sábado, 31 de julho de 2010

Educação e demagogia

FERNANDO DE BARROS E SILVA
Clipping Educacional - FOLHA DE SÃO PAULO
O candidato petista ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, precisa esclarecer melhor suas propostas para a educação: se eleito, pretende ou não acabar com o sistema de progressão continuada no ensino público?
Na sabatina realizada pela Folha, o senador foi enfático: "Vamos acabar imediatamente com a aprovação automática. Vai ter avaliação". Questionado se isso significava o fim da progressão continuada (que não reprova o aluno ano a ano, mas ao final de um ciclo), tergiversou: "Avaliar não é para reprovar. O que acontece na aprovação automática? Você finge que não reprovou, mas a vida vai reprovar". A frase de efeito é boa, mas a pergunta ficou sem resposta.
Quem implantou o sistema de progressão continuada em São Paulo foi o educador Paulo Freire, insuspeito de "tucanismo", quando secretário de Luiza Erundina. Mário Covas adotou o modelo no Estado em 1995. O desafio daquela época era, fundamentalmente, colocar (e manter) a criança na escola. As taxas de repetência e de evasão escolar eram alarmantes.
Hoje, ao menos no ensino fundamental, as crianças estão na escola. O que é um avanço. Mas a escola é ruim e as crianças aprendem pouco. O que é um problema sério. Os tucanos, há 16 anos no poder, têm óbvia responsabilidade sobre isso.
A "culpa", no entanto, não é da progressão continuada. Reprovar mais não é sinônimo de elevar o nível do ensino. Pode, dizem especialistas, significar o contrário. Estudos mostram que o aluno repetente aprende menos, e não mais que seus colegas; que a reprovação pode ser fator de "deseducação", além de estímulo à exclusão social.
Cerca de 85% dos alunos do ensino fundamental e médio do Estado (mais de 4 milhões de pessoas) estão na rede pública. A escola privada (o nosso mundinho de elite) forma 15% dos jovens. O desafio é imenso. Menos empáfia tucana e menos demagogia petista seriam um bom ponto de partida para SP.
fonte: http://www1.folha.uol.com.br

Um comentário:

  1. A solução para o problema da educação no país, a meu ver, é bem simples.
    Primeiro cria-se um programa de educação que atenda as necessidades do mercado de trabalho, impondo este programa como mínimo;
    Depois capacita-se os professores para que estes tenham condições de atender ao cronograma;
    Remurera-se os profissionais de ensino, todos eles, não apenas os secretários, de forma digna e justa, levando-se em conta que além das tarefas em sala de aula, os professores fazem revisão de matéria, elaboração e correção de provas, e alguns ainda se dão ao trabalho de tirar dúvidas de alunos via e-mail, orkut, etc.
    E por ultimo, fazer com que toda a infraestrutura escolar seja eficiente, segura e atenda tanto as necessidades dos alunos quanto as necessidades dos profissionais de ensino.
    Viu como é simples?
    Um grande abraço
    Giba

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