sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Aluno continua mal em matemática em SP

FÁBIO TAKAHASHI
Clipping Educacional - DA REPORTAGEM LOCAL
Dados da Prova São Paulo 2009, que avalia alunos da rede municipal, mostram pequena melhora apenas em português
Nem metade dos estudantes avaliados obteve nível satisfatório; na 8ª série, 91% não aprenderam o que se esperava em matemática
Os alunos da rede municipal de SP tiveram em 2009 um desempenho um pouco melhor em português, mas continuam muito mal em matemática. Em todas as séries, nem metade obteve nível satisfatório.
A situação mais grave é da 8ª série, em que 91% dos alunos não aprenderam o que se esperava em matemática (não conseguem, por exemplo, converter quilômetros em metros).
O panorama foi apurado por meio da Prova São Paulo 2009, exame cujos resultados foram obtidos pela Folha -300 mil estudantes de 2ª a 8ª série do ensino fundamental participaram da prova, que segue metodologia de avaliações federais.
Nas quatro séries em que todos os alunos foram avaliados, houve melhora das médias em português, ainda que tímida. O maior avanço foi na 2ª série (11%); o menor, na 6ª (0,3%).
Mas, mesmo na 2ª série, 56% não atingiram o esperado pela gestão Gilberto Kassab (DEM) -o aluno nessa série deveria saber, por exemplo, localizar informação explícita em um anúncio de classificados.
Já em matemática, houve leve queda em três das quatro séries e aumento de 0,4% na 2ª. Nesta etapa, que tem a melhor condição de todas, 83% não tiveram a nota desejada (espera-se habilidades como ler horas e minutos num relógio digital).
Para o presidente do Sinesp (entidade que reúne gestores das escolas), João Alberto Rodrigues de Souza, a diferença entre as disciplinas ocorre porque a prefeitura focou o português, com o programa Ler e Escrever, que capacita docentes e fornece materiais específicos.
O governo nega. Diz que no programa há conteúdos de matemática. Para o secretário de Educação, Alexandre Schneider, há "dificuldade mundial" para ensinar a disciplina. "Os resultados estão aquém do que esperamos. Mas a rede já está preparada para dar um salto de qualidade. A melhora nas séries iniciais indica isso."
Ele cita como exemplos de melhor organização da rede a redução das escolas com "turno da fome" (o que possibilita maior jornada), a introdução de currículo e materiais para alunos e docentes e o aumento das matrículas no ensino infantil (o que prepara melhor os alunos).
Pesquisador da Fundação Cesgranrio (que aplicou a prova), Ruben Klein diz que "a rede teve avanços consideráveis em português, mas há um grande desafio em matemática". Segundo ele, exames de outras redes apontam o mesmo problema. "Há preconceito contra matemática no país. É considerado aceitável não saber. É péssimo para um país que precisa de desenvolvimento tecnológico."
fonte: http://www1.folha.uol.com.br

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