Clipping Educacional - da Agência Folha
No dia 9 de março deste ano, Raimundo Nonato Mota do Nascimento, 33, entrou na Escola Estadual Deodoro de Mendonça, em Belém (PA), na terceira tentativa de terminar seus estudos. Temendo preconceito, só se acalmou ao ouvir na chamada: Rayssa Mota do Nascimento. "Essa hora era a mais constrangedora. Mas, dessa vez, ninguém percebeu que eu era travesti. Só contei depois", afirma.
Assim como o Pará, que permite o uso do nome feminino --chamado de nome social-- de travestis e transexuais nas escolas desde o início do ano, pelo menos sete Estados, além da cidade de Belo Horizonte, adotaram ou irão adotar a iniciativa para o ano letivo de 2010.
A proibição do uso do nome social é, para organizações LGBT, uma das causadoras da evasão escolar desses grupos. "E como o mercado de trabalho exige qualificação, elas são empurradas para a prostituição. O estopim é a questão do nome", diz Rafaelly Wiest, da ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais).
Não há dados oficiais, mas a associação nacional de travestis, estima que 90% se prostituam e que menos de 5% estejam nas escolas. Travestis costumam abandonar os estudos na adolescência, quando assumem a identidade feminina, com uso de roupas e do próprio nome de mulher.
Para a psicóloga e transexual Beth Fernandes, 40, o problema começou antes. Aos sete anos, uma professora perguntou o que seria quando crescesse. Ela respondeu "mulher". Teve que sair da escola. "Travestis são excluídas. Quando a escola aceita chamá-la pelo nome que escolheu, é como se dissesse: aceito você como você é."
A sugestão para uso do nome social partiu da associação nacional. Um dos objetivos é fazer com que os travestis retornem às escolas. A medida já vale em Goiás, Belo Horizonte e Mato Grosso. No Piauí, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rio, ainda será implementada.
Em outubro, o Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, recomendou que todos os Estados adotassem a medida. No primeiro ano de validade da portaria no Pará, 13 travestis se matricularam, segundo a Secretaria de Educação. Os dados são de Belém, mas, de acordo com a pasta, o número de matrículas fora da capital é ainda menor. A rede estadual tem 780 mil alunos.
A secretaria atribui isso ao fato de a portaria ser pouco conhecida e ao despreparo das escolas para lidar com a diferença.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br
No dia 9 de março deste ano, Raimundo Nonato Mota do Nascimento, 33, entrou na Escola Estadual Deodoro de Mendonça, em Belém (PA), na terceira tentativa de terminar seus estudos. Temendo preconceito, só se acalmou ao ouvir na chamada: Rayssa Mota do Nascimento. "Essa hora era a mais constrangedora. Mas, dessa vez, ninguém percebeu que eu era travesti. Só contei depois", afirma.
Assim como o Pará, que permite o uso do nome feminino --chamado de nome social-- de travestis e transexuais nas escolas desde o início do ano, pelo menos sete Estados, além da cidade de Belo Horizonte, adotaram ou irão adotar a iniciativa para o ano letivo de 2010.
A proibição do uso do nome social é, para organizações LGBT, uma das causadoras da evasão escolar desses grupos. "E como o mercado de trabalho exige qualificação, elas são empurradas para a prostituição. O estopim é a questão do nome", diz Rafaelly Wiest, da ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais).
Não há dados oficiais, mas a associação nacional de travestis, estima que 90% se prostituam e que menos de 5% estejam nas escolas. Travestis costumam abandonar os estudos na adolescência, quando assumem a identidade feminina, com uso de roupas e do próprio nome de mulher.
Para a psicóloga e transexual Beth Fernandes, 40, o problema começou antes. Aos sete anos, uma professora perguntou o que seria quando crescesse. Ela respondeu "mulher". Teve que sair da escola. "Travestis são excluídas. Quando a escola aceita chamá-la pelo nome que escolheu, é como se dissesse: aceito você como você é."
A sugestão para uso do nome social partiu da associação nacional. Um dos objetivos é fazer com que os travestis retornem às escolas. A medida já vale em Goiás, Belo Horizonte e Mato Grosso. No Piauí, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rio, ainda será implementada.
Em outubro, o Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, recomendou que todos os Estados adotassem a medida. No primeiro ano de validade da portaria no Pará, 13 travestis se matricularam, segundo a Secretaria de Educação. Os dados são de Belém, mas, de acordo com a pasta, o número de matrículas fora da capital é ainda menor. A rede estadual tem 780 mil alunos.
A secretaria atribui isso ao fato de a portaria ser pouco conhecida e ao despreparo das escolas para lidar com a diferença.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br
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