segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Educação é também um ato político


Wolmer Ricardo Tavares
Clipping Educacional - UDEMO
Matéria publicada na Revista Gestão Universitária, 17 de setembro de 2012.
A sociedade brasileira anda carente de pessoas pensantes e cognoscentes. Pessoas com liderança para direcionar uma multidão de brasileiros alienados para uma seara de conhecimento, criticidade e também prosperidade.
A ciência política tem a função de esclarecer o povo de que o poder existe para favorecê-lo, fazendo prevalecer a vontade deste, uma vez que o poder é emanado do próprio povo.
A política é uma palavra oriunda da palavra polis (cidades, estados) e está relacionada à forma de organização, direção e administração das nações ou estados[2]. Ela busca uma maneira de conquistar o poder e de se manter nele. O poder do homem sobre outro homem, o poder de influenciar os outros.
Uma dificuldade encontrada pelos educadores em se trabalhar a política nas escolas é o despreparo dos gestores que se encontram contaminados pela politicagem que não é nada mais que uma política mesquinha e de interesses pessoais, reforçada por políticos desonestos e inescrupulosos. Esses gestores em sua maioria são frutos desse meio, uma vez que os cargos oferecidos, na sua maioria, não são baseados na meritocracia, salvo algumas exceções acertos na escolha, o que não se torna regra.
Essa escolha de gestores favorece o sistema falho em que nos encontramos, e este por sua vez inibe e até mesmo coíbe qualquer pronunciamento político nas escolas, mesmo sem ter uma ideologia partidária, pois a intenção para os educadores é apenas esclarecer seus educandos da política e sua relevância para a vida da sociedade e não fomentar o partidarismo.
A política não é apenas o ato de bem governar os povos, e tampouco a habilidade no trato das relações humanas, com vista na obtenção dos resultados desejados. Ela é uma atividade de cidadãos que se ocupam com assuntos públicos favorecendo sempre o coletivo e nunca o individual.
A educação necessita de uma neodiretividade tendo com um dos viés a política, que mostra o poder que se impera invalidando o saber que eleva o educando ao grau de criticidade. O saber correto, que fomenta a dúvida e faz com que se busque as respostas adequadas, e que não se deixe ser manipulado pela classe opressora e dominante, que gera o poder e subjuga o povo reforçando cada vez mais o domínio da elite, deste povo sofrido e desamparado, sem ter consciência de que se encontram nessa triste posição.
Quando conseguirmos trabalhar e desenvolver em nossos educandos não só conceito político, mas uma conscientização, estaremos fazendo com que estes deixem de ser analfabetos políticos que, segundo afirma Bertolt Brecht, dessa ignorância, nasce a “prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais”.
Portanto cabe a nós educadores pensarmos como trabalhar essa conscientização em nossos educandos, sem nos deixarmos ser afetados pela coação de gestores com desculpas de que a escola não é um espaço para prapaganda eleitoral, o que não é a intenção da educação, pois ela deve ser neutra politicamente, mas sem deixar de ser omissa com a sua função de educar para a cidadania e o protagonismo, e esse protagonismo para existir, faz-se mister interagir com os acontecimentos políticos.

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