VERIDIANA RIBEIRO
Clipping Educacional - da Folha Ribeirão
Ao menos 200 professores da rede municipal de Educação de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) lotaram o plenário da Câmara na terça-feira (15) em protesto contra a decisão da prefeita Dárcy Vera (DEM) que determinou a abertura das unidades de educação infantil durante o recesso e as férias escolares. Os professores afirmam que não trabalharão em janeiro.
Segundo cinco professoras ouvidas pela Folha, a Secretaria da Educação enviou a todas as creches e pré-escolas um documento no qual o professor deve escrever em qual mês do ano prefere tirar férias e se pretende vender parte das férias para a prefeitura.
"Na nossa creche, nenhum professor vai trabalhar em janeiro. As crianças vão chegar e ficar um mês com gente que eles nem conhecem. Não vai dar tempo nem de haver período de adaptação", disse uma das manifestantes, que pediu para não ser identificada.
O presidente do Sindicato dos Servidores, Wagner Rodrigues, orientou os professores a rasgar o documento. Para o sindicalista, o papel foi a forma que a prefeitura encontrou para pressionar os professores a tirarem férias em outra época que não seja janeiro.
Wagner também reclama do período em que os professores serão obrigados a trabalhar em dezembro, exceto na véspera do Natal, considerado recesso. Em épocas de recesso, a prefeitura pode convocar os professores para o trabalho.
"Eles não vão gastar R$ 6 milhões para contratar temporários? Por que então eles não gastam mais um pouco para contratar professores também para trabalhar no recesso?", disse o sindicalista.
Quando foi anunciado que as creches e pré-escolas vão funcionar ininterruptamente em 2010, na última quarta-feira, a prefeita afirmou que nenhum professor contratado precisaria trabalhar em janeiro. As ausências, disse Dárcy, seriam compensadas com a contratação de temporários.
Para outra professora de creche que também não quis ser identificada, as crianças serão as maiores prejudicadas pela decisão da prefeita. Segundo ela, nenhum projeto pedagógico especial para ser aplicado nas férias foi elaborado pela Secretaria da Educação. "O projeto para este ano já acabou. Eu, sinceramente, não sei o que esses temporários vão fazer."
A Folha não conseguiu ouvir a secretária da Educação de Ribeirão, Débora Vendramini, ontem, após as 18h30.
A reportagem esteve na Emei (Escola Municipal de Educação Infantil) Carmem Massarotto seis horas depois que a prefeita anunciou a abertura das creches nas férias. Nenhum pai de aluno ou funcionário tinha sido avisado.
A determinação da prefeitura atinge diretamente 3.320 crianças com idade entre zero e três anos e 11.820 alunos com idade entre três e seis anos.
Em entrevista anterior à Folha, Ana Paula Soares da Silva, pesquisadora do Centro de Integração sobre Desenvolvimento Humano e Educação Infantil da USP de Ribeirão, afirmou que Dárcy usou critérios assistencialistas em vez de educacionais para tomar a decisão de não fechar as creches.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br
Ao menos 200 professores da rede municipal de Educação de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) lotaram o plenário da Câmara na terça-feira (15) em protesto contra a decisão da prefeita Dárcy Vera (DEM) que determinou a abertura das unidades de educação infantil durante o recesso e as férias escolares. Os professores afirmam que não trabalharão em janeiro.
Segundo cinco professoras ouvidas pela Folha, a Secretaria da Educação enviou a todas as creches e pré-escolas um documento no qual o professor deve escrever em qual mês do ano prefere tirar férias e se pretende vender parte das férias para a prefeitura.
"Na nossa creche, nenhum professor vai trabalhar em janeiro. As crianças vão chegar e ficar um mês com gente que eles nem conhecem. Não vai dar tempo nem de haver período de adaptação", disse uma das manifestantes, que pediu para não ser identificada.
O presidente do Sindicato dos Servidores, Wagner Rodrigues, orientou os professores a rasgar o documento. Para o sindicalista, o papel foi a forma que a prefeitura encontrou para pressionar os professores a tirarem férias em outra época que não seja janeiro.
Wagner também reclama do período em que os professores serão obrigados a trabalhar em dezembro, exceto na véspera do Natal, considerado recesso. Em épocas de recesso, a prefeitura pode convocar os professores para o trabalho.
"Eles não vão gastar R$ 6 milhões para contratar temporários? Por que então eles não gastam mais um pouco para contratar professores também para trabalhar no recesso?", disse o sindicalista.
Quando foi anunciado que as creches e pré-escolas vão funcionar ininterruptamente em 2010, na última quarta-feira, a prefeita afirmou que nenhum professor contratado precisaria trabalhar em janeiro. As ausências, disse Dárcy, seriam compensadas com a contratação de temporários.
Para outra professora de creche que também não quis ser identificada, as crianças serão as maiores prejudicadas pela decisão da prefeita. Segundo ela, nenhum projeto pedagógico especial para ser aplicado nas férias foi elaborado pela Secretaria da Educação. "O projeto para este ano já acabou. Eu, sinceramente, não sei o que esses temporários vão fazer."
A Folha não conseguiu ouvir a secretária da Educação de Ribeirão, Débora Vendramini, ontem, após as 18h30.
A reportagem esteve na Emei (Escola Municipal de Educação Infantil) Carmem Massarotto seis horas depois que a prefeita anunciou a abertura das creches nas férias. Nenhum pai de aluno ou funcionário tinha sido avisado.
A determinação da prefeitura atinge diretamente 3.320 crianças com idade entre zero e três anos e 11.820 alunos com idade entre três e seis anos.
Em entrevista anterior à Folha, Ana Paula Soares da Silva, pesquisadora do Centro de Integração sobre Desenvolvimento Humano e Educação Infantil da USP de Ribeirão, afirmou que Dárcy usou critérios assistencialistas em vez de educacionais para tomar a decisão de não fechar as creches.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br
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