quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Diretores de escola prometem protesto com "nu pedagógico" no Dia do Professor

Simone Harnik
Clipping Educacional - Em São Paulo
Diretores de escola, supervisores, vice-diretores e coordenadores da rede estadual de São Paulo planejam celebrar o Dia do Professor, nesta quinta-feira (15), com um protesto. A Udemo (Sindicato de Especialistas de Educação do Magistério Oficial do Estado de S. Paulo) convocou seus cerca de 11 mil filiados a realizarem um "nu pedagógico".O que seria exatamente esse "conceito de manifestação"? Segundo o presidente do sindicato, Luiz Gonzaga de Oliveira Pinto, o ato será um "segredo de Estado" até sua realização, na tarde desta quinta, em frente a Secretaria da Educação de São Paulo, cujo prédio se localiza na praça da República, região central da cidade.Se o presidente da entidade não revela a forma do protesto, o site dá orientações aos internautas: "Atenção: pedimos aos colegas que não se bronzeiem nem tentem melhorar o visual. Vamos mostrar a nossa realidade: nua e crua!", diz a página.O objetivo do ato, no entanto, não tem nada de obscuro. "O nu pedagógico é uma maneira de colocar nu o ensino da rede paulista", afirma Oliveira Pinto. "O governo Serra [José Serra (PSDB)] está destruindo a educação pública em São Paulo."
Nu por qualidade na educação na Espanha.
Em abril deste ano, cerca de 20 mães de alunos da escola municipal Fernando de los Ríos, de Valencia, na Espanha, resolveram protestar pela falta de professores de forma inusitada: tiraram uma fotografia em que aparecem nuas, cobertas apenas com um cartaz com a inscrição "Substituição de professores já! Pela qualidade do ensino" (em tradução livre).
Mães de alunos em Valencia, na Espanha, mostraram sua indignação contra a falta de professores, em manifestações em abril deste anoLá, o problema era outro: mais de 200 crianças, do ensino infantil à sexta série, ficaram sem aulas de inglês por falta de docentes. A associação de pais e mestres da escola reclamava a falta de verba.
Críticas ao governo de SPUma das principais críticas do sindicato refere-se aos salários da rede. "O governo mandou um projeto de lei à Assembléia que praticamente congela os salários do magistério", diz Oliveira Pinto.Segundo ele, a nova proposta de progressão na carreira exclui os docentes. "Todos os temporários não podem ter aumento de salário, e eles são 108 mil. Fora que a proposta do governo restringe a cada ano o aumento a 20% da categoria", dizUma projeção da entidade mostra que, dos 111 mil professores da rede, ao fim de 13 anos, somente 564 profissionais conseguiriam a faixa salarial máxima - de cerca de R$ 7 mil. A Secretaria de Estado da Educação foi contatada, por meio de sua assessoria de imprensa, mas não quis se pronunciar.

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