Clipping Educacional - Diário de São Paulo
Parente da dislexia, a discalculia é distúrbio que faz com que portador tenha problemas com números Micheli Nunes
Quando a criança apresenta dificuldades na escola, muitas vezes pais e educadores pensam em dislexia, problema com a leitura que prejudica o aprendizado. Mas existe outro distúrbio que também afeta o desempenho escolar e é bem menos conhecido: a discalculia. “A dislexia pode ser definida como uma falta de coordenação cerebral. O hemisfério esquerdo do cérebro, responsável pela lógica, possui uma hipertrofia, ou seja, cresce demais, causando problemas no lado direito, responsável pela leitura”, afirma o pediatra Ivan Pollastrini Pistelli.
Parente da dislexia, a discalculia funciona de maneira parecida, fazendo com que a criança tenha problemas não apenas em ler, mas também em calcular e compreender números. A hipertrofia do hemisfério direito do cérebro– lado contrário da dislexia – pode ser a principal causa do problema. “Quem sofre de discalculia é incapaz de compreender e realizar contas matemáticas básicas, o que impede a aquisição de conhecimento mais completo”, afirma o neuropediatra Paulo Breinis, do Hospital Infantil Sabará.
Breinis alerta que, como não é tão conhecida, a doença acaba sendo diagnosticada tardiamente, prejudicando a vida social e a autoestima da criança. “Ao ser negligenciando, o problema costuma virar uma bola de neve. Há casos de crianças que começam a se sair mal na escola, são reprovadas e abandonam os estudos. Em outras situações, são vítimas de bullying ou perseguição dos próprios pais, que associam o problema à preguiça ou à falta de empenho na escola.”
De acordo com Pistelli, quem sofre de dislexia ou discalculia pode apresentar talentos surpreendentes. “A maioria das crianças que desenvolve estes distúrbios é muito esperta. Das que sofrem de dislexia, por exemplo, muitas desenvolvem talentos superiores a de outras crianças nas áreas lógica e numérica. Os pais devem ficar atentos aos sinais e, se houver possibilidade de que o filho sofra do distúrbio, devem procurar um psicólogo ou pediatra.”
De acordo com Pistelli, quem sofre de dislexia ou discalculia pode apresentar talentos surpreendentes. “A maioria das crianças que desenvolve estes distúrbios é muito esperta. Das que sofrem de dislexia, por exemplo, muitas desenvolvem talentos superiores a de outras crianças nas áreas lógica e numérica. Os pais devem ficar atentos aos sinais e, se houver possibilidade de que o filho sofra do distúrbio, devem procurar um psicólogo ou pediatra.”
Sem remédios
Assim como a dislexia, a discalculia não costuma ser tratada com medicação. Segundo Breinis, o tratamento envolve treinamento e aulas extras de matemática.
O neuropediatra explica ainda que é comum as crianças apresentaram discalculia e dislexia simultaneamente.
Assim como a dislexia, a discalculia não costuma ser tratada com medicação. Segundo Breinis, o tratamento envolve treinamento e aulas extras de matemática.
O neuropediatra explica ainda que é comum as crianças apresentaram discalculia e dislexia simultaneamente.
“Nestes casos, é importante que o tratamento envolva uma equipe multidisciplinar, formada por neurologista, psicóloga e fonoaudiólogo e pedagogo”, recomenda.
Reconheça os sinais do distúrbio.
1 - Confusão com as operações de adição e subtração;
2 - Problema para diferenciar esquerda de direita;
3 - Inabilidade de dizer qual número é maior;
4 - Dificuldade com tabelas de tempo e cáculo mental;
5 - Desempenho acima da média em geometria;
6 - Dificuldade de julgar a passagem de tempo;
7 - Senso de direção prejudicada (perde-se fácil);
8 - Inabilidade de lidar com dinheiros e contas;
9 - Dificuldade mental de estimar distâncias;
10 - Inabilidade sobre regras, fórmulas e sequencias;
11 - Dificuldade de manter contagem durante jogos;
12 - Dificuldade de fazer passos de dança;
13 - Confusão na ordem dos números (como 13 e 31)
14 - Dificuldade com conceitos de passado e futuro;
15 - Memória limitada para nomes e rostos.
Matéria publicada no Dário de São Paulo, 16 de novembro de 2011.
fonte: http://www.udemo.org.br
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