sexta-feira, 24 de julho de 2009

Readaptação do professorado gera angústia e exclusão

Clipping Educacional - Observatório da Educação (23.07.2009)
Dentre os temas que permanecem invisíveis no debate educacional estão os problemas relacionados à readaptação do docente que não se encontra em plena capacidade física ou mental para o trabalho em sala de aula.
Apesar da temática relacionada à educação ganhar, a cada dia, mais espaço no debate público, questões como a saúde do professorado, a perda de sua autoria do saber e fazer pedagógicos, sua não participação na formulação das políticas educacionais e a desqualificação social da figura docente são pouco problematizadas. E dentre os temas que permanecem invisíveis no debate educacional estão os problemas relacionados à readaptação do docente que não se encontra em plena capacidade física ou mental para o trabalho em sala de aula. Em artigo publicado no Observatório da Educação, a professora Maria de Lourdes de Moraes Pezzuol, que leciona há 19 anos na rede pública do Estado de São Paulo e há 6 anos está na situação de readaptada, afirma que o processo de readaptação “não promove uma efetiva readaptação, mas novos fatores de sofrimento que geram angústias e exclusão” (leia aqui o texto completo).Em São Paulo, o estado tem um único órgão que faz a relação entre saúde do trabalhador e local de trabalho: o Departamento de Perícias Médicas do Estado, cuja função é fazer a perícia e verificar as condições de saúde de quem faz a visita ao local. “De modo geral, o estado de São Paulo é um péssimo empregador. O servidor público estadual não tem incentivo para nada, não há perspectiva de carreira ou reajuste de salário, por exemplo. Com a saúde não é diferente”, afirma César Pimentel, advogado assessor da diretoria da Apeoesp. Apesar da recorrência de algumas doenças relacionadas ao trabalho, não há políticas de prevenção. “Não tem ninguém que cuide disso”, ressalta Pimentel. Ele afirma que não há trabalho de prevenção mesmo para os casos que geram grande quantidade de readaptação (leia aqui reportagem sobre os marcos legais que regem a readaptação). Para desenvolver mecanismos de prevenção de doenças relacionadas ao trabalho docente, a Prefeitura de Mogi das Cruzes contratou, em 2007, empresa para fazer um levantamento das condições de trabalho em todas as escolas municipais. Em entrevista ao Observatório da Educação, a secretária adjunta municipal de educação, Maria Aparecida Cervan Vidal, afirma que o estudo possibilitou a realização de adequações na rede. Desde então, a empresa faz um trabalho preventivo em toda a administração municipal.

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