quinta-feira, 26 de maio de 2011

Educadores elogiam novo critério para conceder bônus

Mariana Mandelli
Clipping Educacional  - O Estado de S.Paulo
A ideia de incluir o cenário socioeconômico de uma escola entre os critérios válidos para a concessão do bônus por desempenho do colégio no Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp), dado a professores e funcionários, é vista como uma possibilidade interessante entre educadores e entidades - mesmo entre os que são contra a política de bonificação de forma geral.
Ontem, o Estado revelou que a Secretaria da Educação de São Paulo prepara um projeto que levará em conta o esforço e a questão socioeconômica de cada unidade, uma vez que a rede estadual, com mais de 5 mil escolas, é bastante heterogênea.
"É uma medida que gera um pouco mais de justiça dentro de uma política injusta (de bonificação)", diz Daniel Cara, coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.
Priscila Cruz, diretora executiva do Todos Pela Educação, considera a medida positiva para reduzir a desigualdade entre as escolas. "Sabemos que, em educação, o nível socioeconômico tem um peso grande e dificulta o trabalho da escola. É fundamental corrigir as dispersões. E o profissional que trabalha nessas unidades têm de ter um incentivo."
Ocimar Alavarse, professor da Faculdade de Educação da USP, defende a bonificação para funcionários com fixação em escolas de desempenho baixo em regiões vulneráveis. "Usar o critério socioeconômico é interessante não para o bônus, mas para explicar resultados e contribuir para o planejamento da escola."
Apesar das possíveis mudanças, sindicatos mantêm posição contrária à política. "Como está hoje não está bom", diz Maria Izabel Noronha, presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo. "O dinheiro devia ser aplicado no salário e na carreira."
O Centro do Professorado Paulista (CPP) tem posição semelhante. "Não somos contra o bônus nem a política de mérito, mas o salário está defasado", explica o presidente José Maria Cancelliero. "Mas, em se falando de um bônus mais justo, até demoraram para pensar em incluir esse tipo de critério."
Ontem, o CPP entrou com mandado de segurança coletivo contra a secretaria pela participação dos professores associados no processo de promoção por mérito. Eles tiveram inscrições indeferidas por terem afastamentos considerados de efetivo exercício. A pasta não se pronunciará antes de ser notificada.

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