quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Inep explica respostas do Enem questionadas por cursinho

Clipping Educacional - DE SÃO PAULO
A pedido da Folha, o Inep --órgão do Ministério da Educação responsável pelo Enem-- explicou por que considera que o gabarito que divulgou na noite de sexta-feira está correto.
Quatro respostas foram questionadas pelo presidente do Instituto Henfil, Mateus Prado.
ARGUMENTOS
Seguem os argumentos da equipe técnica do Inep para cada um dos exercícios:
"Prova de sábado
Questão 13 - prova amarela
Temos no texto-base a contextualização acerca de fatos que provocaram a anexação do Acre ao território brasileiro. Nesse caso, o elaborador utiliza-se de um fragmento de texto referenciado pelo site do MRE que explicita uma versão/interpretação do fato histórico. O eixo do debate centra-se nas oportunidades de trabalho que a exploração econômica da borracha oferecia aos emigrantes brasileiros. A resolução dos conflitos decorrentes da disputa daquela região, no inicio do século 20, é a assinatura do Tratado de Petrópolis, que permitiu a "compra" do território pelo governo brasileiro. O enunciado propõe a retomada da abordagem do texto-base para solicitar que o aluno "argumente" por que o Acre se tornou parte do território brasileiro. A alternativa correta é a "C". O território situado na fronteira entre a Bolívia e o Brasil, hoje chamado de Acre, pertencia à Bolívia até o início do século 20, apesar de a maioria de sua população ser formada por brasileiros desde o século 19. A busca de oportunidades geradas pela exploração da borracha fez com que os nordestinos desbravassem aquela região. Devido à desobediência dos brasileiros às autoridades bolivianas, como estratégia para assegurar o domínio da área, os bolivianos instituíram a cobrança de impostos, o que resultou em vários conflitos que somente tiveram fim com a assinatura do Tratado de Petrópolis em 1903, conforme elucida o texto-base. Em outras palavras, a presença de seringueiros (emigrantes do Brasil) nesse território, teve como consequência a aquisição do atual Estado do Acre. A alternativa "D" está errada porque o texto não faz referência à ocupação daquela região por imigrantes estrangeiros, o que invalida a informação de que inúmeros imigrantes estrangeiros ocupavam naquele período aquela região. As reflexões contidas no texto-base tem por ponto de partida uma perspectiva brasileira de emigração para a região. Ademais, a expressão "imigrantes estrangeiros" conduz ao entendimento amplo de imigrantes de qualquer lugar do mundo, o que não é referenciado no texto.
Questão 41 - prova amarela
O enunciado deixa claro que a compreensão do conceito de ética deve se restringir às reflexões propostas no texto-base, que a define como um empreendimento coletivo, produto das relações interpessoais e sociais, e, consequentemente, refere-se a valores, costumes e tradições de sociedades particularizadas. Assim, a alternativa condizente com o enunciado é a letra "A".
Prova de domingo
Questão 104 - prova amarela
A argumentação construída no texto possui dois marcadores argumentativos que carregam a semântica de oposição e adição de ideias no texto: o "mas" e o "e", respectivamente. Além disso, a adição de ideias segue na sequência por período coordenado assindeticamente. Não há no texto qualquer indício argumentativo de causa e consequência, expresso por meio de marcadores argumentativos, que permita a análise de que o gabarito seja "A".
Questão 156 - prova amarela
O problema consiste em escolher um caminho composto por duas estradas, com probabilidades independentes de haver engarrafamento em cada uma delas. O objetivo é estudar as relações entre o funcionamento dos componentes de um sistema, que, no caso dessa questão, é o sistema viário.
Na situação proposta, "enfrentar engarrafamento no caminho" significa haver engarrafamento em pelo menos uma das estradas, ou seja, haver engarrafamento na primeira estrada (Ei), ou na segunda estrada (Ej) ou em ambas (Ei e Ej). Em termos matemáticos, isso leva ao cálculo da probabilidade de ocorrer engarrafamento, dada por P = P, conhecida como a regra da adição de probabilidades. O cálculo pode ser assim esquematizado:
P = P = P + P - P, ou seja,
P = P = P + P - P.
Considerando a independências dos eventos, tem-se que P = P P.
Aplicando essas considerações, para cada um dos caminhos possíveis, obtém-se
P = 0,8 + 0,5 - 0,8 × 0,5 = 0,90
P = 0,8 + 0,3 - 0,8 × 0,3 = 0,86
P = 0,7 + 0,4 - 0,7 × 0,4 = 0,82
P = 0,7 + 0,6 - 0,7 × 0,6 = 0,88
Esses cálculos levam à conclusão de que o melhor caminho, isto é, o de menor probabilidade de engarrafamento, é E2E5. É engano admitir que há engarrafamento somente quando todos os trechos do caminho estão engarrafados."
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br

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