sexta-feira, 9 de julho de 2010

A educação e os indicadores

por luisnassif
Clipping Educacional - Luia Nassif online
A divulgação do IDEB (Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico), o sistema de avaliação do ensino preparado pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) para o Ministério da Educação, é uma demonstração cabal do avanço da ciência dos indicadores no Brasil.
Os primeiros sistemas foram desenvolvidos no governo Fernando Henrique Cardoso. No primeiro governo Lula houve uma interrupção por algum tempo. Depois retomou-se o trabalho. Hoje, tem-se o mapa do ensino na mão, para definir políticas públicas.

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icadores são a melhor defesa de que dispõe a sociedade para a garantia de manutenção de políticas públicas. Definem-se os objetivos – no caso da educação, a qualidade do aprendizado do aluno. Depois, fixam-se metas, comparam-se desempenhos regionais, municipais ou de escolas.
Esse monitoramento permite identificar as melhores práticas, dentre escolas e estados, melhores métodos pedagogicos e, na outra ponta, os piores desempenhos.
A partir daí, governos federal e estaduais podem montar modelos de reforço aos mais fracos e de estímulo aos melhores.’

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A ciência dos indicadores de desempenho é recente no país. Apenas no início dos anos 2000, as primeiras ONGs passaram a estudar maneiras de avaliar os recursos aplicados na educação.
Coube ao Instituto Ayrton Senna os maiores avanços, com o projeto Acelera Ayrton – que visava reforçar o ensino para crianças repetentes. Na ocasião, Viviane Senna, presidente do Instituto, surpreendeu ao afirmar que o investimento em formas de avaliação era tão relevante quanto no projeto pedagógico.

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Tendo os indicadores, há que se ter o cuidado de formular os diagnósticos corretos.
Nos últimos anos, uma nova-velha geração de educadores, com um viés claramente contrário do da escola pública, estimularam a idéia de que a qualidade do ensino não depende de salários de professores, mas de métodos gerenciais e pedagógicos modernos.
Partia-se de uma visão simplificada da realidade. Primeiro, comparavam-se duas escolas nas mesmas condições – mesma região, com professores com os mesmos salários. Uma delas tinha desempenho superior ao da outra. Logo, concluía-se, o diferencial não é salário, mas o trabalho da direção.
Na semana passada, juntei no programa Brasilianas.org um conjunto de organizações envolvidas com educação – do Movimento Todos Pela Educação, liderado pelo empresário Jorge Gerdau, a movimentos mais ligados aos professores.

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A opinião unânime é que o passo inicial é o resgate da carreira de docente. Tem que se ter salários e plano de carreira para seduzir os melhores quadros. Depois, fornecer condições de trabalho adequado.
Aí, sim, começar a medir, avaliar e cobrar, sempre procurando envolver pais, alunos e ganhar corações e mentes dos professores.
Um dos erros básicos do modelo educacional paulista recente – da secretária Maria Helena – foi tentar empurrar modelos modernos goela abaixo dos professores.
Como o próprio Gerdau aprendeu em suas empresas, gestão mexe com pessoas. Sem convencê-las, não há modelo que funcione.
fonte: http://www.advivo.com.br/

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