terça-feira, 22 de setembro de 2009

Escolas se preparam para mudanças no Ensino Médio

Clipping educacional - O Dia
A hora de renovar a matrícula de seu filho ou trocar de escola está chegando. Então, é bom ficar atento às mudanças que, a partir do ano que vem, escolas públicas em todo o País vão oferecer no Ensino Médio para milhares de estudantes. A proposta do Ministério da Educação (MEC) prevê mudanças no currículo que incluem aumento da carga horária mínima de 2,4 mil para 3 mil horas, jornada de 40 horas semanais para professores e redução das atuais 12 disciplinas para quatro grupos de conhecimento (Línguas, Matemática, Humanas, e Ciências e Biológicas).
Nesta primeira etapa, o novo modelo será adotado apenas nas escolas estaduais, que terão à disposição verba extra de R$ 100 milhões para custear projetos de melhoria no ensino. As mudanças na rede pública já devem ser acompanhadas por pais e alunos que miram o ingresso na universidade.
A reforma é a saída encontrada pelo MEC para tentar conter a evasão escolar e preparar melhor os alunos para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que este ano começou a 'servir' de vestibular para as instituições federais de ensino superior. No Rio, o programa começará por 10 escolas estaduais que estão sendo selecionadas. Os alunos escolherão até 20% das disciplinas extras, que podem ser projetos, oficinas, atividades culturais ou práticas em laboratório, aulas de informática e de empreendedorismo.
Segundo a subsecretária de Gestão da Rede e de Ensino, Teca Pontual, serão escolhidas unidades com menos de 500 alunos que estejam cursando o Ensino Médio em um único turno, para que seja possível oferecer atividades extras no contraturno - se o aluno estuda de manhã, terá atividades à tarde, ou vice-versa. "Vamos selecionar aquelas com altos índices de evasão e baixo desempenho no Sistema de Avaliação da Educação e que estejam próximas de centros de formação na capital, em Nova Iguaçu e Niterói", conta Teca.
Particulares se adaptam ao EnemO MEC espera que a rede particular adote nos próximos anos a grade interdisciplinar. As escolas pagas já começaram a mudar o currículo para se adaptar ao Novo Enem. Alunos estão tendo mais aulas de redação, maior interação entre as disciplinas e mais tempo em atividades extras. A mudança agradou aos estudantes.
"Aulas dinâmicas sempre ajudam no aprendizado", defende Caroline Castro, 15, aluna do 1º ano do Colégio São Paulo, em Ipanema. Pesquisa da FGV revelou que a falta de motivação é a causa de evasão para 40% dos jovens de 15 a 17 anos.
A ideia do MEC é que a diversificação do currículo torne os colégios mais atraentes. "A escola supervaloriza a teoria e se esquece de colocá-la em prática. A leitura também precisará ser estimulada", explica o coordenador-geral do Ensino Médio do MEC, Carlos Artexes Simões. O MEC recebe até quinta-feira sugestões ao documento que cria o Ensino Médio Inovador. A minuta está na Internet (www.mec.gov.br).
Prazo para apresentar planoSimões alerta que os estados terão dois meses, a partir da portaria, que deve sair em duas semanas, para apresentar os Planos de Ações Pedagógicas. O PAP deve conter análise da situação das escolas, plano de trabalho, plano pedagógico e programa orçamentário. "O ministro Fernando Haddad já avisou que dinheiro não é problema. As escolas que aderirem receberão ajuda técnica e financeira", diz.
Ele explica ainda que a secretaria deve informar número de escolas e de estudantes que vão ingressar na experiência e as metas a serem alcançadas em relação ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), a evasão, aprovação e reprovação.
Enem leva colégios a promover mudançasDaqui a duas semanas, 4,5 milhões de estudantes em todo o País (311.641 no Estado do Rio) farão o Enem, principal porta de entrada para 48 universidades e centros federais. Para se preparar para a prova, em 3 e 4 de outubro, estudantes da rede estadual estão tendo aulas de reforço.
Aluno do 3º ano do Ensino Médio, Yan Raphael Aliendre, 18 anos, foi um dos selecionados para assistir às aulas presenciais transmitidas em tempo real, via satélite, para 92 municípios. "Vou disputar vaga no curso de Ciência da Computação na UFRJ", diz.
No Colégio São Paulo, em Ipanema, alunos do último ano têm aulas extras por áreas de conhecimento. De acordo com a coordenadora Martha Bonardi, no próximo ano, a escola pretende aumentar a carga horária dos alunos do Ensino Médio com novas atividades. A escola Mopi, na Tijuca, aplica um simulado por semana e aumentou a quantidade de aulas de Português e Redação.
"O rendimento dos estudantes melhorou"Escolas estão tendo que se adaptar ao novo modelo de prova do Enem, obrigatório para todas as universidades federais do Rio. O Centro Educacional da Lagoa (CEL) oferece aos alunos aulas de robótica, informática e música. Para 2010, devem entrar na grade aulas de ciências em laboratórios e passeios para colocar em prática a matéria estudada em sala, além de aulas interdisciplinares.
"O rendimento e o interesse dos alunos melhoram muito quando se põem em prática o que aprendem nas salas", avalia o coordenador geral de vestibulares do CEL, Sandro Age Faria. Ele considera arriscado concentrar 12 disciplinas em quatro áreas de conhecimento, pois os professores não têm formação para dar esse tipo de aula. "O professor de biologia terá dificuldade de ensinar física e química", afirma o professor.
fonte:http://noticias.terra.com.br

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