segunda-feira, 14 de setembro de 2009

MEC pretende aumentar carga horária do Ensino Médio

por Rodolfo Viana
Clipping Educacional - Guia do Estudante
Alunos, no entanto, escolheriam o que estudar. Autoridades da educação debateram sobre novo Enem e Ensino Médio Inovador em São Paulo
Especialistas em educação e mais de 300 gestores escolares de quase todos os estados brasileiros se reuniram em São Paulo no sábado, 12 de setembro, no Encontro de Educação SER. Promovido pela Abril Educação, a iniciativa buscou proporcionar a discussão de temas relevantes para a comunidade educacional, tais como o novo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e o Ensino Médio Inovador, duas importantes propostas que devem reformar radicalmente o ensino nos próximos anos.A oportunidade de discussão foi exaltada pelo diretor do sistema de ensino SER, Marco Antonio Ferraz, na abertura do evento. “Aqui estão representados mais de 110 mil alunos”, disse, referindo-se ao alcance que as ideias tratadas no encontro poderiam ter no corpo de estudantes do País.Com esse universo estudantil representado pelos mantenedores de escolas, a discussão do papel do gestor contemporâneo tornou-se oportuna, e José Ernesto Bologna, fundador do Ethos SHN (Seres Humanos de Negócios) e consultor em Desenvolvimento Humano e Organizacional, se encarregou de tratar do assunto. Ele apontou a ousadia como ferramenta necessária para se compreender o contexto dos jovens da atualidade, que têm mais poder dentro de casa e que nunca foram tão conectados ao mundo como agora. “O desafio do gestor é ter coragem de enfrentar o óbvio.” Reinventar-se é verbo regente neste cenário.
"O ENSINO MÉDIO É MUITO CHATO"
Francisco Cordão, membro do Conselho Nacional de Educação, palestrou sobre o Ensino Médio Inovador, proposta do MEC para reestruturação curricular do antigo colegial e que estabelece uma grade curricular baseada em quatro eixos do conhecimento – cultura, tecnologia, trabalho e ciência – a qual disponha as disciplinas de tal forma que dialoguem entre si. “A escola deve fazer sentido para o aluno. Se ninguém aprende, ela não serve para nada. A aula deve ser contextualizada, interdisciplinar e de acordo com a proposta pedagógica da escola”, afirmou.Para subsidiar sua opinião, Cordão foi enfático: “A evasão escolar entre jovens acontece porque o Ensino Médio é muito chato.” Para minimizar este panorama, o MEC pretende aumentar a carga horária em 20%, mas com disciplinas escolhidas pelos próprios alunos. Além disso, há um esforço grande no sentido de reduzir a lacuna entre prática e teoria.Com a posição, os estudantes devem melhoras as notas no Enem, principalmente no momento em que ele passa por alterações. O novo Enem contempla perguntas objetivas em quatro áreas do conhecimento: linguagens, códigos e suas tecnologias (incluindo redação); ciências humanas e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias e matemáticas e suas tecnologias. Cada grupo de testes será composto por 45 itens de múltipla escolha, aplicados em dois dias. Tais alterações buscam transformar o exame em um documento passível de análise comparativa no tempo e de avaliação de conteúdo abordado diretamente o currículo do Ensino Médio.O ponto de destaque foi a presença de Paulo Renato Souza, ex-ministro e atual secretário de Educação do Estado de São Paulo. Ele destacou a competição saudável entre as empresas de ensino, que cada vez mais buscam a excelência que o mercado demanda. Também esclareceu que, “para a rede pública, as escolas privadas servem como laboratório de um novo jeito de ensinar”, pois as inovações trazidas pelo ensino pago são gradualmente adotadas pelo governo.O secretário afirmou que o Ensino Médio Inovador já está se tornando uma realidade no estado. “O programa Ler e Escrever , empregado de primeira a quarta série, e o São Paulo Faz Escola, usado da quinta à nona, já estão em linha com o Ensino Médio Inovador, pois o conteúdo é transversal”, disse. Para continuar com essa adequação, Paulo Renato garantiu que, a partir do ano que vem, pretende seguir com o apoio às escolas da rede estadual paulista para adotarem as diretrizes do Ensino Médio Inovador.Depois de sua palestra, durante uma entrevista coletiva improvisada, o secretário sugeriu que o governo federal avalie não apenas o ensino em si, “mas também os sistemas de ensino” – materiais para alunos e professores, metodologias etc. – disponíveis no mercado. Sobre o Enem, Paulo Renato disse que ele seria interessante se houvesse concordância entre as universidades federais para que o exame fosse utilizado apenas na primeira etapa do vestibular. “Eu acharia um caminho mais tranqüilo o de negociar com as universidades federais para que o Enem substitua a primeira fase e depois cada uma faria sua segunda fase”.
Fonte: http://guiadoestudante.abril.uol.com.br/

Um comentário:

  1. Dizem que o jovem não ferquenta o Ensino Médio porque o Ensino é chato. Então, se ele achar o emprego chato, vai se demitir? É perigoso essa coisa de "atrair" só com o que o sujeito gosta, pois assim estamos formando pessoas mimadas que acham que só precisam fazer o que querem e gostam.

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