quarta-feira, 3 de outubro de 2012

RENOVAR


Ruth Carvalho da Costa
Clipping Educacional - UDEMO
Sempre é tempo de política, quando ela é considerada organização da sociedade.
Estamos em tempo de escolha política para governo de Municípios Brasileiros.
Toda eleição, em qualquer de seus níveis, merece reflexão por parte dos eleitores. Há que se analisar o que se tem feito, com vista no regime democrático de governo. Esse é o adotado por nós, povo brasileiro. Deve ser a nossa primeira preocupação cidadã.
O princípio do regime democrático de governo reza: “todo poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido”. O nosso voto deve buscar atender esse princípio. Para tanto, se torna necessário verificar o que vem acontecendo na política brasileira.
Nosso processo eleitoral se transformou em mercado. Os nele interessados negociam entre si o assessoramento, em cifras, às campanhas eleitorais. Isso faz das eleições um comércio caro, de alto nível! Envolve as telecomunicações e o empreendedorismo dos marqueteiros que as transformam em espetáculo, com o fim de conquistar votos. Há que vencer. Os negociantes precisam ganhar. Têm que garantir a renda, pois consideram a eleição investimento. As negociações se desenvolvem entre partidos políticos, empresários, construtoras, empreiteiras, onde há dinheiro e se quer acumular. Investem em troca de ministérios, secretarias, cargos, serviços e, cada vez mais, na renda própria ou de grupos.  Cito, como exemplo de “serviços”, as licitações. De “renda”, os altos salários de políticos e a propina. Essa última aparece até em apoio aos governos nos seus três níveis. Trata-se de jogo político financeiro com grande investimento nos dois tipos de poderes: o político e o econômico. É um sistema que vem desvirtuando o sentido de política, desmoralizando governos e eleitores. Entre esses estão os desconectados dessa realidade e os que também dela buscam vantagens.
Nesse cenário, onde fica “o poder que emana do povo e em seu nome deve ser exercido”? Qual o lugar do povo? Onde e como ele é considerado? Quem se preocupa com a exploração dos assalariados, os sem tetos, sem trabalho, os miseráveis, os famintos, os doentes, os pobres, os serviços públicos essenciais como saúde e educação? Nesses serviços, a influência do mercado, acontece através do emprego de modernas tecnologias, o que vem solapando o que é público pelas PPP´s(Parcerias  Público - Privadas). Para eles, o público (o que é do povo) pouco conta. Na “Educação” isto acontece pela disputa de índices. Na “Saúde”, pelos planos de saúde.
É feia, entre nós, a realidade dos processos eleitorais. De perto nos atinge e precisamos dele nos ocupar. Há exceções. Felizmente elas sempre existem. Embora poucas, apontam para a esperança de implementar a democracia e afirmar o seu  princípio. Esse, melhor serve ao governo das necessidades humanas porque busca o “bem comum”. Não “lucro”e “ poder”para minorias. Portanto, se faz necessário renovar e inovar as escolhas políticas pelo voto, através do voto consciente, do uso da lei da ficha limpa criada pelo próprio povo, e do acompanhamento do governo  eleito.
É preciso mudar. Quem vier a governar deverá governar para todos. Faz-se urgente a reforma política. Como está o povo não é considerado. Ele não dispõe de recursos econômicos.  Mas, dispõe do voto até para exigir mudanças. Dispõe de organizações diversas, em especial, as organizações sociais. Elas procuram estar mais perto do povo. É necessário unir-se a elas, incentivá-las, ouvi-las, alimentá-las, encorajá-las, corrigi-las, se for necessário. Outro recurso são as redes sociais, rápidas na comunicação, acessíveis a todos/as. Nada disso custa, a não ser a opção pela escolha cidadã de participar, inovar e renovar as eleições e os governos em vista do estabelecimento da real democracia.
Mestra da Educação Aposentada
Ribeirão Preto
fonte: http://www.udemo.org.br

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