quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Material escolar terá selo de segurança e qualidade

FERNANDA BASSETTE
Clipping Educacional - DE SÃO PAULO
Produtos só poderão ser vendidos no país após certificação do Inmetro
Regra também valerá para itens importados; indústria terá um ano para se adaptar às regras do instituto
Paula tinha menos de cinco anos quando comeu metade de uma borracha cor-de-rosa, com aroma de morango. Sua irmã, Marta, também aprontou quando pequena: engoliu cola enquanto fazia colagens em casa.
"Ainda bem que não aconteceu nada sério, foi só o susto. Elas não tiveram nenhuma reação", conta a empresária Ana Maria Sala Mantovanelli, 44, mãe das garotas, que ficou apreensiva com a possibilidade de intoxicação.
Para evitar sustos como esses, o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) vai exigir a certificação compulsória de todo o material escolar destinado a crianças de até 12 anos.
A expectativa do instituto é publicar a resolução no "Diário Oficial" da União até o final de setembro.
Os fabricantes terão um ano para se adaptar e os revendedores terão seis meses a mais para zerar o estoque.

LÁPIS E BORRACHA
O selo do Inmetro deve garantir, por exemplo, que a garrafinha da lancheira não é tóxica ou que a borracha na ponta do lápis preto não vai se descolar (podendo ser engolida facilmente).
O objetivo também é assegurar a eficiência do material vendido, para que o consumidor não adquira canetinhas que ressecam facilmente, por exemplo.
Os produtos passarão por testes químico, mecânico e físico -em alguns casos, também por elétrico e biológico.
"Recebemos de três a quatro ligações por mês de pais questionando a segurança de materiais escolares", diz Gustavo Kuster, do Inmetro.
A pedagoga Patrícia Troncoso Guerreiro, 39, por exemplo, se assustou quando a filha de três anos tentou "apontar o dedo mindinho" em um apontador colorido, em formato de sapo. A menina só não se machucou porque o produto era seguro.

CONCORRÊNCIA
Produtos escolares importados representam hoje de 20% a 30% das vendas de material escolar no Brasil e também serão submetidos às regras brasileiras.
"A decisão vai ajudar a indústria nacional, já que os produtos importados quase sempre são de qualidade questionável", diz Antônio Nogueira, presidente do Simpa, sindicato das papelarias.
Marcos Romero, da associação de fabricantes de material escolar, diz que comemora a decisão "não pela proteção da indústria nacional, mas porque essa era uma pendência do setor".
fonte: https://acesso.uol.com.br/

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