Carolina Stanisci e Élida Oliveira
Clipping Educacional - Especial para o Estadão.eduConjunto de modelos matemáticos usados no Enem permite até identificar quem acertou questões no chute
SÃO PAULO - Uma das novidades no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano é a Teoria da Resposta ao Item (TRI), um conjunto de modelos matemáticos que permite que estudantes com o mesmo número absoluto de acertos possam ter notas finais diferentes. O resultado depende da combinação de itens assinalados na prova.
Isso ocorre porque a pontuação final de quem faz o exame não corresponde ao total de acertos, mas resulta da aplicação de um modelo da TRI – que atribui pesos diferentes a cada questão, dependendo de seu grau de dificuldade. Além disso, o modelo detecta, entre dois alunos com desempenho diferente, aquele que não sabia as respostas e acertou questões no chute.
“Embora o modelo usado pelo Ministério da Educação não tenha como finalidade analisar os acertos ao acaso, acaba penalizando quem marca a alternativa dessa maneira”, diz o professor do departamento de Estatística da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Tufi Machado Soares.
O modelo de prova revela incoerências no desempenho dos estudantes. Assim, nos testes de hoje, de Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Ciências Humanas e suas Tecnologias, um aluno que acertou mais testes considerados difíceis e errou os mais fáceis poderá ter nota menor que outro que acertou os mais fáceis e errou alguns dos mais difíceis.
“Errar uma questão dentro da sua proficiência é grave, porque você perde pontos. Já acertar questões fora da sua escala de proficiência não faz muita diferença, porque você vai pontuar menos”, explica Tadeu Terra, diretor da editora COC. “É como se as respostas assinaladas pelos alunos dessem ‘pistas’ do que ele sabe.”
Na prática, o aluno que tenha proficiência alta e maior probabilidade de acertar questões mais difíceis poderá pontuar mais, desde que acerte também as questões consideradas mais fáceis.
Com uma amostra de 180 questões, é possível avaliar de forma abrangente o conhecimento adquirido no ensino médio por cada um dos 4,1 milhão de alunos inscritos para fazer o Enem.
“Quem acertou questões difíceis no chute e errou as fáceis vai ser penalizado”, diz Dalton de Andrade, do departamento de Estatística da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). “Em um conjunto de 180 questões, há inúmeras combinações de acertos e erros. Por isso, há também inúmeras notas diferentes.”
Tudo isso é possível porque já se sabe o grau de dificuldade dos itens. As questões do Enem foram selecionadas entre 1,8 mil perguntas pré-testadas. O MEC submeteu estudantes do 2º ano do ensino médio e do 1º ano da faculdade a um exame, para definir o grau de dificuldade de cada uma das perguntas. A partir disso, distribuiu cada das questões em uma escala de dificuldade.
É nessa mesma régua que serão dispostos os itens do exame aplicado neste fim de semana. Com base no desempenho de cada estudante, mede-se a nota correspondente àquela proficiência. “O que se procura com a TRI é representar a resposta em função da proficiência do aluno e da própria característica dos itens”, explica Soares.
Especialistas consultados pelo Estado concordam que uma das maiores vantagens da TRI é poder avaliar a proficiência dos estudantes com precisão. Mesmo que estejam fazendo provas diferentes a cada ano, a régua de dificuldade do exame será a mesma para os alunos.
Usado em exames internacionais, como o Pisa e o Toefl, a TRI já é comum nos Estados Unidos desde a década de 50. No País, é usada na Prova Brasil e no Saeb, avaliações do sistema aplicadas pelo governo federal, e no Saresp, prova realizada anualmente pela Secretaria de Estado da Educação de São Paulo.
Fonte: http://www.estadao.com.br/
Isso ocorre porque a pontuação final de quem faz o exame não corresponde ao total de acertos, mas resulta da aplicação de um modelo da TRI – que atribui pesos diferentes a cada questão, dependendo de seu grau de dificuldade. Além disso, o modelo detecta, entre dois alunos com desempenho diferente, aquele que não sabia as respostas e acertou questões no chute.
“Embora o modelo usado pelo Ministério da Educação não tenha como finalidade analisar os acertos ao acaso, acaba penalizando quem marca a alternativa dessa maneira”, diz o professor do departamento de Estatística da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Tufi Machado Soares.
O modelo de prova revela incoerências no desempenho dos estudantes. Assim, nos testes de hoje, de Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Ciências Humanas e suas Tecnologias, um aluno que acertou mais testes considerados difíceis e errou os mais fáceis poderá ter nota menor que outro que acertou os mais fáceis e errou alguns dos mais difíceis.
“Errar uma questão dentro da sua proficiência é grave, porque você perde pontos. Já acertar questões fora da sua escala de proficiência não faz muita diferença, porque você vai pontuar menos”, explica Tadeu Terra, diretor da editora COC. “É como se as respostas assinaladas pelos alunos dessem ‘pistas’ do que ele sabe.”
Na prática, o aluno que tenha proficiência alta e maior probabilidade de acertar questões mais difíceis poderá pontuar mais, desde que acerte também as questões consideradas mais fáceis.
Com uma amostra de 180 questões, é possível avaliar de forma abrangente o conhecimento adquirido no ensino médio por cada um dos 4,1 milhão de alunos inscritos para fazer o Enem.
“Quem acertou questões difíceis no chute e errou as fáceis vai ser penalizado”, diz Dalton de Andrade, do departamento de Estatística da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). “Em um conjunto de 180 questões, há inúmeras combinações de acertos e erros. Por isso, há também inúmeras notas diferentes.”
Tudo isso é possível porque já se sabe o grau de dificuldade dos itens. As questões do Enem foram selecionadas entre 1,8 mil perguntas pré-testadas. O MEC submeteu estudantes do 2º ano do ensino médio e do 1º ano da faculdade a um exame, para definir o grau de dificuldade de cada uma das perguntas. A partir disso, distribuiu cada das questões em uma escala de dificuldade.
É nessa mesma régua que serão dispostos os itens do exame aplicado neste fim de semana. Com base no desempenho de cada estudante, mede-se a nota correspondente àquela proficiência. “O que se procura com a TRI é representar a resposta em função da proficiência do aluno e da própria característica dos itens”, explica Soares.
Especialistas consultados pelo Estado concordam que uma das maiores vantagens da TRI é poder avaliar a proficiência dos estudantes com precisão. Mesmo que estejam fazendo provas diferentes a cada ano, a régua de dificuldade do exame será a mesma para os alunos.
Usado em exames internacionais, como o Pisa e o Toefl, a TRI já é comum nos Estados Unidos desde a década de 50. No País, é usada na Prova Brasil e no Saeb, avaliações do sistema aplicadas pelo governo federal, e no Saresp, prova realizada anualmente pela Secretaria de Estado da Educação de São Paulo.
Fonte: http://www.estadao.com.br/
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