segunda-feira, 1 de março de 2010

Um caminho mais curto

Clipping Educacional - Correio Popular / Campinas
A falta de profissionais qualificados para o mercado de trabalho vem sendo apontada como um dos entraves para o desenvolvimento econômico. Felizmente, cada vez mais jovens despertam para um caminho eficaz de formação: a educação profissional. O Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), divulgado em janeiro pelo Ministério da Educação, aponta que hoje mais de 10% das matrículas no Ensino Médio correspondem ao ensino técnico - eram 5% em 2001.
Esse aumento é visível na crescente procura pelos processos seletivos do Centro Paula Souza, autarquia do Governo de São Paulo responsável pelo ensino técnico (de nível médio) e tecnológico (nível superior) no Estado. No vestibulinho para o primeiro semestre de 2010, nada menos que 294.842 disputaram 82 mil vagas nas Etecs. Somente na região de Campinas, quase 15 mil inscreveram-se por uma vaga nas 38 unidades (27 escolas técnicas e 11 classes descentralizadas em outros municípios).
Os números indicam que os jovens estão buscando um ensino mais pragmático e conectado com a vida real. Ao contrário do que muitas vezes parece, o estudante brasileiro não está desinteressado da escola, mas busca um ensino que leve direta e rapidamente ao mercado de trabalho. Nesse sentido, a educação profissional é atraente porque tem foco, principalmente num contexto de competitividade crescente, no qual as pessoas precisam trabalhar cada vez mais cedo e apresentar melhor qualificação.
Quem cursa o ensino médio, na grande maioria das vezes, ainda não decidiu que carreira seguir. As opções lhe soam vagas, pouco concretas. Organizados em parceria com o setor produtivo, os cursos técnicos são uma alternativa objetiva e mostram exatamente o que ele pode fazer com o diploma na mão. Dessa forma, abrem caminhos para o mercado antes mesmo de o jovem entrar na faculdade.
Para se ter uma idéia, quatro em cada cinco ex-alunos das Etecs estão empregados um ano depois de formados. Nada mal quando se considera que menos de 20% dos jovens de 18 a 24 anos estavam empregados na Região Metropolitana de São Paulo no segundo semestre do ano passado, segundo pesquisa da Fundação Seade, situação similar à de outras metrópoles, como Campinas.
Sensível a essa realidade, o governo de São Paulo aposta em um Plano de Expansão amplo e inédito do ensino profissional. Triplicou o orçamento do setor, chegando a R$ 1 bilhão em 2010 para aumentar em 100 mil o número de matrículas no ensino técnico até 2010 e dobrar o número de Faculdades de Tecnologia (Fatecs), chegando a 52 unidades. Para a região de Campinas, duas Etecs devem ser entregues em 2010: Mogi-Guaçu e São Pedro. Nos últimos três anos, foram criadas na região cinco Etecs nos municípios de Piracicaba, Vargem Grande do Sul, Campo Limpo Paulista, Aguaí e Itapira, mais uma classe descentralizada em Capivari, além de três Fatecs - Mogi Mirim, Bragança e Piracicaba.
Ligado à Secretaria de Desenvolvimento, o Centro Paula Souza administra hoje 179 Etecs e 49 Fatecs em 141 municípios do Estado. As Etecs atendem hoje nada menos que 153 mil estudantes, no Ensino Médio tradicional e no técnico para os setores industrial, agropecuário e de serviços. Nas Fatecs, o número de alunos matriculados ultrapassa 35 mil.
A cada vez mais alta procura pelo ensino profissional mostra que o compromisso de ampliá-lo vai ao encontro das aspirações e necessidades dos jovens e da sociedade. Apostar nessa frente é política pública fundamental para garantir a inclusão social, atender às demandas do mercado nacional e internacional e promover o desenvolvimento do Estado e do Brasil.
Laura Laganá é diretora superintendente do Centro Paula Souza, autarquia do governo de São Paulo
fonte: http://www.saopaulo.sp.gov.br

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