sábado, 24 de abril de 2010

Sem medo da hora da prova

JULIANA VINES
Clipping Educacional - especial para a Gazeta
Conheça quatro escolas curitibanas com metodologias diferentes de avaliação e analise as provas do seu filho
Junto com o fim do bimestre, a temida semana de provas, comum em muitas escolas, tira o sono de qualquer aluno. Não deveria. “As avaliações são supervalorizadas. A criança ou adolescente tem de estar pronto para ser avaliado a qualquer momento. Ele não deve estudar só para tirar uma nota”, diz Sônia Maria Roncaglio, psicopedagoga professora da Faculdade Evan¬gélica do Paraná (Fepar).
Quando o objetivo do estudo é a avaliação, de alguma forma o aprendizado sai perdendo. “Eu esperava o fim do bimestre e es¬¬tudava tudo de uma vez para não correr o risco de es¬-quecer a matéria”, lembra Aman¬¬da Licheski Contini, 13 anos, aluna da 8.ªsérie do Colégio Expoente. Após mudança no método de avaliação, a menina, que não é nada fã de Matemática, melhorou muito o desempenho depois que passou a ter provas semanais da disciplina. A explicação para as notas mais altas? “Não deixo mais a matéria acumular e me acostumei a estudar.”
De acordo com Sônia, esse é o segredo. A prova, se desmistificada, pode ser um pretexto para que o aluno crie o hábito de estudar. “O objetivo é verificar se o conteúdo foi aprendido. É importante que a avaliação deixe de ser vista como um bicho-papão e passe a ser encarada como rotina.”
Na Escola Turmalina, que adota a pedagogia Waldorf como método de ensino, nunca há provas. Como o número de alunos por sala é menor, o professor, que acompanha a mesma turma durante todo o ensino fundamental, faz avaliação individual todos os dias. “Trabalhamos muito com a memória. Tudo o que é visto no dia anterior tem de ser lembrado no dia seguinte. Fazemos isso com exercícios diários”, afirma Deriana Miranda, professora e membro da coordenação pedagógica da escola.
Azul ou vermelho
Na Escola Turmalina, os alunos recebem uma ficha em que o desempenho é relatado pelos professores. Não há notas azuis ou vermelhas como na escola de Amanda. Em qualquer um dos casos, os pais não precisam esperar o boletim para saber se a criança ou adolescente está indo bem ou não.
Atividades de sala, trabalhos e até o interesse dos alunos são sinais de que os resultados serão positivos. “Há várias formas de avaliar, mas o que sustenta sempre é o conteúdo. O método é só um reflexo da forma de trabalho do professor”, afirma Ana Maria Liblik, professora e pesquisadora do Departamento de Educação da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Quando as notas baixas aparecem, elas não precisam ser motivo de repreensão. “É um sintoma de que o conteúdo precisa ser revisto. É com isso que os pais têm de se preocupar, e não com a nota”, diz Sônia. “A escola do seu filho está revendo o que ele não aprendeu? Se ele tirou cinco, quer dizer que só entendeu metade do conteúdo. O que ele deixou de aprender?”, questiona.
Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br

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