Após 15 dias de férias forçadas por causa da “gripe suína” (rebatizada de gripe A H1N1 pela OMS), alunos dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul voltam às aulas nesta segunda-feira, dia 17. Alguns Estados, a exemplo de Minas Gerais, já retornaram no dia 10. Especialistas afirmam que não há motivo para pânico, mas reforçam dicas de higiene e prevenção.
Questionada até pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que considerou um “disparate” o adiamento das aulas pelas secretarias estaduais de Saúde, a medida não deve ter impacto significante na redução dos casos, segundo médicos. Para eles, essas duas semanas foram importantes, principalmente, para que o governo e as escolas se organizassem. “Foi um tempo produtivo para orientar professores e funcionários e preparar as escolas para receber os alunos, mas o impacto epidemiológico não é grande”, considera o professor da Faculdade de Medicina do ABC e presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Juvêncio Furtado.
Aos pais, Furtado recomenda que orientem os filhos a manterem as mãos sempre higienizadas. A lavagem não precisa ser feita com nenhum sabonete específico. “É água e sabão, qualquer um que faça espuma”, diz.
Álcool não substitui lavagem de mão
O álcool em gel, quem tem sido distribuído por secretarias de Educação para várias escolas, não substitui a lavagem das mãos. “Não adianta lavar a mão só de manhã e usar álcool o resto do dia. A lavagem é o mais importante para remoção”, explica Mario Sérgio Moreno, infectologista e diretor-técnico do hospital da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Sorocaba.
Na hora de enxugar as mãos e o rosto em banheiros públicos o importante é fazer isso em toalhas descartáveis e, não, de pano.
Nos bebedouros escolares, eles alertam que um aluno pode se contaminar se o local tiver sido usado por uma pessoa doente. Por isso, a importância dos copos descartáveis. Além disso, as crianças devem ser instruídas a não compartilharem latas de refrigerante, alimentos, talheres e demais objetos de uso pessoal.
Neste momento, a limpeza dos colégios também deve ser reforçada para retirar o vírus da superfície dos móveis. “O ideal é que mesas e carteiras sejam limpas no intervalo. Se não for possível, pelo menos na mudança de turno”, afirma Furtado.
Sintomas
A qualquer sinal de gripe, como nariz escorrendo, febre ou tosse, as crianças não devem ir à escola. O tempo de afastamento recomendado pelos médicos é de sete dias, que é o período de transmissibilidade do vírus. O mesmo vale para professores e funcionários.
Creches
Com as crianças menores, a atenção deve ser ainda maior. Furtado explica que, em creches, os berços devem ficar a uma distância mínima de 1,5 metro uns dos outros, para evitar que uma eventual infecção seja transmitida.
Nas escolinhas, a responsabilidade maior fica a cargo do orientador, que deve “entreter as crianças, mas sem aglomerá-las”. “Não se deve colocar uma criança ao lado da outra na hora de dormir, ou no mesmo colchão, o que em creches é bastante comum de acontecer”, exemplifica Furtado.
Denise Brandão ressalta também a necessidade de lavar os brinquedos com mais frequência, neste período. Outra boa medida de precaução, segundo ela, é ferver chupetas e mamadeiras por 15 minutos e não dividi-las entre as crianças.
De acordo com os médicos, os pais devem zelar pela saúde e higiene dos filhos, mas com cuidado para não criar nos pequenos “aversão aos colegas e aos outros alunos”. “Eles não podem ficar com medo de ir à escola”, enfatiza Furtado.
Cobrir sempre o nariz e a boca ao espirrar ou tossir
Usar lenços descartáveis e providenciar local adequado para o descarte logo após o uso
Lavar as mãos com frequência com sabão e água, especialmente ao tossir, espirrar ou limpar o nariz
Não compartilhar copos, talheres, toalhas e demais objetos de uso pessoal Evitar colocar as mãos nos olhos e na boca
Evitar aglomerações ou locais pouco arejados
Ter uma alimentação saudável e investir na ingestão de líquidos
Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/
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