quinta-feira, 31 de maio de 2012

A MÁ QUALIDADE DO ENSINO MÉDIO

Clipping Educacional - Jornal da Tarde
A má qualidade do ensino médio ficou mais uma vez evidente com a divulgação de dados do Ministério da Educação sobre o desempenho dos alunos relativo a 2011. O índice de reprovação na rede pública e privada nesse nível de ensino foi o maior dos últimos 13 anos - 13,1%. Em 2010, ele foi de 12,5%. Ou seja, a situação está piorando apesar dos esforços que as autoridades dizem estar fazendo para resolver o problema do ensino médio que, de todos os ciclos de ensino, há muito é o que apresenta o pior desempenho.
A má qualidade do ensino nada tem a ver com as diferenças regionais, ou seja, não está ligada aos Estados mais pobres, como se poderia supor. Por exemplo, foi o Rio Grande do Sul que apresentou o maior índice de reprovação - 20,7%, seguido do Espírito Santo (18,4%) e do Rio de Janeiro e Distrito Federal (que tem a maior renda per capita do Brasil), ambos com 18%. Em São Paulo, o índice saltou de 11% (2010) para 15,4% (2011). Em melhor situação, com menores índices de reprovação, estão Amazonas (6%), Ceará (6,7%), Santa Catarina (7,5%), Paraíba (7,7%) e Rio Grande do Norte (8%).
Na rede pública privada do ensino fundamental houve uma pequena melhora: a taxa média de reprovação caiu de 10,3% (2010) para 9,6% (2011). Nesse nível, os Estados com maiores índices de reprovação foram Sergipe (19,5%), Bahia (18,5%), Alagoas (15,2%), Rio Grande do Norte (14,9%) e Rondônia (14,2%).
Esses dados - divulgados pelo site do Instituto Nacional de Estudos Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao Ministério da Educação, indicam que não foi bem-sucedida a política educacional do governo Lula da Silva e, até agora, também a do governo Dilma Rousseff.
Em 2007, o então ministro da Educação, Fernando Haddad, em depoimento na Câmara dos Deputados, reconheceu que o ensino médio passava por uma "crise aguda" e que não estavam dando os resultados esperados as políticas adotadas pelo governo federal para levar os governos estaduais a modernizar e melhorar a qualidade desse nível de ensino. Em mais uma tentativa de atingir esse objetivo, no ano seguinte ele solicitou ao Conselho Nacional de Educação novas diretrizes curriculares para o ensino médio.
Mas essas diretrizes, adotadas em março pelo seu sucessor, Aloizio Mercadante, foram logo criticadas por vários especialistas, para os quais elas são muito retóricas e pouco práticas, incentivam a adoção de um número grande de disciplinas e não conseguirão eliminar os gargalos do ensino médio.
São se vislumbram até agora, portanto, boas possibilidades de elevar o nível do ensino médio, que é fundamental para melhorar a educação, cujas deficiências são um dos maiores problemas enfrentados pelo Brasil.
Editorial Jornal da Tarde (30/5/2012 - pág.A/2).

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