terça-feira, 9 de outubro de 2012

JOVENS NÃO QUEREM SEGUIR A PROFISSÃO DE PROFESSOR, DIZ PESQUISA

Clipping educacional - SECOM/CPP
Neste sábado (6/10), o jornal Folha de S.Paulo, trouxe uma matéria de capa no caderno "Cotidiano" - intitulada 'Aluno de curso para formar professor não quer lecionar. Pesquisa em 2 cursos da USP mostra que metade não pretende seguir profissão". Na reportagem do jornalista Fábio Takahashi - enfatiza que 'lecionar é só 4a razão para escolha do curso. Opção perdeu para gratuidade do curso; possibilidade de ida à pós-graduação; e 'gosto' por educação ou exata'. Veja a matéria abaixo.
"Na USP, principal universidade do país, quase a metade do país, quase a metade dos universitários que entram em cursos para formar professores afirma que não deve seguir no magistério.
A situação refere-se à formação de docentes de matemática e de física para os ensinos fundamental e médio - matérias que possuem déficit de mais de 200 mil professores no país, segundo o último levantamento da União.
O desejo foi apurado em pesquisa da Faculdade de Educação da Própria USP.
Aos calouros de 2010 perguntou-se se gostariam de atuar no magistério ao se formar. Em física, 47,6% disseram que não ou que tinham muitas dúvidas. Em matemática, 45,2%.
Sobre os motivos que levaram a escolher a licenciatura na USP, a opção trabalhar como professor foi a quarta mais citada. perdeu para gratuidade do curso; possibilidade de ida à pós-graduação; e "gosto" por educação ou exatas.
Ou seja, boa parte espera usar o diploma para disputar vagas fora das escolas básicas. Pode ser no ensino superior ou até fora da área da educação.
"É preciso melhorar a carreira dos professores, para atrair esses estudantes. E a USP também poderia tentar incentivar mais seus alunos a seguirem no magistério", diz a pedagoga Luciana França Leme, autora da pesquisa. 
Um caso que se encaixa no perfil mostrado pelo estudo é o de Rodrigo Alves Masson, 24.
Ele ingressou na licenciatura em física, mas desde o início tinha dúvidas se atuaria no magistério. Após um ano, mudou para bacharelado, mais voltado ao trabalho em empresas ou pesquisas. "É um curso muito difícil para, no fim, não ser valorizado no magistério." 
Agora, vê como possibilidade o trabalho em física médica ou mercado financeiro.
Salários. Para a diretora da Faculdade de Educação da USP, Lisete Arelaro, "os salários são a variável principal se você deseja uma juventude entusiasmada e dedicada para a profissão."
Em fevereiro, a média salarial de um analista de mercado era 40% maior que a de um professor da rede estadual (R$ 2.237, sem gratificações).
Há uma linha de pesquisadores, porém, que relativiza tal discrepância salarial. Afirmam ser necessário considerar a estabilidade do setor público e condições mais favoráveis para a aposentadoria.
Membro do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade, Simon Schwartzman defende a elevação de salários e a facilitação do acesso de profissionais de outras áreas ao magistério (hoje limitado por exigência de cursos pedagógicos). Essas pessoas bem qualificadas, afirma, poderiam lecionar em tempo parcial.
O Ministério da Educação diz que a carreira docente melhorou, principalmente com o piso nacional, hoje de R$ 1.451, que prevê ainda 1/3 da jornada fora da sala de aula.
A Secretaria Estadual de Educação ressalta que reajustará os salários em 42,45% entre 2011 e 2014.
Internamente na USP, há a preocupação em qualificar professores para o ensino básico, diz o diretor do Instituto de Matemática e Estatística, Flávio Ulhoa Coelho. Em sua unidade, há uma comissão específica para licenciaturas e, neste semestre, começou um mestrado profissionalizante em ensino de matemática."
fonte: http://www.cpp.org.br

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