Simone Iwasso e Sergio Pompeu
O desempenho dos estudantes da rede municipal de São Paulo em língua portuguesa e matemática melhorou nos primeiros anos do ensino fundamental e piorou nos últimos. Isso quer dizer que, segundo dados da Prova São Paulo, avaliação anual aplicada pela Prefeitura e divulgada ontem, o processo de alfabetização está avançando nas escolas, com mais alunos capacitados para as séries em que estão, mas há dificuldade em manter esses níveis de aprendizado nos estudantes mais velhos, a partir do 6º ano, quando as notas ficam mais baixas. No 2º ano do ensino fundamental, fim do primeiro ciclo de alfabetização, 66% dos alunos estão no nível desejado de aprendizagem. Geralmente aos 8 anos, eles são capazes de localizar informações explícitas em textos curtos, associar títulos a uma imagem e começar a entender gêneros de textos, como cartas, história em quadrinhos, convites e cantigas. Em matemática, nessa idade, 77% deles estão no nível desejado, identificando números relacionados com dinheiro, unidades de tempo e números decimais.Na outra ponta do ensino fundamental, o 8º ano, apenas 38% dos estudantes estão no nível desejado em língua portuguesa e leitura e 47%, em matemática. Isso quer dizer que a maior parte deles, a partir dos 14 anos, não sabe o mínimo esperado para as séries em que estão. Têm dificuldades em diferenciar fatos e opiniões em um texto e articular episódios narrados numa sequência temporal.Os dados, na avaliação do secretário municipal da Educação, Alexandre Schneider, indicam que o Programa Ler e Escrever, que inclui um professor a mais em classe e materiais específicos de apoio, além de recuperação para quem está com dificuldades, tem sido bem-sucedido nos primeiros anos escolares. O objetivo da pasta, agora, é estender o programa para os outros anos. "Vamos adotar o programa nos outros ciclos, ele teve apoio de consultores externos e foi bem aceito na rede."O secretário afirma também que a queda no desempenho nos últimos anos pode estar relacionada à data em que a prova foi aplicada, às vésperas das férias. Isso pode ter contribuído para um desinteresse dos alunos em fazer o exame. Mesmo assim, o cenário geral do ensino municipal é parecido com o da rede estadual de São Paulo, e com boa parte das redes do País, onde atualmente há mais facilidade para ensinar alunos de anos iniciais - em parte resultado do investimento dos últimos anos em alfabetização. Conforme as séries avançam, a tendência é que o desempenho do aluno caia, assim como os índices médios de evasão e distorção idade-série - dificuldades que a maioria das redes está tentando enfrentar. ESCALASe for utilizada a escala de pontuação do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), do Ministério da Educação, a média dos alunos do município fica mais baixa do que a alcançada pelos estudantes das escolas do Estado, tanto em língua portuguesa quanto em matemática em quase todos os níveis. A exceção é a prova de matemática no 6º ano, em que o município tem nota melhor. Tanto a Prova São Paulo, feita pelo município, quanto o Saresp, a avaliação estadual, utilizaram esse parâmetro. As provas são diferentes, mas o modelo é o mesmo."Mesmo que se use a escala do Saeb, não acho correto fazer essa comparação", afirma o secretário. "No mesmo ano em que fizemos a Prova Brasil e a Prova São Paulo, que também usam a mesma escala, os resultados também foram diferentes", complementa.Na opinião do educador Mozart Neves, presidente do Movimento Todos pela Educação, o fenômeno ocorre em quase todas as grandes cidades, como Rio e Recife."Há muitas distorções dentro da mesma rede, isso faz com que exista mais dificuldade para o município."
O desempenho dos estudantes da rede municipal de São Paulo em língua portuguesa e matemática melhorou nos primeiros anos do ensino fundamental e piorou nos últimos. Isso quer dizer que, segundo dados da Prova São Paulo, avaliação anual aplicada pela Prefeitura e divulgada ontem, o processo de alfabetização está avançando nas escolas, com mais alunos capacitados para as séries em que estão, mas há dificuldade em manter esses níveis de aprendizado nos estudantes mais velhos, a partir do 6º ano, quando as notas ficam mais baixas. No 2º ano do ensino fundamental, fim do primeiro ciclo de alfabetização, 66% dos alunos estão no nível desejado de aprendizagem. Geralmente aos 8 anos, eles são capazes de localizar informações explícitas em textos curtos, associar títulos a uma imagem e começar a entender gêneros de textos, como cartas, história em quadrinhos, convites e cantigas. Em matemática, nessa idade, 77% deles estão no nível desejado, identificando números relacionados com dinheiro, unidades de tempo e números decimais.Na outra ponta do ensino fundamental, o 8º ano, apenas 38% dos estudantes estão no nível desejado em língua portuguesa e leitura e 47%, em matemática. Isso quer dizer que a maior parte deles, a partir dos 14 anos, não sabe o mínimo esperado para as séries em que estão. Têm dificuldades em diferenciar fatos e opiniões em um texto e articular episódios narrados numa sequência temporal.Os dados, na avaliação do secretário municipal da Educação, Alexandre Schneider, indicam que o Programa Ler e Escrever, que inclui um professor a mais em classe e materiais específicos de apoio, além de recuperação para quem está com dificuldades, tem sido bem-sucedido nos primeiros anos escolares. O objetivo da pasta, agora, é estender o programa para os outros anos. "Vamos adotar o programa nos outros ciclos, ele teve apoio de consultores externos e foi bem aceito na rede."O secretário afirma também que a queda no desempenho nos últimos anos pode estar relacionada à data em que a prova foi aplicada, às vésperas das férias. Isso pode ter contribuído para um desinteresse dos alunos em fazer o exame. Mesmo assim, o cenário geral do ensino municipal é parecido com o da rede estadual de São Paulo, e com boa parte das redes do País, onde atualmente há mais facilidade para ensinar alunos de anos iniciais - em parte resultado do investimento dos últimos anos em alfabetização. Conforme as séries avançam, a tendência é que o desempenho do aluno caia, assim como os índices médios de evasão e distorção idade-série - dificuldades que a maioria das redes está tentando enfrentar. ESCALASe for utilizada a escala de pontuação do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), do Ministério da Educação, a média dos alunos do município fica mais baixa do que a alcançada pelos estudantes das escolas do Estado, tanto em língua portuguesa quanto em matemática em quase todos os níveis. A exceção é a prova de matemática no 6º ano, em que o município tem nota melhor. Tanto a Prova São Paulo, feita pelo município, quanto o Saresp, a avaliação estadual, utilizaram esse parâmetro. As provas são diferentes, mas o modelo é o mesmo."Mesmo que se use a escala do Saeb, não acho correto fazer essa comparação", afirma o secretário. "No mesmo ano em que fizemos a Prova Brasil e a Prova São Paulo, que também usam a mesma escala, os resultados também foram diferentes", complementa.Na opinião do educador Mozart Neves, presidente do Movimento Todos pela Educação, o fenômeno ocorre em quase todas as grandes cidades, como Rio e Recife."Há muitas distorções dentro da mesma rede, isso faz com que exista mais dificuldade para o município."
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