quinta-feira, 16 de junho de 2011

Haddad diz que baixos salários afugentam os jovens do magistério

Demétrio Weber
Clipping Educacional – O Globo
BRASÍLIA - O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira (15) que faltam recursos para o ensino público brasileiro e que os baixos salários do magistério, quando comparados aos de outras carreiras de nível superior, desestimulam os jovens a virar professor. Haddad participou de audiência pública na Comissão Especial da Câmara que analisa projeto de lei que instituiu o Plano Nacional de Educação para a década 2011-2020. A proposta do governo, enviada à Câmara em dezembro, fixa 20 metas, estipulando que os gastos públicos com ensino devem subir para 7% do PIB (Produto Interno Bruto) ao ano. Hoje o investimento é de 5%, somando-se os orçamentos da União, dos governos estaduais e municipais.
REMUNERAÇÃO
Entidades educacionais, porém, defendem qu o gasto seja maior, de 10% do PIB, e acusam o projeto de timidez. O próprio ministro admitiu que a meta 11, que propõe duplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, é acanhada e que poderá ser atingida já em 2014, por meio do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego (Pronatec). Haddad disse que é uma "covardia" perguntar ao ministro da Educação se ele prefere 7% ou 10% do PIB. Ele afirmou que gostaria de dispor de 10% ou mais do PIB para aplicar no ensino, mas que esse tipo de pergunta não deve ser feito a ele. Haddad lembrou que a promessa de campanha da presidente Dilma é que o país alcance 7% do PIB.
- Essa pergunta não pode ser feita a mim - disse o ministro, acrescentando:
- É evidente que não só está faltando dinheiro para a educação, como está faltando uma variável que é chave para a qualidade, que é a questão da remuneração (dos professores).
" É evidente que não só está faltando dinheiro para a educação (Haddad) "
Haddad afirmou que, à medida que as metas forem ampliadas, será preciso fazer uma conta de chegada para adequar à previsão de gastos do PIB ao custo das novas medidas. Ele também defendeu a realização de uma prova nacional de concurso para selecionar professores no Brasil inteiro, com adesão voluntária por parte de prefeituras e estados. Segundo o ministro, os concursos atuais são "mal-feitos". A previsão do Ministério da Educação é realizar a primeira prova nacional em 2012.

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