Demétrio Weber e Efrém Ribeiro
Clipping Educacional - O Globo (6.07.2009)
A Escola Municipal Raimundo Antônio de Oliveira, localizada na zona rural do município de Oeiras (PI), a 316 quilômetros de Teresina, não tem água e nem banheiros.
A professora e os 34 alunos do ensino fundamental dependem de um jegue para matar a sede e ter merenda. O animal que abastece o colégio percorre mais de dez quilômetros com dois galões no lombo.
Quem conta essa história é a professora Adenísia Márcia de Sousa Silva. A falta de água é realidade em pelo menos 345 escolas públicas do semiárido no Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo.
O número consta no Censo Escolar 2008, do Ministério da Educação. Mas a situação pode ser bem pior: enquanto o censo registra apenas quatro escolas sem abastecimento no Piauí, um levantamento coordenado pelo governo estadual já localizou 33 colégios sem água.
Além de água, também falta luz nas escolas públicas
Um deles é a Escola Municipal José Teodoro, a 60 quilômetros do centro de Oeiras.
De acordo com a supervisora de Educação Rural do município, Eliete Vitória dos Santos, um funcionário carrega água diariamente em baldes.
A água vem de um poço com bomba movida a óleo diesel. A falta de energia elétrica é outro problema no semiárido. O Censo Escolar informa que 5.731 das 57.882 escolas públicas na região não têm eletricidade. No Piauí, elas são 932.
- É um esforço muito grande aprender em uma situação como essa - diz a professora Francisca das Chagas.
Na Escola Municipal Dr. Raimundo Campos, zona rural de Oeiras, há 150 alunos sem água nem banheiros, segundo a supervisora Eliete Vitória.
- Na zona rural, as crianças e os professores usam as moitas como banheiros.
Preocupado com a precariedade da rede pública de ensino, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) procurou governos estaduais e a Presidência da República. O resultado foi um pacto nacional selado em 2007. A missão deve ser concluída em 2011.
O primeiro passo é confirmar a veracidade das informações contidas no censo e localizar as escolas com problemas. A tarefa foi delegada aos estados, mas, de acordo com o Unicef, três governos não assinaram termo de compromisso nesse sentido: Maranhão, Paraíba e Pernambuco.
Minas Gerais e Espírito Santo só firmaram o documento semana passada, segundo o Unicef.
O resultado será enviado à Agência Nacional de Águas (ANA), responsável pelos projetos técnicos. Analisando mapas da região, a agência dirá se é melhor furar um poço, fazer um açude, captar água de um riacho ou construir uma cisterna.
A coordenadora nacional do Programa de Educação do Unicef no Brasil, Maria de Salete Silva, diz que é inadmissível que o país tenha uma única escola sem água ou eletricidade.
Lembrando que o problema se concentra nas zonas rurais, Maria de Salete conclui: - Essa situação permanece porque é algo que está longe, as pessoas não veem. Imagine se fosse o seu filho.
A professora e os 34 alunos do ensino fundamental dependem de um jegue para matar a sede e ter merenda. O animal que abastece o colégio percorre mais de dez quilômetros com dois galões no lombo.
Quem conta essa história é a professora Adenísia Márcia de Sousa Silva. A falta de água é realidade em pelo menos 345 escolas públicas do semiárido no Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo.
O número consta no Censo Escolar 2008, do Ministério da Educação. Mas a situação pode ser bem pior: enquanto o censo registra apenas quatro escolas sem abastecimento no Piauí, um levantamento coordenado pelo governo estadual já localizou 33 colégios sem água.
Além de água, também falta luz nas escolas públicas
Um deles é a Escola Municipal José Teodoro, a 60 quilômetros do centro de Oeiras.
De acordo com a supervisora de Educação Rural do município, Eliete Vitória dos Santos, um funcionário carrega água diariamente em baldes.
A água vem de um poço com bomba movida a óleo diesel. A falta de energia elétrica é outro problema no semiárido. O Censo Escolar informa que 5.731 das 57.882 escolas públicas na região não têm eletricidade. No Piauí, elas são 932.
- É um esforço muito grande aprender em uma situação como essa - diz a professora Francisca das Chagas.
Na Escola Municipal Dr. Raimundo Campos, zona rural de Oeiras, há 150 alunos sem água nem banheiros, segundo a supervisora Eliete Vitória.
- Na zona rural, as crianças e os professores usam as moitas como banheiros.
Preocupado com a precariedade da rede pública de ensino, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) procurou governos estaduais e a Presidência da República. O resultado foi um pacto nacional selado em 2007. A missão deve ser concluída em 2011.
O primeiro passo é confirmar a veracidade das informações contidas no censo e localizar as escolas com problemas. A tarefa foi delegada aos estados, mas, de acordo com o Unicef, três governos não assinaram termo de compromisso nesse sentido: Maranhão, Paraíba e Pernambuco.
Minas Gerais e Espírito Santo só firmaram o documento semana passada, segundo o Unicef.
O resultado será enviado à Agência Nacional de Águas (ANA), responsável pelos projetos técnicos. Analisando mapas da região, a agência dirá se é melhor furar um poço, fazer um açude, captar água de um riacho ou construir uma cisterna.
A coordenadora nacional do Programa de Educação do Unicef no Brasil, Maria de Salete Silva, diz que é inadmissível que o país tenha uma única escola sem água ou eletricidade.
Lembrando que o problema se concentra nas zonas rurais, Maria de Salete conclui: - Essa situação permanece porque é algo que está longe, as pessoas não veem. Imagine se fosse o seu filho.
fonte:http://e-educador.com
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