ANGELA PINHO
Clipping Educacional - da Folha de S.Paulo, em Brasília
O bom ensino médio não está restrito aos grandes centros. Os dados do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) mostram que as escolas com as notas mais altas estão em sua maior parte no interior.
Considerando-se os colégios na faixa dos 10% de melhor desempenho, 64% estão fora das capitais. Aqueles nas regiões metropolitanas das capitais respondem por 10% do total; o restante está ou no litoral ou, principalmente, no interior.
Em São Paulo, a fatia é maior --60% da "elite" do Enem está no interior do Estado; 26%, na capital; outros 12% na região metropolitana e 2% no litoral.
Nesse terceiro grupo está a escola Professora Lúcia de Castro Bueno, em Taboão da Serra. Excluindo-se as escolas técnicas, ela é a melhor estadual de São Paulo, embora fique apenas na modesta 2.596ª posição na classificação geral do Enem.
Para César Callegari, secretário de Educação local e membro do Conselho Nacional de Educação, a explicação está na autonomia da escola, que, segundo ele, inclusive conseguiu se desligar de algumas diretrizes da secretaria estadual, como o uso de apostilas e a progressão continuada.
É esse fator, e não a localização das escolas, o maior motivo de êxito, sustenta. Por outro lado, pondera que, em cidades menores, muitas vezes há mais condições de manter equipes estáveis, com menos rotatividade de diretores e professores, o que acabaria influenciando positivamente a aprendizagem.
Reynaldo Fernandes, presidente do Inep (instituto de pesquisa ligado ao MEC), afirma desconhecer evidência da influência da localização das escolas sobre o desempenho dos alunos. Ele diz que os estudos sobre educação mostram que o fator socioeconômico é o que pesa mais sobre a nota final.
Embora a maior parte dos melhores colégios esteja no interior ou nas regiões metropolitanas, um olhar sobre o desempenho no Enem mostra que, nacionalmente, a probabilidade de um colégio da capital entrar na lista dos "tops" é maior do que no resto do país: 20% das escolas do Brasil estão nas capitais, mas, se forem consideradas só as melhores, o percentual sobe para 34%.
Perfil
A lista das escolas entre as 10% melhores levou em conta a média na prova objetiva e de múltipla escolha. O Inep também aplicou uma fórmula para evitar que a diferença entre o número de alunos que fez a prova em cada escola distorcesse as diferenças entre elas.
O perfil dessa "elite" educacional reflete o conhecido abismo entre o sistema público e o particular. Levando-se em conta as 10% melhores notas no Enem, chega-se a 1.917 escolas --dessas, 92% são particulares.
Entre as públicas, aparecem duas escolas técnicas municipais, 83 escolas federais (sendo 48 técnicas) e 66 estaduais, das quais todas pertencem a uma minoria do sistema --são ou de ensino profissionalizante ou cobram mensalidade.
O bom ensino médio não está restrito aos grandes centros. Os dados do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) mostram que as escolas com as notas mais altas estão em sua maior parte no interior.
Considerando-se os colégios na faixa dos 10% de melhor desempenho, 64% estão fora das capitais. Aqueles nas regiões metropolitanas das capitais respondem por 10% do total; o restante está ou no litoral ou, principalmente, no interior.
Em São Paulo, a fatia é maior --60% da "elite" do Enem está no interior do Estado; 26%, na capital; outros 12% na região metropolitana e 2% no litoral.
Nesse terceiro grupo está a escola Professora Lúcia de Castro Bueno, em Taboão da Serra. Excluindo-se as escolas técnicas, ela é a melhor estadual de São Paulo, embora fique apenas na modesta 2.596ª posição na classificação geral do Enem.
Para César Callegari, secretário de Educação local e membro do Conselho Nacional de Educação, a explicação está na autonomia da escola, que, segundo ele, inclusive conseguiu se desligar de algumas diretrizes da secretaria estadual, como o uso de apostilas e a progressão continuada.
É esse fator, e não a localização das escolas, o maior motivo de êxito, sustenta. Por outro lado, pondera que, em cidades menores, muitas vezes há mais condições de manter equipes estáveis, com menos rotatividade de diretores e professores, o que acabaria influenciando positivamente a aprendizagem.
Reynaldo Fernandes, presidente do Inep (instituto de pesquisa ligado ao MEC), afirma desconhecer evidência da influência da localização das escolas sobre o desempenho dos alunos. Ele diz que os estudos sobre educação mostram que o fator socioeconômico é o que pesa mais sobre a nota final.
Embora a maior parte dos melhores colégios esteja no interior ou nas regiões metropolitanas, um olhar sobre o desempenho no Enem mostra que, nacionalmente, a probabilidade de um colégio da capital entrar na lista dos "tops" é maior do que no resto do país: 20% das escolas do Brasil estão nas capitais, mas, se forem consideradas só as melhores, o percentual sobe para 34%.
Perfil
A lista das escolas entre as 10% melhores levou em conta a média na prova objetiva e de múltipla escolha. O Inep também aplicou uma fórmula para evitar que a diferença entre o número de alunos que fez a prova em cada escola distorcesse as diferenças entre elas.
O perfil dessa "elite" educacional reflete o conhecido abismo entre o sistema público e o particular. Levando-se em conta as 10% melhores notas no Enem, chega-se a 1.917 escolas --dessas, 92% são particulares.
Entre as públicas, aparecem duas escolas técnicas municipais, 83 escolas federais (sendo 48 técnicas) e 66 estaduais, das quais todas pertencem a uma minoria do sistema --são ou de ensino profissionalizante ou cobram mensalidade.
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