categoria pelo atendimento das reivindicações na defesa da dignidade profissional".
Entre as principais bandeiras dos professores estão: reajuste salarial de 34,3%; incorporação de todas as gratificações, extensiva aos aposentados; plano de carreira; garantia de emprego; fim de avaliações para temporários; e realização de concursos públicos para a efetivação dos docentes.
A rede de São Paulo conta com mais de 220 mil professores e 5 milhões de alunos. Segundo a Apeoesp, os professores que compõem o comando de greve estão visitando as escolas para conversar com pais, alunos e professores, explicando o porquê da paralisação.
Ministério PúblicoNesta quinta-feira (18), a Justiça negou o pedido do Ministério Público do Estado para proibir o ato dos professores. O MPE alegava que a manifestação causaria transtornos à circulação de pessoas na região, impedindo o direito de ir e vir. Na última sexta (12), a avenida foi fechada durante o protesto de docentes.
De acordo com a decisão do juiz da 20ª Vara Cível, Flávio Abramovici, é obrigação da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e da Polícia Militar zelarem para que a circulação de pessoas não vire caos. Segundo a sentença, o MPE tem de adotar as providências cabíveis a fim de que a PM e a CET adotem "os meios necessários (inclusive força) para que a manifestação não cause qualquer transtorno ao trânsito desta capital".

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