quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Quem quer o filho na escola pública?

Gilberto Dimenstein
Clipping Educacional - Folha.com
Essa é uma ótima pergunta lançada, durante debate na TV, por Aloizio Mercadante para Geraldo Alckmin - e deveria ser repetida sempre. Sua resposta será a melhor medida para sabermos até que ponto somos uma nação civilizada.
Apesar de uma série de avanços, os 16 anos de PSDB estão muito longe de ter produzido, na educação, uma boa vitrine; as escolas são ruins, a imensa maioria dos alunos sai do ensino médio com poucos conhecimentos, a começar da língua portuguesa.
Mas, ao partir para um correto ataque, o PT, refém do corporativismo sindical, apresenta mais problemas do que soluções. Defende a indústria da repetência, ao atacar o sistema de aprovação por ciclos, como se apenas o aluno fosse culpado por não aprender - o que é, além ineficaz, injusto com o aluno, transformado de vítima em vilão. A repetência só provoca evasão e ressentimento. Não há nenhuma evidência de que o sistema baseado na repetência produza melhores notas. Basta, aliás, o PT consultar os dados do Ministério da Educação.
A crítica correta seria afirmar que o sistema de progressão exigiria um melhor acompanhamento do aluno, impedindo que ele fique tão defasado.
O PT também ataca o sistema de bônus que, pela primeira vez, tentou reconhecer um pouco os profissionais mais esforçados e aplicados. A melhor crítica seria afirmar que os salário inicial do professores ainda é baixo, o que dificulta a atração dos professores.
Com soluções desse tipo, aquela pergunta sobre se um político colocaria o filho na escola pública vai perdurar por muito mais tempo.
* Mas já considero um tremendo avanço que a qualidade de ensino seja a principal polêmica de um debate.
Gilberto Dimenstein, 53 anos, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha.com às segundas-feiras

7 comentários:

  1. Como defende este digno jornalista, se a progressão continuada fosse realmente a grande solução universal para todas as mazelas da educação, por que será que este sistema nefasto só perdura em terras paulistas? Alem do mais, só posso aceitar qualquer comentário relativo a educação de educadores (ou seja professores), todos os "pedagogos" de plantão possuem uma visão distorcida e pálida da realidade... lamentavel!

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  2. campanha cala boca dimenstein!!!!já!!!!!!!1

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  3. Eu teria perguntas a fazer: "Sr. Dimenstein, o senhor tem/teve filho na educação pública?"; "O senhor já esteve a frente de uma sala de educação noturna?"; "O senhor já se deparou com muitos alguéns menosprezando o seu trabalho, pelo qual o senhor teve de se esforçar para ser efetivado?" - se alguma resposta foi NÃO, então, não nos venha falar de indústria de repetência, porque, ao que me parece, o senhor não estaria qualificado para proferir juízos a esse respeito. No máximo, caberia-lhe uma opinião - e muito vaga, diga-se de passagem.

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  4. Olá Sil!
    Os assuntos são diversos e a educação, sem dúvida, causa muita revolta e indignação. Os nossos jovens não recebem educação apropriada. Mas isso, amiga, já vem de muito tempo, portanto, tais mudanças precisam ocorrer com urgência, na raiz do problema e não apenas como remendo.
    Eu estudei em escola pública e na minha época, dava orgulho!
    Grande beijo,
    Jackie

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  5. campanha cala boca dimenstein!!!!já!!!!!!!2

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  6. É muito engraçado o governo implantar no Brasil uma metodologia copiada de outros países (como o sistema de aprovação automática, por exemplo) e após admitir a falha do mesmo, pede à secretaria de educação que elabore exames de avaliação de desempenho escolar com o objetivo de procurar os culpados pela falência do ensino. Para eles, é mais fácil culpar do que tentar soluções adequadas para a melhoria das escolas públicas.

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  7. Silvana, quem tem o "poder" de escolher passa longe da escola pública, infelizmente. Não deveria ser assim, o jogo deve ser mudado ...

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