terça-feira, 17 de agosto de 2010

Psicólogo diz que bullying começa em casa

Clipping Educacional - Da Redação, com Assessoria de Comunicação do MPPB
Ao proferir palestra sobre Bullyng Escolar – Causas e Conseqüências Psicológicas, em João Pessoa, o psicólogo José Augusto Pedra disse ontem (29) que se percebe muita insegurança no envolvido com bullyng. A insegurança está atrelada a uma série de fatores gerados no próprio lar.
Pedra foi um dos principais palestrantes do I Seminário Paraibano sobre Bullying Escolar e Incentivo à Cultura de Paz, aberto na noite de sexta-feira (28), no Centro de Convenções Cidade Viva, no Bessa, Capital. O evento reuniu cerca de 900 pessoas, entre autoridades, estudantes e educadores.
Na palestra, Augusto Pedra observou que aquele que não se sente o filho predileto, se sente o filho rejeitado, mesmo que os pais não o tenham rejeitado deliberadamente. O psicólogo elencou uma série de necessidades básicas das crianças, como segurança existencial, emocional e afetiva; significado e limites.
Segundo ele, segurança existencial, emocional e afetiva só tem quem se sente amado. Explicou que a memória registra, privilegiadamente, as experiências com maior carga de emoção. Assim essas emoções que estão registradas na memória são reutilizadas como forma de se reconstruir uma nova cadeia de pensamento geradora de novas emoções. E a necessidade de segurança que está diretamente ligado à necessidade de se sentir amado interfere diretamente na auto-estima da pessoa.
O psicólogo José Augusto Pedra detalhou que num envolvimento bullying se percebe muita insegurança nos envolvidos. O agressor tende a ser muito inseguro; ele usa da sua inteligência e da liderança que tem. Geralmente são muito inteligentes, se saem bem de situações difíceis e são habilidosos em dar explicações e até mesmo na mentira. Conseguir persuadir, iludir e ludibriar e abusar do poder que detêm, mas por insegurança.
O professor também se referiu às vítimas que não se sentem amadas, porque se sentissem amadas em casa, provavelmente elas conseguiriam se auto-afirmar diante do grupo. Além disso, ela se subjuga mais facilmente à ação coerciva de um grupo sobre ela e tem mais dificuldade de dizer não, em se expressar.
Outra grande necessidade da criança, segundo o professor Augusto Pedra é a de significado. “Isto a pessoa sente, existencialmente falando, quando ela é valorizada e interfere diretamente na sua autoconfiança; e como ela se sente em relação a ela mesma e em relação ao grupo. Para o professor, isso é fator determinante.
A criança pode não se sentir valorizada porque se sente rejeitada, ou porque é comparada com o irmão, com o primo, com um aluno, segundo o psicólogo, que completa: “As crianças odeiam se sentirem comparadas; sentem vergonha, se sentem humilhadas, e muitos pais têm dificuldade de aceitarem os seus filhos como são”.
O professor mencionou que geralmente os pais gostam que seus filhos nasçam grandes, que se mantenham acima da média para a idade dele. “Nós gostamos de contar essas vantagens sobre nossos filhos. Agora, será que a expectativa que projetamos sobre os nossos filhos é o melhor para eles?”, questionou.
José Augusto Pedra faz um trabalho de preparação de atletas competitivos e de alto nível. Ele revela uma estatística comprometedora para os pais: “Nos Estados Unidos e Austrália, onde foram feitas pesquisas a respeito, 70% das crianças com potencial para serem atletas que poderiam se tornar estrela em qualquer modalidade esportiva não chegam à maturidade na vida esportiva por causa dos pais.”
E observou ser impressionante como os pais interferem e manipulam os filhos; vão ver o treino do filho para ficar articulando, manipulando e fofocando. Acrescentou que muitas vezes há uma influência do pai que não se realizou, mas ele espera se realizar naquele filho, o que traz prejuízos seriíssimos ao bom desenvolvimento da criança.
A terceira necessidade básica da criança elencada é o limite. A propósito, o professor disse ser necessário se incluir Deus na educação: “Se a criança vê que o pai e a mãe não têm limite, chegam em casa fala o que quer, na hora que quer e do jeito que quer, como é que essa criança vai aprender a noção de limite? Como vou ensinar a meu filho ter limite se eu não tenho?”. Mas se a criança sente que tem limite isso dará a ela o fortalecimento da noção de auto-afirmação. Ao passo que se o pai e a mãe têm amor e respeito a Deus e ambos vivem com esse respeito no coração, a criança sente que os pais são submissos a alguém, e isso facilita muito. “A criança não aprende pelo que ela ouve, mas pelo que ela capta por suas vias sensitivas e psíquicas”.
fonte: http://jornal.algosobre.com.br/

Um comentário:

  1. sou mãe de filho único. minha preocupação maior, era a falta de parâmetros. até onde ir, ir a partir de onde, ... acho que acertei. hj ele é independente, trabalha com o que gosta - música e jornalismo - e tem a auto estima em plena função.
    teve limites, levou muita bronca, tive muito xilique, contei muita história, brinquei junto, ... e por ai fomos nós.
    mesmo sem os parâmetros, sem irmãos, com primos, amigos, mas sem irmãos, seu valor era sempre exaltado e suas falhas discutidas entre 4 paredes.
    um dia vi uma amiga dizendo que o filho era burro, em tom de brincadeira, na frente de outras pessoas, inclusive o próprio filho e outras crianças. senti vergonha. realmente, o bullyng escolar, começa no lar.
    educar filho é coisa muito séria e as pessoas se dão conta disso, quando dão, tarde demais.
    lá no lar, nós acertamos. obrigada. re.

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