Já nos de pior desempenho, exame é ignorado pela grande maioria
Renata Cafardo e Eduardo Nunomura
Clipping Educacional - O Estado de S.Paulo
SÃO PAULO - Quanto melhor a escola, mais alunos participam do Enem. E o inverso também é verdadeiro. Uma análise dos dois extremos da lista do País mostra que 9 em cada 10 estudantes das 50 escolas com notas mais altas fizeram a prova. Já entre as 50 com desempenho mais baixo, só 1 em 10 participou.
O Enem não é obrigatório, por isso a inscrição do estudante depende de incentivos da escola em que estuda e de sua motivação pessoal para ser avaliado. Mas a nota do exame é utilizada em centenas de vestibulares e é essencial para concorrer a uma vaga no Programa Universidade para Todos (ProUni), que dá bolsas a alunos carentes em instituições privadas.
"Já está comprovado que quem faz a prova é o aluno que quer continuar seus estudos, quer ir para a universidade", confirma o presidente do Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais (Inep), Reynaldo Fernandes. Essa foi uma das constatações que levou o Ministério da Educação (MEC) a querer mudar o Enem para transformá-lo no vestibular de universidades federais.
Entre 50 de melhor pontuação há 19 escolas do Rio e 10 de São Paulo; 41 são particulares. Dos cerca de 8 mil alunos matriculados, 88,17% fizeram o Enem. Na outra ponta, estão estudantes em escolas públicas, sem estrutura, com professores mal preparados. Dos 8 mil matriculados, 8,74% participaram da prova. "Existe uma relação direta entre a qualidade da escola e o interesse do aluno", diz Mauro Aguiar, diretor do Colégio Bandeirantes, o 12º melhor do País.
Entre as 50 com desempenho mais baixo do Brasil, estão escolas principalmente do Norte e Nordeste. A maioria tem entre os alunos que fizeram o Enem estudantes de Educação de Jovens e Adultos (antigo supletivo). A média na nota (31,15) não chega nem à metade das 50 que estão no outro extremo (74,53). Mas, segundo Fernandes, outras quase 7 mil escolas, classificadas como "sem conceito" porque tiveram menos de 10 alunos que fizeram a prova, teriam notas ainda menores.
Entre as 50 que tiveram notas mais baixas no Enem há muitas escolas inclusivas, como Colégio Estadual para Surdos Alcindo Fanaya Júnior, em Curitiba, que ficou em penúltimo lugar. Dezesseis alunos fizeram a prova em 2008. "Comemoramos a participação desses alunos como cidadãos", afirmou a diretora Nerci Maria Martins. Segundo ela, havia intérpretes de Libras durante o Enem, mas não houve interpretação das questões. "Para eles, a leitura e a interpretação do texto são difíceis." A escola, que era apenas de reabilitação dos surdos, instituiu o ensino médio em 2003. "Muitos dos alunos não fizeram o ensino fundamental."
A que teve a nota mais baixa do País foi a Escola Indígena Tekator, que fica na aldeia Mariazinha, em Tocantinópolis (TO). A média foi 25,11 pontos. "Os alunos nunca tinham se deparado com nenhuma avaliação do tipo e no primeiro contato tiveram dificuldades para compreender questões da segunda língua", diz o supervisor pedagógico João Joviano de Medeiros Neto. Eles falam e assistem aulas na língua apinajé. A escola oferece ensino médio desde 2006. Há professores da própria tribo - sem curso superior - e outros não-índios.
fonte:http://www.estadao.com.br
SÃO PAULO - Quanto melhor a escola, mais alunos participam do Enem. E o inverso também é verdadeiro. Uma análise dos dois extremos da lista do País mostra que 9 em cada 10 estudantes das 50 escolas com notas mais altas fizeram a prova. Já entre as 50 com desempenho mais baixo, só 1 em 10 participou.
O Enem não é obrigatório, por isso a inscrição do estudante depende de incentivos da escola em que estuda e de sua motivação pessoal para ser avaliado. Mas a nota do exame é utilizada em centenas de vestibulares e é essencial para concorrer a uma vaga no Programa Universidade para Todos (ProUni), que dá bolsas a alunos carentes em instituições privadas.
"Já está comprovado que quem faz a prova é o aluno que quer continuar seus estudos, quer ir para a universidade", confirma o presidente do Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais (Inep), Reynaldo Fernandes. Essa foi uma das constatações que levou o Ministério da Educação (MEC) a querer mudar o Enem para transformá-lo no vestibular de universidades federais.
Entre 50 de melhor pontuação há 19 escolas do Rio e 10 de São Paulo; 41 são particulares. Dos cerca de 8 mil alunos matriculados, 88,17% fizeram o Enem. Na outra ponta, estão estudantes em escolas públicas, sem estrutura, com professores mal preparados. Dos 8 mil matriculados, 8,74% participaram da prova. "Existe uma relação direta entre a qualidade da escola e o interesse do aluno", diz Mauro Aguiar, diretor do Colégio Bandeirantes, o 12º melhor do País.
Entre as 50 com desempenho mais baixo do Brasil, estão escolas principalmente do Norte e Nordeste. A maioria tem entre os alunos que fizeram o Enem estudantes de Educação de Jovens e Adultos (antigo supletivo). A média na nota (31,15) não chega nem à metade das 50 que estão no outro extremo (74,53). Mas, segundo Fernandes, outras quase 7 mil escolas, classificadas como "sem conceito" porque tiveram menos de 10 alunos que fizeram a prova, teriam notas ainda menores.
Entre as 50 que tiveram notas mais baixas no Enem há muitas escolas inclusivas, como Colégio Estadual para Surdos Alcindo Fanaya Júnior, em Curitiba, que ficou em penúltimo lugar. Dezesseis alunos fizeram a prova em 2008. "Comemoramos a participação desses alunos como cidadãos", afirmou a diretora Nerci Maria Martins. Segundo ela, havia intérpretes de Libras durante o Enem, mas não houve interpretação das questões. "Para eles, a leitura e a interpretação do texto são difíceis." A escola, que era apenas de reabilitação dos surdos, instituiu o ensino médio em 2003. "Muitos dos alunos não fizeram o ensino fundamental."
A que teve a nota mais baixa do País foi a Escola Indígena Tekator, que fica na aldeia Mariazinha, em Tocantinópolis (TO). A média foi 25,11 pontos. "Os alunos nunca tinham se deparado com nenhuma avaliação do tipo e no primeiro contato tiveram dificuldades para compreender questões da segunda língua", diz o supervisor pedagógico João Joviano de Medeiros Neto. Eles falam e assistem aulas na língua apinajé. A escola oferece ensino médio desde 2006. Há professores da própria tribo - sem curso superior - e outros não-índios.
fonte:http://www.estadao.com.br
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