domingo, 22 de março de 2009

Para a Apeoesp bônus faz com que docente queira sair de escola com Idesp ruim

Fernanda Calgaro
Professores que dão aulas em escolas que não alcançaram a meta de desempenho estipuladapela SEESP vão querer trabalhar em outro local para garantir bônus segundo a Apeoesp
Clipping Educacional - G1 (19.03.2009)
Isso porque a concessão do bônus está vinculada ao resultado no Índice de Desenvolvimento da Educação de São Paulo (Idesp). Funciona assim: o indicador varia numa escala de 0 a 10 e cada escola recebe uma meta de acordo com o seu perfil. Se essa meta é atingida em 100%, os professores e funcionários recebem 20% a mais do seu salário atual. Esse percentual diminui de acordo com o quanto foi atingido da meta. Os resultados do Idesp foram divulgados na quarta-feira (18) pela secretaria."Em vez de ter um caráter positivo, o índice tem um caráter punitivo e não de revisão de política educacional. Quando a secretaria pune, ela discrimina a escola e o aluno. E o professor não é bobo, ele vai sair de lá. Ele não vai querer ficar numa escola sem nenhuma condição de trabalhar _tem 20% das escolas em que não é possível trabalhar. Eles vão procurar que têm condições melhores para poder ter um índice maior e poder garantir o seu bônus", afirma Maria Izabel Noronha, presidente da entidade.
'Tiro no pé'
“A secretária [de Educação] vai dar um tiro no pé, porque a qualidade de ensino deve ser buscada para todos, indistintamente, então, a secretaria tem que pensar, entre outros fatores, na carreira do professor, que precisa ter incentivos. Desta forma, na minha avaliação, vai acentuar a desigualdade e não vai garantir a qualidade do ensino.” Segundo Maria Izabel, a baixa condição de trabalho e os baixos salários são uma resposta aos resultados da avaliação aplicada pela secretaria no ano passado aos professores. “A secretaria diz que muitos professores tiraram nota zero [na avaliação], mas essa é uma explicação a essa falta de incentivos.” A presidente do sindicato afirma ainda que muitas escolas com desempenho baixo, mas que alcançaram a meta, irão receber o bônus, enquanto outras com desempenho melhor, mas que não conseguiram atingir a meta, ficarão sem a bonificação.” "O grande problema dessa política de bônus é que, se se detectou que está mais frágil o problema educacional numa determina escola, é aí que tem que centrar mais esforços e dar um tempo para resolver e atingir a meta.” O índice por escola pode ser consultado no site da secretaria Procurada, a Secretaria Estadual de Educação limitou-se a dizer, por meio de sua assessoria de imprensa, que informará como o bônus será pago e esclarecerá demais dúvidas somente na semana que vem. A previsão é que professores e funcionários recebam o bônus já no final deste mês. A secretaria também promete divulgar em abril o resultado dos dados que formam o indicador.
fonte:http://e-educador.com

Um comentário:

  1. Este é o momento de confrontarmos a Secretaria da Educação com o seguinte argumento:
    Se não recebemos bônus por considerarem que a baixa qualidade do ensino atribui-se apenas ao professor, ( desconsiderando todos os outros fatores) significa que o professor é "super poderoso", fundamental, imprescindível para melhorar a qualidade de ensino. Então, por que não pagam um sálario justo?
    E, se assim pensam (pois é assim que agem!)por que não fazem como as empresas que demitem os funcionários incompetentes? Garanto que muitos de nós adoraria ter a oportunidade de sair dessa se não houvesse prejuízo dos anos dedicados ao magistério sem nenhuma valorização.
    Parece-me que nos querem como trabalhador num regime de semi-escravidão: dedicação total, desprezo e baixo salário.

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