sexta-feira, 20 de março de 2009

Professores de 7 das 60 melhores escolas não vão receber bônus

Fábio Takahasi / Juliana Coissi e Evandro Spinelli
Clipping Educacional - Folha de São Paulo (20.03.2009)
Apesar de estarem entre as 60 melhores escolas da rede estadual na capital, em sete delas os professores não receberão bônus por desempenho ou terão a gratificação reduzida
São os casos dos das escolas que apresentaram recuo colégios recuaram no Idesp.
Nessa situação, por exemplo, está a Professor Ennio Voss (no Brooklin, zona sul), que teve a nota mais alta de 5ª a 8ª série.
A Secretaria da Educação estabeleceu metas de melhoria para cada escola, com base no Idesp (índice que considera a nota dos estudantes em português, matemática e dados de evasão e reprovação).
Se a unidade atingir o patamar, professores e funcionários da ganharão 2,4 salários adicionais -ou 2,9 salários, caso a unidade passe o objetivo.
Devido a essa metodologia, professores de seis escolas de 5ª a 8ª na capital e uma de ensino médio, apesar de estarem entre as primeiras posições do ranking, não receberão o benefício, pois tiveram Idesp 2008 menor que o de 2007 (a reportagem analisou as 20 melhores escolas de 1ª a 4ª, 5ª a 8ª e ensino médio da capital).
A assessoria de imprensa da Secretaria da Educação do governo José Serra (PSDB) informou ontem que qualquer unidade que recuou ou estagnou no indicador não receberá o benefício. O objetivo do bônus, diz a pasta, é que todas as unidades melhorem, mesmo as que já estavam melhores que as outras. O governo afirma ainda que, por estarem com indicadores altos, o avanço esperado nestas unidades é menor.
Na escola Professor Ennio Voss, o Idesp 2007 foi de 4,33, numa escala de 0 a 10. No ano seguinte, recuou para 4,13, com uma meta de 4,4. A reportagem não conseguiu contato com a direção da unidade.
No mesmo caso se coloca a EE Eugênio Franco, de São Carlos que conquistou pela segunda vez a melhor nota do Estado na 4ª série no Idesp. Apesar disso, a escola não atingiu a meta estabelecida para ela e, por isso, os professores não ganharão bônus.
A Eugênio Franco obteve índice 6,69, abaixo da meta projetada para o ano passado, de 6,93, numa escala de 0 a 10.
Construído na região central de São Carlos, o prédio que completa cem anos em 2010 é tombado pelo Estado e foi um dos escolhidos para passar por restauro, entre as escolas de São Paulo.
Tradição e história é uma tônica da EE Eugênio Franco, como mostra a trajetória da aluna Maria Eduarda Maya, 10, da 4ª série. A garota pertence à quarta geração da família a passar pela escola. "Meus pais e meus avós estudaram aqui. Fiz questão de colocá-la, porque sempre foi uma boa escola", afirmou Neusa Maria Maya, 49, comerciante.
Outro ponto forte da escola encontra-se no grupo experiente de professores. "A maioria está na escola desde 1996", disse a vice-diretora, Cleyde das Graças de Conti.
Dos seis professores de 4ª série, cinco são formados em pedagogia e um tem mestrado. Os alunos têm aulas de arte e informática e contam com cantinhos de leitura nas salas. "Se acabam a lição, podem pegar um livro para ler", disse a professora Cleide Machado, há 12 anos na escola.
O perfil do aluno é de pertencer à classe média, ser filho de funcionários do comércio ou da indústria. Cerca de 30% são de famílias carentes.
Absurdo
"Não pagar bônus para professores das melhores escolas é um absurdo, porque elas já estavam em um patamar muito alto", disse o presidente da Udemo (sindicato dos diretores das escolas estaduais), Luiz Gonzaga de Oliveira Pinto.
Já para o pesquisador da USP e Ibmec SP, Naércio Menezes Filho, a metodologia está correta. "Há espaço para todas as escolas melhorarem. Não seria justo pagar para uma que não avançou nada."
A Secretaria de Estado da Educação afirmou que vai estudar o motivo pelo qual essas melhores escolas perderam rendimento.
Caso o professor trabalhe apenas na etapa de uma unidade que não atingiu a meta, ele não receberá nenhuma bonificação. Caso trabalhe em outra que tenha atingido o objetivo, o pagamento será proporcional.

7 comentários:

  1. essa secretaria deveria se avaliar melhor.injusta cretina

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  2. E aí. o que nossos sindicatos vão fazer para nos defender?? até agora não li uma nota sequer em nenhum site dos sindicatos da nossa categoria??? Estamos solotários contra a "dama de ferro" Sra secretaria Maria helena

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  3. E agora... quem poderá nos defender!!! Esta secretária deveria trabalhar numa clínica de estética porque de educação ela não entende nada... Botox nela!!!

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  4. Errar os mapas no caderno de Geografia não tem problema, errar datas históricas, apresentar erros de ortografia nas apostilas...isso tudo não tem problema para a ditadora Maria Helena. Agora ter o melhor Idesp e não receber bônus pq não avançou, isso tem problema. Professores que trabalharam duro, tentando manter aquilo q estava alto, não receberã bônus. Qual o incentivo que eles terão agora? O que pode exigir um coordenador numa hora dessa para um professor que qualificou uma escola com uns dos melhores Idesp do Estado e não receberá bônus? É o incentivo ao descaso com a qualidade da educação. Ninguém é tonto para perceber que se no próximo ano as escolas boas dimuírem bem o índide, ficará muito mais fácil de garantir o bônus daqui a dois anos. Ei Apeoesp, ei Udemo, ei professores...até qdo ficaremos calados, aceitando tudo isso que nos é imposto? Pelo amor de Deus..a hora é agora!

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  5. Também, acredito que a hora é agora, mas os professores que vão receber bônus vão ficar bem quietos, sem ajudar os colegas...infelizmente é assim...pimenta nos olhos dos outros é refresco!

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  6. É facil avaliar, sem saber das condições que os professores trabalham, pois que esta atrás de uma mesa só assinando papéis, não sabe das dificuldades do dia a dia.

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