Monica Weinberg
Às vésperas da Prova Brasil e do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), ambos aplicadas pelo Ministério da Educação, cabe registrar uma preocupação sobre o rumo das avaliações oficiais. A se basear pelo conteúdo do último Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), a que recentemente se submeteram universitários de todo o país, a ideologia vem, perigosamente, se sobrepondo à objetividade – este, o princípio básico de qualquer boa prova. O vazamento do Enem, por sua vez, chamou a atenção para as inúmeras fragilidades em relação à própria segurança da prova. Notícias ruins numa rara área em que o Brasil costuma ir muito bem.
A eficiência do já gigantesco sistema de avaliação do ensino implantado no país é reconhecida até fora do Brasil. Técnicos daqui costumam ser convidados para versar sobre as aferições brasileiras em países de elevada excelência acadêmica. Todo mundo quer saber como colocar de pé uma avaliação aplicada a tanta gente. Fala-se de algo na casa dos milhões de provas. Quanto ao conteúdo, o Enem tem sido comparado ao Pisa, prova conduzida pela OCDE (organização que reúne os países mais ricos) – referência no mundo das avaliações.
Até então, o conjunto de exames oficiais vinha cumprindo bem o seu papel, de fornecer apuradas fotografias da sala de aula. Até meados da década de 90, não havia nada parecido no Brasil, o que só fazia ampliar os problemas. Sem diagnósticos, não havia metas. E sem metas, estávamos no escuro. O último Enade mostra que no escuro continuamos. Tomara que os novos exames oficiais sigam rumo inverso. O país não pode prescindir de bons termômetros do ensino.
Fonte: http://veja.abril.com.br
A eficiência do já gigantesco sistema de avaliação do ensino implantado no país é reconhecida até fora do Brasil. Técnicos daqui costumam ser convidados para versar sobre as aferições brasileiras em países de elevada excelência acadêmica. Todo mundo quer saber como colocar de pé uma avaliação aplicada a tanta gente. Fala-se de algo na casa dos milhões de provas. Quanto ao conteúdo, o Enem tem sido comparado ao Pisa, prova conduzida pela OCDE (organização que reúne os países mais ricos) – referência no mundo das avaliações.
Até então, o conjunto de exames oficiais vinha cumprindo bem o seu papel, de fornecer apuradas fotografias da sala de aula. Até meados da década de 90, não havia nada parecido no Brasil, o que só fazia ampliar os problemas. Sem diagnósticos, não havia metas. E sem metas, estávamos no escuro. O último Enade mostra que no escuro continuamos. Tomara que os novos exames oficiais sigam rumo inverso. O país não pode prescindir de bons termômetros do ensino.
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