quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Haddad descarta veto a livro de Monteiro Lobato

Clipping Educacional - iG São Paulo
Ministro disse que pode aceitar que editora tenha que introduzir nota explicativa, mas não vetará "Caçadas de Pedrinho" em escolas
Devido a críticas encaminhadas ao governo, o ministro da Educação, Fernando Haddad, decidiu não acatar o polêmico parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE) que recomendava excluir "Caçadas de Pedrinho", de Monteiro Lobato, na lista de livros distribuídos à rede escolar. Divulgado na semana passada, o parecer apontou preconceito racial contra negros na obra, que conta a história da caçada de uma onça por Pedrinho e personagens do Sítio do Picapau Amarelo. Mas, por decisão de Haddad, o parecer terá de ser revisto.
No máximo, haverá uma recomendação para que a editora do livro inclua uma explicação do conteúdo racista. Publicado pela primeira vez em 1933, o livro tem trecho considerados preconceituosos sobretudo quando trata de Tia Nastácia, empregada doméstica negra da história, e de animais como urubu e macaco.
"Recebi muitas manifestações para afastar qualquer hipótese, ainda que por razões justificadas, de censura ou veto a uma obra, sobretudo no caso de Monteiro Lobato", disse o ministro. "Eu relativizaria o juízo que foi feito", continuou Haddad, sobre o parecer do CNE. "Pessoalmente, não vejo racismo".
A legislação prevê que obras distribuídas à rede escolar tenham o conteúdo analisado e possam eventualmente ser excluídas da lista por referências homofóbicas ou racistas. A legislação também prevê a possibilidade de recurso caso uma obra venha a ser vetada. "Certamente, há casos em que livros devem ser afastados, mas não no caso de um clássico como 'Caçadas de Pedrinho'", disse Haddad.
Prazo para recurso é de 30 dias
O ministro afirmou que vai respeitar o prazo de 30 dias para o recurso, contados a partir da divulgação do parecer do CNE, mas antecipou sua decisão de não homologar o parecer pela "quantidade incomum" de manifestações de especialistas que, segundo ele, não veem prejuízo à adoção do livro nas escolas.
"O conselho pode até recomendar que as editoras se preocupem em contextualizar referências racistas, sem mutilar a obra, uma nota explicativa não faz mal nenhum, puxar uma nota de rodapé e explicar", observou. A polêmica começou com uma denúncia à Secretaria de Políticas de Promoção e Igualdade Racial, encaminhada ao CNE. Em votação unânime, o conselho deu parecer contra o uso da obra.
"A obra 'Caçadas de Pedrinho' só deve ser utilizada no contexto da educação escolar quando o professor tiver a compreensão dos processos históricos que geram o racismo no Brasil", diz o parecer, em meio a referências elogiosas ao escritor Monteiro Lobato. "Há que se pensar em histórias que valorizem os diversos segmentos populacionais que formam a sociedade brasileira, dentre eles, o negro." (com informações da Agência Estado)
fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br

4 comentários:

  1. Foi a amesma coisa quando em alguns lugares tentaram impedir o uso de um livro de contos por causa de um conto "pornográfico" do Inácio Loyola Brandão. Quanto absurdo!!! Aquele conto oferece um milhão de questões para serem trabalhadas em sala de aula, e as mentes tacanhas e retrógradas só enxergaram pornografia.

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  2. Esse bastardo chamado monteiro lobato é um precursor do racismo , escritor das elites da década de 30, faziam chacota com o camponês brasileiro, estereótipo ridículo, com os negros da época ahhhhh esses eu até me recuso a comentar, qualquer imbecil pode concluir.

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  3. Como professor de história, eu si de tudo isso. Mas a obra dele pode exatamente servir para discutir isso em sala de aula (o pensamento racista/eugenista do início do século XX). Simplesmente proibir a obra acaba encobrindo uma questão importante como essa, além de mostrar o quanto não estamos capacitados a lidar com questões profundas.

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  4. Vete a obra desse bastardo que não respeita a sociedade brasileira e pronto.

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