terça-feira, 30 de março de 2010

Melhorar educação depende de piso e carreira para professores

Sarah Fernandes
Clipping Educacional - Enviada especial a Brasília (DF)
Sem estipular um piso de salário nacional e sem estruturar um plano de carreira para os professores não é possível melhorar a qualidade da educação pública no Brasil. A conclusão foi de um colóquio sobre valorização dos profissionais de educação, realizada na manhã desta terça-feira (30/3), na Conferência Nacional de Educação (Conae), que acontece em Brasília (DF) até quinta-feira (1/4).
Os participantes também concluíram que é necessário estabelecer o custo aluno-qualidade, organizar currículos escolares e regularizar as contratações com concursos públicos. “Não é possível falar em qualidade de educação sem valorizar os profissionais”, afirmou a presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Azevedo Noronha, uma das conferencistas.
“Com a municipalização do ensino, os professores têm salários e carreiras diferentes. A ideia não é retirar autonomia das prefeituras, mas articular para que piso e carreira sejam cumpridos”, avaliou. Ela lembrou que os professores precisam também de formação continuada nas escolas e de incentivo à pesquisa.
Outro problema levantado pelos conferencistas foi o repasse de verba para a educação. “Muitas vezes a gestão dos recursos fica nas mãos das secretarias de finanças, que não conseguem perceber as especificidades das demandas de educação”, avaliou o ex-presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e ex-secretário de educação da Bahia, Adeum Sauer.
Para ele, os professores precisam se dedicar unicamente às atividades nas salas de aula e pesquisa. “Um terço da jornada dos professores é dedicada para planejamento de atividades da escola. É uma atividade que não faz parte da docência”, afirma.
Plenárias
Os colóquios da Conferência foram finalizados nessa manhã. A partir de agora os delegados e os participantes se reúnem em plenárias para levantar propostas para o Plano Nacional de Educação (PNE). Elas estão divididas em seis eixos: papel do Estado na garantia do direito a educação de qualidade; qualidade da educação, gestão democrática e avaliação; democratização do acesso, permanência e sucesso escolar; formação e valorização dos trabalhadores em educação; financiamento da educação e controle social e justiça social, educação e trabalho.
As propostas levantadas nas plenárias serão discutidas na plenária final, marcada para quinta-feira (1/4). A expectativa é que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, participe do debate.

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