segunda-feira, 20 de julho de 2009

O distante sonho da educação integral

Demétrio Weber
Clipping Educacional - Jornal do Commércio / Agência Globo (19.07.2009)
Burocracia e falhas na gestão do programa Mais Educação fazem com que apenas 1,2% do número de alunos de ensino fundamental sejam beneficiados
Defendido por especialistas como caminho natural para melhorar a aprendizagem, a educação em tempo integral ainda engatinha no Brasil. Dos 32 milhões de alunos de ensino fundamental das redes pública e privada do País, apenas 406.964 (1,2%) ficavam mais de oito horas na escola, no ano passado, segundo o Censo Escolar.O número inexpressivo reflete não só falta de dinheiro e espaço para acomodar os alunos. Mesmo um programa específico do Ministério da Educação (MEC), criado para levar ensino integral às escolas com mais baixo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), tropeça na burocracia e em falhas de gestão. A meta do Mais Educação este ano é financiar o aumento da carga horária em cinco mil escolas, beneficiando 1,3 milhão de estudantes das redes estaduais e municipais.Terminado o primeiro semestre, porém, o programa não repassou sequer um centavo às escolas. "A previsão é que isso ocorra em agosto", afirma o secretário de Educação Continuada, Diversidade e Alfabetização do MEC, André Lázaro. Segundo o secretário, o atraso foi provocado pela troca do sistema de gerenciamento. A análise dos projetos também demora. Das 159 escolas de ensino médio selecionadas, apenas uma já está apta a receber o dinheiro. "Preferimos retardar para começar com segurança. A pior coisa do mundo é ter um sistema inconsistente", justifica Lázaro. Em 2008, porém, o Mais Educação também teve início no segundo semestre, restrito a 1.409 escolas e 380 mil estudantes.A demora no ano de estréia deu origem a um efeito cascata com consequências perversas para o financiamento do ensino integral. Isso porque um dos mecanismos para incentivar as escolas integrais está no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). O Fundeb paga 25% a mais por alunos de ensino integral, com base nos dados do Censo Escolar. O problema, diz Lázaro, é que o censo coleta informações no primeiro semestre. Assim, matrículas integrais patrocinadas pelo Mais Educação podem ter ficado de fora do Censo Escolar 2008 do MEC, impedindo que prefeituras e governos estaduais recebam o adicional do Fundeb em 2009.
fonte:http://e-educador.com

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