segunda-feira, 6 de julho de 2015

Alckmin inflou dado sobre salário de professor do Estado de São Paulo

FÁBIO TAKAHASHI
Clipping educacional - DE SÃO PAULO
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) inflou dados sobre salários dos professores da rede estadual paulista em meio à maior greve da categoria, que durou 89 dias e atingiu parcialmente a rede até o mês passado.
O tucano dizia que a paralisação não fazia sentido, pois, segundo ele, os professores tinham recebido reajuste de 45% ao longo do seu mandato anterior (2011-2014).
Na realidade, professores da ativa da rede estadual tiveram 12,3% de aumento no valor que recebem mensalmente, descontada inflação.
O detalhamento do reajuste foi informado pelo governo do PSDB à Folhasomente no fim do mês passado, após o governo ser acionado via Lei de Acesso à Informação.
A reportagem cobrava a Secretaria de Educação desde abril. O prazo para resposta chegou a vencer, e as informações foram encaminhadas só após o fim da paralisação.
Até então, o governo não informava quanto dos 45% de reajuste se referia à incorporação de gratificações.

Editoria de Arte/Folhapress 

A incorporação significa que o valor que o professor recebia como um extra passou a ser pago no salário-base.
É uma medida que beneficia os aposentados, que não recebem gratificações. Por outro lado, não contempla na mesma proporção os profissionais da ativa, que já recebiam o dinheiro mensalmente. Para eles, a maior vantagem da medida vem do fato de alguns benefícios serem calculados pelo salário-base.
Segundo os dados informados agora pelo governo, o salário-base aumentou 11,2% com a incorporação das gratificações. Como a inflação no mandato anterior de Alckmin (2011 a 2014) ficou em 21,5%, (IPC-Fipe), o ganho real da remuneração mensal dos docentes ativos foi de 12,3% durante esse período da gestão.
Esse ganho real cai para 5,3% se considerada também a inflação dos cinco primeiros meses deste ano.
O governo analisa uma política salarial para os professores, que saíram da greve sem proposta concreta de aumento. Durante a paralisação, o reajuste já concedido foi um dos pontos de embate entre a Apeoesp (sindicato dos docentes) e o governo.
O sindicato dizia que os 45% não eram reais, considerando inflação e gratificações já existentes. Ao longo da greve, o governador passou a ponderar que, de fato, parte do ganho real havia sido anulado pela inflação, mas não citava as incorporações.

OUTRO LADO
Procurado, o Palácio dos Bandeirantes disse que os esclarecimentos sobre adivulgação dos salários inflados dos professores estaduais deveriam ser feitos pela Secretaria de Educação. A pasta ressaltou que vantagens dadas aos professores da ativa são calculadas a partir do salário-base.
Em nota, o órgão diz ser "inacreditável que a reportagem da Folha conclua, sabe-se lá como, que a incorporação de gratificações historicamente pleiteada pela categoria não beneficie diretamente profissionais da ativa".
O salário-base, diz, "repercute no aumento de benefícios como valorização por especialização e mérito, adicional por tempo de serviço e sexta-parte". Não foi informado, porém, qual o impacto do reajuste do salário-base na remuneração mensal do docente.
"O fato", diz a secretaria, é que o salário-base teve "aumento de 45% nominal e 21% real [descontada a inflação]".
O governo diz que "foi transparente e divulgou incorporações quando ocorridas". A pasta, porém, não havia detalhado até mês passado quanto dos 45% de reajuste proviam da incorporação. E não informou por que demorou dois meses para responder a solicitação da Folha sobre o tema.
fonte: http://www1.folha.uol.com.br/

quinta-feira, 2 de julho de 2015

STF manda governo de SP pagar dias parados de professores grevistas

Clipping Educacional - Do G1, em Brasília

Decisão foi do presidente do Supremo, ministro Ricardo Lewandowski.
Segundo ele, reposição de aulas assegura pagamento dos salários.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, determinou nesta quinta-feira (2) que o governo de São Paulo pague o salário correspondente aos dias parados de professores do estado que fizeram greve por cerca de três meses, entre março e junho deste ano.
A decisão suspendeu os efeitos de uma decisão anterior do Superior Tribunal de Justiça (STJ), instância inferior do Judiciário, que permitia ao governo de São Paulo cortar o salário. Para Lewandowski, a decisão tem caráter constitucional e por isso caberia ao STF decidir sobre o assunto.
“A garantia constitucional do salário assegura seu pagamento pela Administração Pública, principalmente nas situações em que o serviço poderá ser prestado futuramente, por meio de reposição das aulas, como só acontece nas paralisações por greve de professores”, explicou o ministro do STF em sua decisão.
Em maio, o presidente do STJ, ministro Francisco Falcão, permitiu o desconto nos salários, argumentando que manter o ponto dos grevistas acarreta um prejuízo aos cofres públicos de R$ 23,7 milhões, além do prejuízo decorrente do pagamento a professores substitutos no montante de R$ 18,9 milhões somente em março de 2015.
A decisão foi confirmada no início de junho pela Corte Especial, colegiado formado pelos 15 ministros mais antigos do STJ.
Os professores da rede pública estadual decidiram encerrar a paralisação no dia no último dia 12 de junho. Apesar de ser considerada a mais longa greve da história da categoria, num total de 92 dias, o sindicato não conseguiu o reajuste salarial reivindicado.
Os professores reivindicavam 75,33% para equiparação salarial com as demais categorias com formação de nível superior. O governo diz ter dado reajuste de 45% no acumulado dos últimos quatro anos.
A Secretaria de Educação também informou que parte da categoria receberá até 10,5% de aumento de acordo com desempenho em avaliação. Não houve proposta de reajuste geral para toda a categoria.
Na ocasião em que o sindicato decidiu pelo fim da greve, a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noronha disse que “a resistência não pode ir além da sobrevivência dos professores”.

fonte: http://g1.globo.com/

domingo, 28 de junho de 2015

Definição de currículo nacional para educação gera contradição no governo

FLÁVIA FOREQUE  - FÁBIO TAKAHASHI
Clipping Educacional - Folha 
A criação de um currículo nacional para a educação básica tem movimentado diferentes atores do governo federal –e não necessariamente na mesma direção.
No ano passado, a sanção do Plano Nacional de Educação deu um prazo para a construção do documento: até junho de 2016, a proposta de uma base nacional comum deve ser enviada ao CNE (Conselho Nacional de Educação), após processo de "consulta pública nacional".
Antes mesmo dessa etapa, no entanto, o tema é alvo de divergências na Esplanada.
Encarregado da tarefa, o Ministério da Educação instituiu neste mês 29 comissões responsáveis por elaborar um primeiro esboço do currículo, a ser aplicado por escolas públicas e privadas do país.
Editoria de Arte/Folhapress
Hoje, o ministério possui diretrizes, mas o conteúdo abordado em sala de aula é definido por escolas e redes.
A iniciativa do MEC reúne 116 consultores, entre professores da rede básica e pesquisadores de universidades, que irão indicar o que deve ser ensinado da educação infantil ao ensino médio.
O secretário Manuel Palácios (Educação Básica) reconhece que o nível de detalhamento é um dos pontos mais delicados do debate.
"Se for muito genérico, vai dar pouca orientação aos professores e elaboradores de material didático. Se for excessivamente detalhado, quase especifica o que deve ser dado em cada aula. As duas opções são ruins."
A intenção é definir 60% do conteúdo e deixar o restante a critério das redes de diferentes regiões do país. O modelo é pensado pelo MEC a partir de disciplinas tradicionais como história, matemática e geografia.

OUTRA FRENTE
Ao mesmo tempo, o ministro Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos) vem consultando especialistas e conhecendo experiências para elaborar uma outra sugestão.
Segundo a Folha apurou, Unger defende um conceito mais "ousado", incluindo aulas de raciocínio lógico e interpretação de texto nos anos finais da educação básica.
Recentemente, ele afirmou que é preciso "superar de uma vez por todas" a lógica "enciclopédica" nas escolas.
Em evento na quarta (24), o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, defendeu a atuação da pasta
"Essa base nacional comum está sendo discutida por um grupo abrangente, com representantes dos Estados, dos municípios. E que se nutre de representantes qualificados. Não é um projeto de sábios externos ao mundo real", afirmou.
A falta de consenso preocupa. "O que espero é que visões distintas e posturas ideológicas não tomem o lugar e imponham à juventude conteúdos e valores que lhes sejam estranhos", afirma Luiz Roberto Alves, presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação.
O órgão será a instância final desse debate.
fonte: http://www1.folha.uol.com.br/

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Instrução Conjunta CGRH/CGEB, de 16-6-2015 Despacho do Secretário, de 16-6-2015

Clipping Educacional - GABINETE DO SECRETÁRIO
Procedimentos referentes à reposição de dias letivos e/ou aulas relativa ao período de 13 de março a 12-06-2015
As Coordenadorias de Gestão de Recursos Humanos – CGRH e de Gestão da Educação Básica – CGEB, visando a orientar as autoridades educacionais, professores, pais e comunidades escolares sobre a reposição de aulas relativa ao período de 13 de março a 12-06-2015, baixam as seguintes instruções:
I – Cada unidade escolar deverá dimensionar as ausências dos docentes em número de dias e/ou aulas não ministradas no referido período e elaborar Plano de Reposição que deverá ser aprovado pelo Conselho de Escola.
II – As unidades escolares deverão notificar os alunos e os pais sobre a reposição de dias letivos e/ou de aulas utilizando todos os meios possíveis, inclusive os colegiados da escola, bem como afixar, em local visível, as datas e os horários estabelecidos nos respectivos Planos de Reposição.
III – Na elaboração do Plano de Reposição as unidades escolares deverão indicar as habilidades e os conteúdos relativos aos bimestres que deverão ser assegurados aos alunos.
IV – O Supervisor de Ensino deverá analisar o referido Plano de Reposição frente ao registro de aulas das disciplinas constantes da respectiva Matriz Curricular, não ministradas durante o citado período e emitir o seu Parecer.
V – Ao Dirigente Regional de Ensino caberá, com base no Parecer do Supervisor de Ensino:
a) analisar e homologar os Planos de Reposição encaminhados pelas respectivas unidades escolares;
b) avaliar a pertinência e viabilidade do Plano;
c) acompanhar o desenvolvimento das atividades propostas;
d) elaborar relatórios bimestrais das aulas repostas, por unidade escolar, apontando conteúdos/habilidades desenvolvidas, e saldo de aulas a repor;
e) encaminhar os relatórios à CGEB/CGRH/ SAREG quando solicitados.
VI – Para fins de reposição, inclusive em caso de cursos semestrais, poderão ser utilizados o contraturno, as semanas de recesso do mês de julho e os dias que a unidade escolar não tiver previsto atividades regulares em seu calendário homologado de 2015.
VII – Constatada a impossibilidade de realizar a reposição, a escola deverá programar essas atividades para as férias de julho ou o recesso de dezembro, e, como última alternativa aos sábados, obedecida essa ordem de precedência.
VIII – O docente, que tenha se ausentado ao longo do período em questão, não está obrigado a efetuar a respectiva reposição, mas se a pretender, deverá comunicar, formalmente, junto ao(s) Diretor da(s) respectiva(s) unidade(s) escolar(es), sua disponibilidade em repor os dias e/ou aulas não ministradas,
pelas quais terá assegurada a compensação financeira.
 IX – O docente a que se refere o inciso anterior, cujas aulas tiverem sido ministradas, ao longo do citado período, por professor eventual, poderá vir a ter a compensação financeira das faltas descontadas, caso venha a ministrar aulas previstas pelo Plano de Reposição em eventuais impedimentos de outro docente.
X – Caberá à Coordenadoria de Gestão de Recursos Humanos, orientar as Diretorias de Ensino, com relação:
a) aos procedimentos a serem adotados para fins de pagamento das reposições efetuadas;
b) à extinção, no encerramento do ano letivo de 2015, das possibilidades de compensação financeira previstas nos termos da presente instrução.
XI – Esta Instrução entra em vigor, a partir da data de sua publicação.
fonte: http://www.udemo.org.br/

Publicação da Secretaria Estadual da Educação no Diário Oficial referente à reposição de aulas

Veja aqui publicação da Secretaria Estadual da Educação no Diário Oficial desta quarta-feira, 17 de junho, referente à reposição de aulas.
Por: Diário Oficial do Estado - 17/06/2015
fonte: http://www.apeoesp.org.br/

MEC vai criar fórum para acompanhar piso salarial dos professores

Clipping Educacional - DA AGÊNCIA BRASIL
O MEC (Ministério da Educação) vai publicar no próximo dia 24 duas portarias que avançam no cumprimento do PNE (Plano Nacional de Educação). A data marca um ano de vigência do plano e o fim do primeiro prazo estipulado na lei.
As portarias criam o fórum de acompanhamento do piso salarial dos professores e uma comissão, com representantes de estados, municípios e da União, para tratar das metas do plano. O anúncio foi feito no 15º Fórum Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, pelo secretário de Articulação com os Sistemas de Ensino do MEC, Binho Marques.
O PNE foi sancionado na íntegra pela presidente Dilma Rousseff após quase quatro anos de tramitação no Congresso Nacional. A lei estabelece metas e estratégias para melhorar a educação nos próximos dez anos. Entre elas, estão a erradicação do analfabetismo e a universalização do atendimento escolar dos 4 aos 17 anos. Está também o investimento de pelo menos 10% do PIB (Produto Interno Bruto) até o fim da vigência.
O fórum de acompanhamento do piso vai ser formado pelo MEC, pela Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação), Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação) –que representam os Estados–, e pela CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação). Por lei, o piso salarial dos professores é ajustado anualmente. Atualmente está em R$ 1.917,78.
"Se você quiser saber hoje quem paga o piso, ninguém sabe. Porque nós não temos um acordo nem sobre os conceitos. Como é a hora-atividade, como funciona? Ninguém sabe", diz Marques. Segundo ele, a intenção é que seja criado um portal onde se possa consultar dados de todo o país de cumprimento ou não do piso salarial.
"A gente vai ter reuniões regulares para atualizar a informação de quem paga e quem não paga e para discutir assuntos relacionados ao piso. Por exemplo, ninguém concorda com o modelo atual [de cálculo do reajuste], mas não temos consenso quanto a um modelo", acrescenta.
A criação do fórum está prevista no PNE e o prazo para que isso seja feito é de um ano. Perguntado se o governo deixou para a última hora, o secretário diz que a questão está sendo discutida há mais tempo.

SISTEMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO
Além do fórum, será criada uma instância para discutir o PNE com Estados, municípios e a União. "Como somos uma federação, sem um sistema nacional, todo mundo tem muita autonomia, mas é uma autonomia que beira a soberania e isso não é bom porque a gente não consegue trabalhar de maneira articulada. Todo sistema nacional que se preze tem uma comissão tripartite. É uma instância de pactuação entre governo estadual, municipal e federal", diz.
A instância servirá de base para a criação de um Sistema Nacional de Educação, articulando os três entes, que também é previsto no PNE e deve ser criado até meados do ano que vem. "É um ato de comemoração do primeiro ano do plano, que para nós é uma grande vitória", diz.
Outros pontos deverão avançar. Segundo Marques, o governo vai fazer uma audiência também no dia 24 de junho para discutir uma política de formação de professores, data em que termina o prazo do PNE.
Em seis meses deve começar a ser discutido o Custo Aluno Qualidade Inicial (CAQi), mecanismo criado pela Campanha Nacional de Direito à Educação para medir quanto é necessário por aluno para garantir a qualidade na educação básica. Pela lei, o CAQi deve ser implementado até o ano que vem, com dois anos de vigência do plano.
Para o coordenador da campanha, rede que envolve mais de 200 grupos e entidade no país, Daniel Cara, o governo não trabalhou com seriedade no plano e pouco se avançou em direção ao cumprimento.
"Esse é o aspecto que fica evidente. O governo tinha que ter chamado a sociedade, inclusive, porque esse é um princípio do plano, há um ano atrás, para discutir o planejamento para cumprir cada uma das metas. Isso não foi feito. Agora lança uma série de medidas e diz que está cumprindo com algo que para ser sério deveria ter sido feito muito antes".
O 15º Fórum Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação começou nesta terça (16) e vai até sexta-feira (19), no município Mata de São João (BA). Ao todo, participam 1.687 representantes de 1.067 municípios.
fonte: http://www1.folha.uol.com.br/

quarta-feira, 17 de junho de 2015

'Educação é baseada em achismos, não em ciência', diz Viviane Senna

RICARDO MIOTO/GABRIEL ALVES
Viviane Senna, a presidente do Instituto Ayrton Senna, que leva o nome do seu irmão, considera que a educação brasileira vive uma fase pré-científica. Há muitos estudos à disposição sobre como o aprendizado se dá, afirma, mas pouco é utilizado.
Sua entidade contratou recentemente o economista Ricardo Paes de Barros, importante pesquisador das áreas de desigualdade e mercado de trabalho. Fez também uma parceria com Roberto Lent, um dos principais neurocientistas do país, para o desenvolvimento de pesquisas na área de educação.
Entre outro temas, eles estão pesquisando o impacto de características pessoais como a disciplina no aprendizado.
Um estudo da entidade mostrou que qualidades como a dedicação e o foco têm quase o dobro do impacto no desempenho escolar em comparação com fatores tradicionalmente mais considerados, como cor, gênero ou ambiente familiar. Para ela, isso hoje é subestimado por escolas e professores. "Ninguém vai aprender se não for responsável, se não ralar."
Leia abaixo a entrevista com Viviane Senna.
Danilo Verpa - 2.jun.2015/Folhapress 
Viviane Senna, presidente do Instituto Ayrton Senna

Folha - É possível mensurar o impacto de características como a disciplina no desempenho dos alunos?
Viviane Senna - Estamos medindo a conscienciosidade de 25 mil alunos da rede estadual do Rio de Janeiro. É um mapeamento feito a partir de um conjunto de perguntas. Os cientistas estão megaentusiasmados. O que é a conscienciosidade? É a capacidade da pessoa de ser responsável, de ter foco, persistência, disciplina. O que descobrimos é que essa habilidade significa, a cada nove meses de aulas de matemática, um bônus de três meses no aprendizado. Ou seja, você consegue um terço a mais de resultados. O [economista] Ricardo Paes de Barros, que agora está no nosso time, está por trás dessa iniciativa.

A iniciativa privada já descobriu que essas habilidades são importantes há muito tempo, não?
Sim. Estamos mostrando cientificamente aquilo que intuitivamente sabemos que é importante. Ninguém vai aprender ou trabalhar se não for disciplinado, responsável, se não ralar Nenhuma atividade que envolva esforço vai ser bem sucedida se não tiver essas características.

Que outras habilidades socioemocionais vocês apontam como importantes?
Outra, muito importante, é a flexibilidade. O melhores empregos de 2010 nem existiam em 2002, por causa da tecnologia O governo americano estima que quem está hoje na escola terá mais de dez empregos diferentes até os 38 anos. É preciso ser criativo, persistente. É como em um casamento. Não dá para sobreviver só com inteligência.

Estamos mapeando essas habilidades, ok. Mas, uma vez que a pessoa em questão não seja disciplinada, persistente, algo nos diz que seja possível mudar?
Essa é outra questão importante. Se essas habilidades são fixas, cristalizadas, não há nem o que mexer. Mas estamos descobrindo que essas características são muito maleáveis, pela vida toda, mas especialmente até os 20 anos de idade. É importante treinar os professores para que estimulem isso nos alunos. É o que estamos fazendo no Rio de Janeiro. Pode ser uma forma inclusive de a escola ficara mais motivante para o próprio aluno.

Qual a reação dos professores?
Para eles, é muito difícil ter crianças indisciplinadas, cansadas, desmotivadas, desfocadas. Ele precisa não desistir da criança, fazer ela acreditar nela mesma, trabalhar com disciplina, foco. Você tem de ensinar ao professor que ele não pode desistir da criança. Às vezes, o professor chega em sala e já elege aqueles em que vai focar, e os outros ficam meio de lado. Você tem de colocar para o professor que a meta dele é ter 100% de sucesso. Aí ele aprender a ter responsabilidade e não arrumar desculpa, dizendo que o aluno é pobre ou que a família dele é desestruturada. Se você ensinar, o aluno aprende. Quando isso acontece, o aluno passa a acreditar no professor e vice-versa. O professor também de ser persistente. Se o aluno falta, o professor vai até a casa dele ver o que aconteceu. Um serve de exemplo ao outro. É cruel quando a escola permite que a escola desista da própria inteligência. Você ensina a atitude para o professor, que vai ensinar pro aluno.

Até porque, no Brasil, terminar o ensino médio é quase uma garantia de que a pessoa não vai ser miserável.
Exato. Só 0,2% dos brasileiros que terminam o ensino médio podem ser classificados como pobres. Praticamente metade das crianças nem chegam ao ensino médio. Quando chegam, estão muitas vezes com uma defasagem muito grande. Não conseguem acompanhar. E isso em um momento em que elas começam a ter mais autonomia para querer desistir da escola. A escola é desestimulante, mas você tem um mundo superestimulante do lado de fora. Sem preparo emocional, fica fácil desistir.

Sempre que se fala de uma cultura de alto desempenho dentro da escola, de resultados, de metas, existe uma reação de corporativismo, de sindicatos. Isso segue forte?
Essa resistência existe. Ela não é tão forte quanto foi há 20 anos, mas ainda vai ter que evoluir muito. Avaliação é só uma ferramenta para saber se estamos acertando ou errando. É básico.
Uma criança que tinha oito anos quando Dilma começou o primeiro mandato vai ter 16 quando ela terminar o segundo. São oito anos decisivos. O que ela aprendeu ou não vai definir a vida dela. A questão da eficiência é uma questão ética. Não temos o direito de não ter eficiência. Essa oportunidade não volta mais.
Existe um estereótipo, não sei se justo, de que as culturas asiáticas, como as dos japoneses e dos sul-coreanos, têm uma carga muito forte de características como foco, disciplina.
Estive pensando justamente nisso recentemente. Eles são focados, disciplinados e resistentes. São coisas que fazem parte da conscienciosidade, como a resistência à frustração. Isso é indicador de maturidade emocional. Nós [ocidentais] queremos tudo para a mesma hora, não temos isso tão bem desenvolvido. Em outras características, porém, como flexibilidade, nós somos muito bons.

Em uma palestra recente, você disse que, depois de trazermos conhecimentos de gestão e economia à educação, o próximo passo é a neurociência. Como isso se dá?
De modo mais geral, queremos trazer a ciência para a educação. Montamos uma rede de pesquisadores, com gente como o Roberto Lent [importante neurocientista carioca]. Estamos estudando, por exemplo, o papel da repetição na automatização da leitura e o papel do sono na consolidação do conhecimento. Queremos entender como o cérebro aprende, não só pesquisando, mas também rastreando todo o conhecimento que já está disponível mas não está sistematizado. A educação trabalha com achismos, enquanto a gente tem uma quantidade imensa de ciência à disposição.

RAIO-X: VIVIANE SENNA
Nascimento 14.jun.1957
Formação Psicóloga pela PUC-SP, atuou como psicoterapeuta de adultos e crianças e também como supervisora de grupos de formação e aperfeiçoamento de terapeutas.
Trajetória Em 1994, mesmo ano da morte do irmão, Ayrton Senna, fundou com sua família o Instituto Ayrton Senna, dedicado ao desenvolvimento da educação e que ostenta reconhecimento nacional e internacional. Recentemente a Viviane e o IAS têm se dedicado à incorporação de conhecimentos científicos na educação, e ao fomento de pesquisas na área de neurociências e na importância das habilidades socioemocionais para o desenvolvimento escolar
FONTE:http://www1.folha.uol.com.br/

terça-feira, 16 de junho de 2015

Bônus na educação pode aumentar a desigualdade, afirma educadora

Gustavo Epifânio/FÁBIO TAKAHASHI
Clipping Educacional - Folhapress 
A educadora Maria Alice Setubal, que é contra o bônus na educação



Políticas como bônus por desempenho para os professores só funcionam em redes públicas com pouca desigualdade, raridade no país, defende a educadora Maria Alice Setubal.
Para ela, se esse incentivo é aplicado em redes desiguais, a tendência é que os melhores professores desistam dos piores colégios, justamente os que precisam de mais apoio, mas onde é mais difícil obter resultados.
Setubal, 64, é doutora em psicologia pela PUC e preside o Cenpec, organização da área de educação que trabalha, por exemplo, com formação de professores.
A educadora ficou conhecida do grande público na última campanha presidencial, como uma das principais assessoras da candidata Marina Silva, que hoje busca criar a Rede, novo partido.
A campanha de Dilma Rousseff (PT) usou o fato de Setubal ser uma das acionistas do banco Itaú para atacar Marina, que defendia a autonomia do Banco Central (a campanha petista dizia que a medida deixaria a instituição mais vulnerável a interesses dos bancos privados).
Em entrevista à Folha, Setubal diz que continua próxima de Marina, mas que pretende se afastar um pouco da política partidária e se concentrar mais na educação.
Nesta semana ela lança o livro "Educação e Sustentabilidade" (editora Peirópolis), em que defende que as escolas ensinem princípios de sustentabilidade ambiental, social e econômica.

*
Folha - Por que escolas devem se concentrar nos princípios da sustentabilidade? Há educadores que entendem que as escolas já têm incumbência muito pesada de ensinar o básico, como ler e escrever.
Maria Alice Setubal - As coisas têm de vir juntas. E quando vêm é que surge sentido [no conteúdo]. Não dá para trabalhar gramática e redação para depois, se der tempo, a cidadania. As questões de leitura e matemática devem ser abordadas dentro de discussões como mobilidade urbana, violência.
No livro, retomo Paulo Freire: leitura sem contexto não adianta.
Concordo que principalmente as escolas de periferia têm inúmeras demandas que são de saúde, de assistência social. Essas demandas é que precisam sair do âmbito da escola, para ela se concentrar na educação.
Por outro lado, você precisa apoiar mais as escolas em situações vulneráveis. Se você dá bônus apenas para quem vai bem, só aumenta a desigualdade.
No livro, você mostra ceticismo em relação a políticas como bônus e meritocracia na educação.
Quando você tem igualdade de oportunidades, um município com a mesma condição a todos, você pode aplicar a meritocracia. Mas no Brasil como um todo é mais difícil.
Sou contra o bônus quando não se leva em conta as diferentes condições. Porque, se não, causa uma disparidade ainda maior, ninguém quer dar aula nas escolas piores, que em geral já ficam na periferia, e elas ainda terão professores piores.
Ou há outras formas, como no Ceará, onde não é um bônus direto para o professor. A maior parte do prêmio vai para escola, e ela só recebe tudo se entrar numa rede de colaboração com escolas no entorno que têm notas piores.
A rede estadual de São Paulo tem uma política de bônus há seis anos, em que recebem o dinheiro extra os profissionais das escolas que atingem determinadas metas. O que você acha do modelo?
Preciso estudar um pouco mais a fundo o modelo. Mas não sei se está dando certo. Os resultados continuam ruins. O índice de qualidade da educação de São Paulo pode estar entre os cinco primeiros do Brasil, mas é muito baixo. A riqueza do Estado é incompatível com os resultados na educação.
Há muita contestação hoje no mundo sobre essa política. Você começa a treinar apenas para a prova. É outra contradição.
Você continua apoiando Marina Silva e a Rede? E ficou alguma mágoa da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff?
Sigo próxima da Marina, nos falamos sempre, serei filiada à Rede, mas me afastei um pouco do dia a dia da política partidária. Quero me concentrar mais na educação neste momento.
Sobre a campanha, tudo aquilo que o PT dizia que não iria fazer, como cortes, aumento da taxas de juros, ele fez. A popularidade da presidente está baixa. É tudo o que posso dizer.
fonte: www1.folha.uol.com.b

sábado, 13 de junho de 2015

‘Foi muito pequena’, diz Alckmin sobre greve dos professores em SP

Clipping Educacional - Do G1 Bauru e Marília
Governador falou sobre o assunto em visita a Jaú neste sábado (13). 
Ele participou de inauguração de ala do Hospital Amaral Carvalho. 

Alckmin participou da inauguração de nova ala de hospital (Foto: Thaís Andrioli/ TV TEM)

No dia seguinte ao fim da mais longa greve de professores estaduais de São Paulo, o governador Geraldo Alckmin afirmou neste sábado (13) considerar a paralisação “muito pequena”. “Foi muito importante o término da greve, não tinha o menor sentido e acho que foi uma medida de bom senso. Nós vamos verificar agora na reposição que a greve foi muito pequena, porque quase não teve falta em razão dos substitutos. Professores efetivos quase não participaram da greve e quando participaram, foram substituídos”, declarou.
O governador participou da cerimônia de inauguração de uma nova ala do Hospital Amaral Carvalho em Jaú (SP), que é referência no tratamento do câncer na região.
Professores votam pelo fim da greve na categoria
(Foto: Peter Leone/Futura Press/Estadão Conteúdo)

Segundo Alckmin, nas escolas onde as aulas foram prejudicadas durante os 92 dias de greve vai haver reposição. “As escolas que não tiveram aulas vão ter reposição o mais rápido possível, pode ser durante as férias escolares ou pós-aula, no fim do ano. A secretaria de educação está fazendo o planejamento.”
A greve terminou na sexta-feira (12) após assembleia realizada no vão livre do Masp,em São Paulo. A categoria reivindicava 75,33% de aumento para equiparação salarial com as demais categorias com formação de nível superior. Durante a greve, o governo do estado disse ter dado reajuste de 45% no acumulado dos últimos quatro anos. Além do reajuste salarial, os professores também reivindicavam melhores condições de trabalho e garantia de direitos aos profissionais temporários.

Manifestações
Na região de Bauru, os professores realizaram diversos atos durante a greve. O mais recente foi no dia 25 de maio no Calçadão da Batista de Carvalho em Bauru (SP). Entre as reivindicações apontadas pela categoria no ato estavam reajuste salarial de 75,33%, melhores condições de trabalho e máximo de 25 alunos por sala desde o primeiro ciclo do ensino fundamental ao ensino médio.
Na ocasião, a Secretaria da Educação informou que informou que a manutenção da paralisação se dá mesmo após a secretaria ter apresentado cinco propostas em benefício dos professores e garantido a manutenção da política de reajuste salarial, com data-base em julho.
O estado também informou que os compromissos incluem a extensão de benefícios como uma nova forma de contratação dos temporários e a inclusão destes docentes na rede de atendimento do hospital do servidor.
Após o término da greve, a secretaria também se manifestou por meio de nota. No texto, a pasta informou que "permanecerá atuando em parceria com os professores da rede estadual que, desde o início do movimento isolado de apenas um entre os seis sindicatos dos funcionários da educação, permaneceram em sala de aula comprometidos com os alunos".
Ainda segundo a Secretaria, "em eventual necessidade, o conteúdo será reposto alinhado ao compromisso prioritário da Secretaria com o direito incontestável que os estudantes têm de aprender. A paralisação teve baixa adesão histórica e, nesta semana, o índice oficial de comparecimento superou 98%.”
Greve começou em 13 de março no estado (Foto: Reprodução / TV TEM)Durante a greve professores da região fizeram várias manifestações  (Foto: Reprodução / TV TEM)
Setor da saúde
O governador participou da inauguração da ampliação do setor cirúrgico e da UTI do Hospital Amaral Carvalho. O setor ocupa uma área construída de 6 mil m², onde foram implantadas 12 salas cirúrgicas, o dobro do que a unidade dispõe até o momento. O número de leitos de UTI adulto também será duplicado, passando a contar com 20 vagas. Neste ano, a unidade conta com o repasse mensal extra de R$ 1 milhão pelo Estado para subvenção dos serviços.
"O hospital completa hoje 100 anos, com padrão de excelência, sendo o maior centro de medula óssea do país e da América Latina, e fazendo grande parte disso de graça, pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Então, é dever do Estado ser parceiro”, afirmou o governador durante a entrega das obras. As melhorias também incluem 20 novos leitos de recuperação, um centro de endoscopias e duas centrais para materiais esterilizados e kits cirúrgicos, respectivamente.

Crise afeta o complexo Famema (Foto: Reprodução / TV TEM)

Durante a visita, o govenador também falou sobre outras questões da saúde na região, como a crise enfrentada pelo complexo Famema em Marília, a diretoria chegou a pedir ajuda ao governo do estado para superar os problemas. “Os recursos do estado não foram reduzidos em nenhum centavo, são R$ 43,5 milhões e a Secretaria de Saúde vai fazer uma auditoria em todo o complexo porque ele não é administrado pelo estado. Ele é administrado pela autarquia e nós repassamos a verba e se houver necessidade vamos ajudar mais”, disse.
Sobre o Hospital Regional de Assis que também enfrenta problemas financeiros, o governador descartou que o estado assuma totalmente a gestão.
“O ideal é situação que temos aqui (no Amaral Carvalho), a sociedade organizada assumir a gestão e o governo fazer os repasses e fiscalizar. Esse é o melhor modelo.”
Depois do evento em Jaú, o governador seguiu para outros compromissos na cidade de São João da Boa Vista (SP).
fonte: http://g1.globo.com/

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Professores de SP anunciam fim de greve após 3 meses de paralisação

Glauco Araújo
Clipping Educacional - Do G1 São Paulo
Greve, que completou 92 dias, é considerada a mais longa do sindicato.
Professores fizeram mais de 20 manifestações durante meses parados.



Professores da rede pública estadual de São Paulo decidiram, em assembleia realizada nesta sexta-feira (12) no vão livre do Masp, pelo fim da greve que começou em março e foi considerada a mais longa da história do sindicato. Eles devem retornar ao trabalho na segunda-feira (15). A categoria encerrou a greve sem conseguir reajuste salarial.
Entre assembleias, protestos em frente à Secretaria Estadual da Educação e bloqueios de rodovias, a categoria realizou ao menos 24 manifestações durante os 92 dias parados. Os professores reivindicavam 75,33% para equiparação salarial com as demais categorias com formação de nível superior. O governo diz ter dado reajuste de 45% em quatro anos.
A assembleia desta sexta-feira foi a 13ª desde que a greve foi declarada, em 13 de março.
A resistência não pode ir além da sobrevivência dos professores"
Maria Izabel Noronha, presidente da Apeoesp
A greve já dava sinais de enfraquecimento. Na assembleia anterior, em 3 de junho, não houve consenso na primeira votação sobre o destino da greve. A segunda votação, que decidiu pela continuidade, foi acirrada.
A presidente do sindicato da categoria (Apeoesp), Maria Izabel Noronha, indicou, antes da votação que decidiu pelo fim da greve nesta sexta, que ele já era cogitado. "A resistência não pode ir além da sobrevivência dos professores", disse.
Professores votam pelo fim da greve na categoria após 92 dias (Foto: Peter Leone/Futura Press/Estadão Conteúdo)Professores votam pelo fim da greve na categoria (Foto: Peter Leone/Futura Press/Estadão Conteúdo)

Maria Izabel lamentou o fim da greve, mas disse que estava cansada. Ela afirmou que o governo teve uma grande derrota política. "Foi uma greve de resistência, que foi virando uma greve pela sobrevivência. É hora de parar, fazer um balanço. Professores têm família e contas a pagar. É lamentável que a greve tenha terminado sem constituir reajuste, mas o governo também deve fazer o seu balanço e também tem o seu preço", falou Maria Izabel.
Ela afirmou que os professores vão fazer um grande movimento de defesa da escola pública. "Do jeito como está sendo tratada, a escola pública entrará em decadência."
Em nota, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo disse que "permanecerá atuando em parceria com os professores da rede estadual que, desde o início do movimento isolado de apenas um entre os seis sindicatos dos funcionários da educação, permaneceram em sala de aula comprometidos com os alunos".
Ainda segundo a Secretaria, "em eventual necessidade, o conteúdo será reposto alinhado ao compromisso prioritário da Secretaria com o direito incontestável que os estudantes têm de aprender. A paralisação teve baixa adesão histórica e, nesta semana, o índice oficial de comparecimento superou 98%."
"Vale ressaltar que, desde o princípio, a gestão garantiu a construção de uma nova política salarial, além da oferta de outros benefícios aos docentes. Foram 45% de aumento em quatro anos e consolidados os mecanismos de promoção por mérito e desempenho. O bônus por mérito chegou a R$ 1 bilhão."

Grupos contrários ao fim da greve
Apenas a faixa de ônibus da Avenida Paulista ficou interditada pelos carros de som da Apeoesp, na altura do Masp, enquanto a reunião acontecia no vão livre nesta sexta-feira. O sindicato diz que 8 mil pessoas estiveram em ato. A Polícia Militar fala em mil manifestantes.
Depois da decisão pelo fim da greve, um grupo contrário ao encerramento da paralisação jogou bexigas com um líquido dentro em alguns manifestantes.


Greve mais longa da história
A greve dos professores da rede estadual paulista de ensino completou 83 dias em 3 de junho. Passou a ser a mais longa da história, segundo a Apeoesp, superando a greve de 82 dias realizada em 1989.
Segundo a entidade, a paralisação que tinha, até então, a marca de maior greve da história da Apeoesp, fundada em 1945, foi decretada em 19 de abril de 1989 e durou até 7 de julho do mesmo ano. A entidade considera ainda na conta outros dias que a categoria participou da greve geral naquele mesmo ano.
Casal acompanha protesto de professores na Avenida Paulista (Foto: Glauco Araújo/G1)No Dia dos Namorados, casal acompanha assembleia na Avenida Paulista (Foto: Glauco Araújo/G1)

Reivindicações
Os professores reivindicavam 75,33% para equiparação salarial com as demais categorias com formação de nível superior. O governo do estado diz ter dado reajuste de 45% no acumulado dos últimos quatro anos. Além disso, informa que parte da categoria receberá até 10,5% de aumento de acordo com desempenho em avaliação. Não houve proposta de reajuste geral para toda a categoria.
A pasta também propôs ampliar o número de professores-coordenadores para as escolas estaduais e pede melhores condições de trabalho. Segundo a categoria, mais de 3 mil salas de aula foram fechadas, o que provoca superlotação das salas de aula restantes. A garantia de direitos para docentes temporários também está entre as demandas dos grevistas.
Professores perto do carro de som (Foto: Glauco Araújo/G1)Professores perto do carro de som durante assembleia no vão livre do Masp (Foto: Glauco Araújo/G1)

Negociação
Logo após a decretação da greve, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que ela foi decidida dentro de um movimento político e afirmou, citando a suposta baixa adesão, que não havia paralisação.
Os professores realizaram protestos em eventos com participação do governador. Em um deles,manifestantes invadiram um evento na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) em busca de Alckmin, mas encontraram apenas o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT).
Uma audiência realizada em 7 de maio no Tribunal de Justiça terminou sem acordo. O secretário da Educação, Herman Voorwald, descartou a possibilidade de apresentar qualquer proposta antes de julho, considerado pelo governo a data-base da categoria.
Ele disse também que, diante da queda na arrecadação, o governo precisava de mais tempo para calcular quanto poderia dar de reajuste. Segundo ele, a adesão à greve era de cerca de 6% na ocasião. Alckmin, disse, horas antes dessa reunião, que a greve dos professores "não tinha o menor sentido".
"Nos últimos quatro anos, fizemos plano de cargo e recuperação salarial. Estamos 26% acima do piso salarial nacional dos professores. Demos 21% de reajuste acima da inflação. Faz oito meses que demos aumento", disse. "Não tem nenhum sentido discutir aumento e reajuste oito meses após."
Em maio, o governo propôs aos professores que o projeto para inclusão dos professores temporários na rede de atendimento do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe) seja enviado à Assembleia Legislativa em até 30 dias.
Professores se reúnem no vão livre do Masp nesta sexta-feira.  (Foto: Glauco Araújo/G1)Professores se reúnem no vão livre do Masp nesta sexta-feira. (Foto: Glauco Araújo/G1)

Cortes de ponto
O governo de São Paulo e a Apeoesp disputaram judicialmente durante a greve os salários a serem recebidos pelos professores. Em 7 de maio, a Apeoesp conseguiu uma liminar que obrigava o governo a pagar os professores pelos dias parados. No dia seguinte, a liminar foi cassada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.
Em 13 de maio, Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que o governo estadual parasse de registrar faltas injustificadas aos grevistas e descontar os dias parados. O governo recorreu da decisão. Uma semana depois, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou o desconto dos dias parados dos professores estaduais.
A Apeoesp apresentou um pedido ao Supremo Tribunal Federal para suspender a decisão, que foi negado pela ministra Cármen Lúcia em 21 de maio, em decisão divulgada no dia 22.
A ministra Lúcia não analisou o mérito do pedido, argumentando que a possibilidade de corte de salários de grevistas ainda seria analisada pelo STF. Ela negou o pedido dizendo que, como a Apeoesp não é parte na ação que tramita na Corte, não poderia usá-la para suspender a decisão do TJ-SP.

Conflitos
Os professores em greve interditaram rodovias em atos realizados no interior e na Grande São Paulo. Em uma das primeiras decisões judiciais sobre esses bloqueios, foram multados em R$ 300 mil pela Justiça. A Apeoesp disse que vai recorrer.
Em 22 de abril, professores em greve se envolveram em um tumulto na Assembleia Legislativa de São Paulo, que prometia mediar a discussão com o governo estadual após manifestantes acamparem no prédio do Legislativo paulista.
Com pedaços de ferro, um grupo de manifestantes que participava da mobilização dos professorestentou invadir a Secretaria da Educação, na República, e foi contido pela Polícia Militar, que usou gás pimenta para dispersar a multidão. O protesto ocorreu após uma reunião entre a presidente da Apeoesp e o secretário da Educação, Herman Voorwald.
Em 15 de maio, um grupo de manifestantes invadiu um evento na Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco, onde acreditavam que estaria o governador Geraldo Alckmin (PSDB). Quem participava do evento, porém, era o prefeito da capital, Fernando Haddad (PT), que saiu assim que os professores entraram.
A faculdade fazia solenidade em comemoração ao centenário de nascimento do professor emérito Goffredo da Silva Telles Júnior. Os manifestantes impediram discursos, dentre os quais o do professor Flávio Flores da Cunha Bierrenbach. Ele reagiu com bom humor. "O Largo de São Francisco é um palco habitual de manifestações, então foi bem-vinda, foi muito bom."

Radicaliza Bebel manifestação vão livre Masp professores (Foto: Glauco Araújo/G1)Professor pede para presidente da Apeoesp 'radicalizar' (Foto: Glauco Araújo/G1)
fonte: http://g1.globo.com/

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Ensino médio público terá currículo mais flexível a partir de 2016

Clipping Educacional - DE SÃO PAULO
As escolas da rede pública de ensino médio do Estado de São Paulo passarão por um redesenhamento curricular a partir de 2016, com objetivo de flexibilizar o currículo e possibilitar que o aluno escolha as matérias de acordo com seus interesses.
O novo modelo proposto pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo pretende dar mais autonomia para o estudante, que poderá montar sua grade dos dois últimos ano da etapa, a partir de um catálogo de disciplinas optativas, que vão de ciência a teatro. O currículo fechado, que é adotado atualmente, será mantido apenas no primeiro ano.
Inicialmente, o novo currículo será implantado em um número definido de escolas, que serão escolhidas pela adesão ao projeto. Depois, será disseminado nas cerca de 3,6 mil escolas estaduais paulistas.
Em entrevista ao jornal, o secretário Herman Voorwald disse que dar o poder de escolha aos alunos permite que eles estudem aquilo que pretendem seguir carreira e fiquem mais mais motivados.
Antes de ser adotada, a proposta passará por discussão pelo Conselho Estadual de Educação (CEE) no segundo semestre.
fonte: http://www1.folha.uol.com.br/

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Professores se envolvem em briga durante assembleia na Paulista, em SP

Marlene Bergamo
Clipping Educacional - Folhapress


Professores da rede estadual entraram em confronto com um grupo identificado como seguranças durante assembleia da categoria realizada na tarde desta quarta-feira (3) na avenida Paulista, região central de São Paulo. Ao menos um docente se feriu, saindo com o nariz sangrando.
A confusão ocorreu em frente ao caminhão de som, colocado na altura do Masp, e durou cerca de dez minutos. Manifestantes reclamaram da presença de seguranças no local e começaram a gritar "fora bate pau". Começou então troca de socos entre os grupos. A assembleia seguiu depois que o grupo identificado como seguranças saiu.
Os professores decidiram manter a greve iniciada há 80 dias. A paralisação já se iguala à mais longa da história da rede até então, em 1989.
A Apeoesp (sindicato docente), no entanto, afirma que o atual movimento já é o mais extenso, pois na contabilização da entidade, a greve atingiu 83 dias. O sindicato iniciou a contagem a partir do dia da aprovação do protesto, três dias antes do início efetivo da greve.
A presidente do sindicato, Maria Izabel Noronha, afirma que a assembleia desta quarta deve ser "dividida". De um lado, parte dos professores entende que o movimento não pode cessar enquanto as reivindicações não sejam atendidas. A principal é o reajuste salarial de 75,33%.
O governo Geraldo Alckmin (PSDB) diz que apenas mês que vem poderá conceder reajuste (percentual ainda não definido).
Por outro lado, a sindicalista afirma que os professores grevistas sentem o peso do desconto dos dias parados, aplicado pelo governo, o que enfraqueceu a adesão à paralisação.
Segundo o sindicato, 30% dos professores estão em greve, mesmo patamar da semana passada, mas abaixo dos 60% divulgados em abril. Para a Secretaria de Educação, o percentual segue nos 4% da semana passada.
fonte: http://www1.folha.uol.com.br/

Professores decidem manter a greve mais longa da categoria em São Paulo

Marlene Bergamo/
Clipping Educacional - Folhapress



Os professores da rede estadual decidiram nesta quarta-feira (3) pela manutenção da greve, que chegou a 80 dias, a maior da história.
A decisão, porém, foi apertada, pela primeira vez nesta paralisação. Foram necessárias duas votações, pois não ficou claro o lado vencedor.
A categoria se reuniu na avenida Paulista, região central de São Paulo, de onde saiu em passeata até a praça da República, onde fica a sede da Secretaria Estadual de Educação. Segundo a PM, cerca de mil professores participaram do ato –a categoria aponta em torno de 15 mil.
Chegou a haver um confronto que durou cerca de dez minutos, entre professores e um grupo identificado como seguranças do sindicato. Ao menos uma pessoa se feriu e ficou com sangue no nariz.
Após a confusão, a presidente da Apeoesp (sindicato da categoria), Maria Izabel Noronha, afirmou que não havia seguranças no ato. Na verdade, eram próprios professores que faziam o controle da entrada no caminhão de som.
Bebel disse ainda que, para ela, o ideal seria que a paralisação por tempo indeterminada fosse suspensa. E que houvesse paralisações em dias específicos, como na votação no Tribunal de Justiça sobre a legalidade do movimento. "Mas a maioria votou por seguir como está. Temos de respeitar."
Os grevistas pedem reajuste de 75,33%, percentual suficiente para equiparar o salário dos professores ao dos demais profissionais com ensino superior no Estado, nos cálculos do sindicato.
O governo não apresentou proposta de aumento. Diz que divulgará um plano até julho, quando o último reajuste completar um ano.
Segundo levantamento do sindicato, a adesão dos professores à paralisação se estabilizou em 30% –era de mais de 60% em abril.
A conta do governo Geraldo Alckmin (PSDB) é bem diferente –apenas 4% dos professores participam, mesmo patamar da semana passada.
A Apeoesp afirma que o atual movimento já era o mais extenso, pois na contabilização da entidade, a greve atingiu 83 dias nesta sexta.
O sindicato iniciou a contagem a partir do dia da aprovação do protesto, três dias antes do início efetivo da greve. Segundo a entidade, a reposição das aulas perdidas terá como base a sua lógica de contagem.
Em 1989, os professores voltaram ao trabalho após conseguirem reajuste, mas que ficou 53% abaixo do pedido.
fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ 

terça-feira, 2 de junho de 2015

O Governo estadual não quer resolver os problemas da educação. Quer derrotar os professores.

Maria Izabel Azevedo Noronha
É inaceitável a nota emitida pela Secretaria Estadual da Educação em 29/05.
Recheada de inverdades, a nota diz que professores “comemoraram” a duração da greve. Jamais. Só tempos a lamentar que a atuação de um Governo autoritário, insensível, truculento e incompetente faça com que os professores e professoras, mesmo enfrentando o desconto salarial, sejam obrigados a permanecer mais de oitenta dias em greve para tentar obter aquilo que é normal em qualquer democracia: o diálogo e a negociação.
A greve dos professores não está isolada, nem desconectada da realidade. Isolado e desconectado está o Governo do Estado de São Paulo, encastelado em gabinetes e desconhecedor da situação existente nas escolas estaduais. Com o desconto ilegal dos dias parados, o fato de uma parte dos professores retornar às salas de aula não significa apoio nem conformismo diante das políticas do Governo.
É lamentável que a preocupação do Governo Estadual seja derrotar a APEOESP e os professores. Não conseguirá! Não derrotará nossas consciências, nosso espírito de luta, nosso compromisso com a escola pública. Esta sim, cada vez mais derrotada com os desmandos do Governo.
Não cabe ao Governo estadual avaliar a representatividade das entidades. A APEOESP tem quase 190 mil associados e representa de forma legítima os professores estaduais. Outras entidades, somadas, não chegam a este número de filiados. Cada uma escolhe seus métodos e suas estratégias, mas não aceitamos que nenhuma outra entidade fale pela nossa base, que está em greve e não aceita conchavos a portas fechadas e na calada da noite.
Como homens públicos, o Governador e o Secretário da Educação deveriam buscar soluções para a greve. Em vez disso, recusam-se a marcar reuniões e negociar e tentam asfixiar os professores com corte de salários e o sindicato com multas de alto valor. Não houve sete reuniões de negociação, mas apenas três em quase oitenta dias de greve. Na prática, nada foi negociado, porque o Secretário da Educação empurra o caso com a barriga, sem anunciar nenhum índice salarial e sem concretizar nenhuma proposta.
Temos compromisso com nossos alunos e queremos repor os conteúdos não ministrados durante a greve, pois o funcionamento de muitas escolas é apenas de fachada, sem aulas regulares nas disciplinas onde os professores estão em greve. Cabe ao Governo viabilizar, pela negociação conosco, as formas de fazê-lo. Por isso estamos lutando nos tribunais para que sejam estornados os valores descontados e para que não hajam novos descontos, pois nossa greve não foi considerada ilegal.
Nossa greve continua até o momento em que os professores e professoras – e não o Governo estadual – definirem.
Presidenta da APEOESP
fonte: http://www.apeoesp.org.br/

sábado, 30 de maio de 2015

Distribuição de livros de educação sexual vira polêmica na Grande SP

LEANDRO MACHADO
Clipping Educacional - DE SÃO PAULO
Uma polêmica em Guarulhos, a segunda maior cidade de São Paulo, por pouco não virou briga entre evangélicos, católicos, vereadores e ativistas LGBT em plena Câmara Municipal da cidade.
Guardas-civis tiveram que intervir rapidamente para que os grupos não saíssem no tapa na semana passada.
Tudo isso após a prefeitura da cidade incluir livros infantis sobre educação sexual e identidade de gênero no projeto que vai orientar professores nos próximos anos.

Reprodução
Um dos livros incluídos na lista da Prefeitura de Guarulhos
Um dos livros é "Menina Não Entra" (Ed. do Brasil). Ele narra a história de uma garota que, depois de muita relutância de seus amigos, é aceita no time de futebol deles e faz grande sucesso por suas habilidades com a bola.
Segundo a editora, os personagens do livro "percebem que estavam completamente equivocados e que o preconceito não leva a vitória alguma, dentro e fora de campo".
Para vereadores evangélicos e católicos, a gestão do prefeito Sebastião Almeida (PT) quer implantar a ideologia de gênero nas escolas municipais, que atendem crianças de até 11 anos.
Segundo essa corrente de pensamento, os gêneros sexuais são construções sociais e culturais, e não biológicas. Assim, as crianças devem ser educadas de forma neutra, para que elas próprias escolham seu gênero no futuro.
Diante da possibilidade de essa ideologia ser incorporada às escolas, os vereadores convocaram uma audiência.

BATE-BOCA
"Não sou homofóbico, mas essa ideologia pode levar a criança a achar que pode ser menino com menino, menina com menina, três juntos, aí banaliza", disse o vereador Romildo Santos (PSDB), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara.
No último dia 20, o encontro na Casa foi quente, com gritos de todos os lados. O bispo Edmilson Caetano, da diocese da cidade, não conseguiu terminar seu discurso por causa do protesto de grupos LGBT (que representam lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais).
"Não sou psicólogo, mas e essa questão do neutro? O que significa para a pessoa essa espécie de dúvida de identidade que venha desde a infância? Acho que a educação sexual deve ser uma questão tratada na família", disse o bispo à Folha.

Diocese/Divulgação

Bispo de Guarulhos, dom Edmilson Caetano, em audiência sobre "ideologia de gênero" na Câmara de Guarulhos

O juiz Antonio Pimenta, que mora na cidade, também falou: "Você querer colocar na cabeça de um ser humano que ele pode ser mulher se ele nasceu com corpo masculino é negar a biologia".
"O gênero não veio para destruir famílias. Tratar da questão de gênero é trabalhar com uma política de erradicação da violência contra homossexuais, contra a mulher", disse a professora Sílvia Moraes, coordenadora educacional da cidade, que defende o uso dos livros.
O secretário municipal de Educação, Moacir de Souza, afirmou que o objetivo do projeto da prefeitura não é implantar a ideologia de gênero nas escolas da cidade.
Disse que os livros infantis sobre educação sexual já começaram a ser distribuídos nas 139 escolas "para educar as crianças contra o preconceito de gênero e homofobia".
fonte: http://www1.folha.uol.com.br/

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Professores da rede estadual de São Paulo mantêm greve

Clipping Educacional - Do UOL*, em São Paulo

Professores da rede estadual de SP entram em greve

Professores da rede estadual de São Paulo decidem permanecer em greve após assembleia no vão livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo). A paralisação da categoria completa 78 dias. Entre as pautas reivindicadas pela categoria estão o aumento salarial de 75,33%, aplicação da jornada do piso, contratação dos professores temporários, o reajuste do vale-alimentação e vale-transporte; entre outras.
Os professores da rede estadual decidiram continuar em greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada na tarde desta sexta-feira (15) em assembleia na avenida Paulista. A paralisação completa 78 dias. A próxima reunião será no dia 3 de junho.
A aprovação ocorre em um momento de enfraquecimento da paralisação. No início da semana, a Apeoesp, principal sindicato da categoria, reconheceu que a adesão dos professores caiu pela metade e está em 30%. Já o governo Geraldo Alckmin (PSDB) fala que os faltosos não passam de 5%.
O motivo, segundo o sindicato, foi o corte de ponto dos grevistas, que estão desde maio sem receber salário. O sindicato recorre dos descontos no Supremo Tribunal Federal (STF).
O sindicato da categoria fez uma reunião com o governo do Estado neste mês. O governo informou que enviará, em até 30 dias, projeto de lei que estende o atendimento médico de saúde dos servidores públicos (Iamspe) a esta parcela da categoria.
O governo também sinalizou que vai diminuir o intervalo contratual dos temporários para três anos - hoje, eles precisam se afastar das aulas por 40 dias após um ano de trabalho, para não haver vínculo empregatício. A Secretaria Estadual de Educação já havia mencionado em reunião anterior que "estudava" a implementação das medidas.
A presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noronha, criticou o resultado da reunião. "Positiva para mim seria ter saído com o índice (do reajuste)", disse. Não houve nenhuma proposta de reajuste, mas o governo afirmou que "mantém a política salarial" e que a data-base da categoria é em 1º de julho.
A greve
Entre as reivindicações, os professores pedem a valorização da carreira, reajuste salarial que equipare perdas salariais, aumento do valor do vale-transporte e do vale-alimentação e são contra o fechamento de salas de aulas, o que ocasionou a demissão de 20.000 professores e superlotou turmas remanescentes.
A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo afirmou que "avalia que a decisão do sindicato é extemporânea e ofensiva aos pais e alunos paulistas, uma vez que a categoria recebeu o último aumento salarial há sete meses, em agosto de 2014, o que consolidou um reajuste de 45%".
Segundo a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, em 2011 foi instituída uma política salarial que permitiu aos professores e demais servidores da rede estadual de ensino um aumento salarial de 45% em quatro anos.
A Apeoesp argumenta que, passados os quatro anos, o reajuste está defasado e que por isso o aumento de 75,33% equipararia as perdas salarias aos vencimentos das demais categorias de nível superior. Hoje, o salário é de R$ 2.145, para 40 horas semanais.
*Com Agência Estado
fonte: http://educacao.uol.com.br/

Greve de professores esfria, e pais já cobram plano de reposição de aulas

FÁBIO TAKAHASHI

WÁLTER NUNES

Clipping Educacional - DE SÃO PAULO
Às vésperas de se tornar a mais longa paralisação da história da rede estadual de ensino de São Paulo, a greve dos professores perdeu força e deve ser contestada na própria assembleia da categoria marcada para esta sexta (29).
Em alguns colégios, pais já pressionam diretores para definirem a melhor forma de reposição das aulas perdidas.
A greve na maior rede de ensino do país, com 4 milhões de alunos, completa 75 dias. A mais longa no Estado durou 80 dias, em 1989.

Editoria de Arte/Folhapress
PANORAMA DA GREVE Dados sobre a paralisação dos professores estaduais

No levantamento da Apeoesp (sindicato docente), a adesão dos professores à paralisação caiu para 30% nesta semana -no auge, em março e abril, ela falava em mais de 60%. O governo rebaixou sua estimativa de 5% para 4%.
"É duro para o professor ficar mais de 70 dias parado, com salário descontado", afirmou a presidente do sindicato, Maria Izabel Noronha.
Sindicato e governo travam batalha judicial pelo pagamento ou não dos dias parados. Por ora, prevalece a posição do Estado, de fazer o desconto nos salários.
A queda na adesão contribuirá para que ao menos parte dos docentes vote pela saída da greve, disse Noronha.
"Vai ser uma assembleia difícil, dividida. Eu mesma só definirei pela manhã a minha posição, após conversar com todos os diretores." O ato ocorrerá no vão do Masp, na av. Paulista, a partir das 14h.
Na última assembleia, semana passada, alguns membros do sindicato chegaram a defender, em discurso, o que chamaram de "recuo tático" —suspensão do movimento e rediscussão posterior caso o governador Geraldo Alckmin (PSDB) siga sem proposta de reajuste salarial.
Durante a votação, porém, praticamente não houve apoiadores para a tese.

PAUTA
Os grevistas pedem reajuste de 75,33%, percentual suficiente para equiparar o salário dos professores ao dos demais profissionais com ensino superior no Estado, nos cálculos do sindicato.
O governo não apresentou proposta de aumento. Diz que divulgará um plano entre junho e julho, quando o último reajuste completar um ano.
Alckmin tem dito que a greve começou "dentro de movimento político" -foi aprovada no dia de ato da CUT em defesa de direitos trabalhistas, que também serviu de apoio à presidente Dilma Rousseff. Dois dias depois, houve manifestações pelo país contra o governo federal.
A gestão Alckmin alega ainda que concedeu 45% de reajuste em quatro anos.
Parte desse percentual, porém, se refere à incorporação de gratificação ao salário-base, que beneficia aposentados (que não ganham gratificação), mas tem impacto quase nulo para servidores ativos.
Além disso, nos quatro anos, a inflação foi de 16%, segundo o indicador IPC-Fipe, em São Paulo. O governo afirma ainda que precisa de mais tempo para avaliar a situação econômica do Estado.
A presidente do sindicato reconhece que muitos professores podem ficar frustrados se tiverem de encerrar a greve sem a conquista imediata do reajuste. "Mas no mínimo colocamos para a sociedade a necessidade da valorização para os professores."
fonte: http://www1.folha.uol.com.br/

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Como deve ser a educação no mundo até 2030?

Daniel Cara
Clipping Educacional - UOL
A Declaração de Incheon ainda não está disponível ao público. Contudo, é possível elencar os principais pontos do texto aprovado no Fórum Mundial de Educação, ocorrido na Coréia do Sul, de 19 a 22 de maio de 2015.
O objetivo do documento é determinar referências, princípios e desafios que serão traduzidos em um macro objetivo e metas para a educação mundial de 2016 até 2030.
Em grande medida, os avanços foram possíveis graças à participação da sociedade civil em todo o processo construtivo da Declaração de Incheon.
Após extensas negociações, foi deliberado que são necessários, no mínimo, 12 anos de educação primária e secundária, dos quais 9 anos devem ser obrigatórios. Essa escolarização básica deve ser financiada com recursos públicos, devendo ser ofertada de forma gratuita e equitativa. No Brasil, a educação básica começa com a creche e vai até 17 anos, sendo a faixa-etária de escolarização obrigatória dos 4 aos 17 anos. Ou seja, temos desafios mais ousados do que o resto do mundo – o que é bom.
Embora também pareça pouco para o contexto brasileiro, graças à vibrante luta pela educação infantil por aqui, ficou decidido em Incheon que toda criança tem direito a, pelo menos, um ano de educação pré-primária de qualidade, gratuita e obrigatória.
Os países assumiram também o compromisso de enfrentar todas as formas de exclusão e marginalização, disparidades e desigualdades tanto no tocante ao acesso à escolarização como no que se refere à aprendizagem dos alunos.
A aprendizagem ficou compreendida como os conhecimentos, habilidades e valores que todos os homens e todas as mulheres – como cidadãos globais – necessitam para viver com dignidade, alcançar seu potencial e contribuir com suas sociedades.
Embora a resistência de alguns países, foi possível fazer ser reconhecida e assumida a importância fundamental da igualdade de gênero na realização do direito à educação, incluindo o compromisso dos Estados Nacionais em desenvolver e implementar políticas capazes de garantir ambientes de aprendizagem seguros.
Foi afirmado ainda um compromisso efetivo com a qualidade da educação, compreendida como condições adequadas de acesso (insumos), além do esforço dos governos para a melhoria de resultados de aprendizagem.
Para tanto, foi encarada como central a agenda de valorização do magistério, incluindo a garantia de que os professores e educadores tenham boa formação inicial e continuada, sejam adequadamente recrutados, e permaneçam motivados e apoiados social e financeiramente.
Embora alguma resistência, foi possível ser declarado que as oportunidades de aprendizagem devem acontecer e estar disponíveis ao longo da vida e não apenas para crianças e adolescentes. Em outras palavras, independentemente da idade, todos os homens e mulheres têm direito à educação.
Por último, foi possível reafirmar, que a consagração do direito à educação é uma responsabilidade dos Estados Nacionais. Para tanto, considerando suas possibilidades econômicas, eles devem investir, no mínimo, o equivalente de 4 a 6% do PIB em políticas públicas educacionais ou devem atribuir, pelo menos, de 15 a 20% do total do orçamento público em educação, na forma do orçamento geral do Estado.
Embora os avanços obtidos em Incheon, relevantes em nível internacional, mas aparentemente tímidos para o contexto brasileiro, muitos passos ainda precisam ser dados. Já em julho ocorrerá na Etiópia, em Adis Adeba, uma cúpula sobre o “Financiamento para o Desenvolvimento”. Ali serão definidas as estratégias da Comunidade Internacional e as tarefas dos países para viabilizar financeiramente o novo marco de objetivos e metas de 2016 a 2030, que incluem a educação.
Em setembro ocorrerá a cúpula sobre “Desenvolvimento Sustentável” da Organização das Nações Unidas. Nessa ocasião serão definidos os “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, incluindo um objetivo sobre educação, pautado pela Declaração de Incheon.
Por último, em novembro, na Conferência Geral da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) será aprovado e adotado o quadro de ações e metas de 2016 a 2030.
Como se vê, há ainda muito a ser feito para garantir um bom marco internacional para o direito à educação. E a qualidade desse conjunto de objetivo, metas e ações dependerá muito da capacidade de proposição e resistência da sociedade civil, em especial da rede da Campanha Global pela Educação, responsável por aglutinar diferentes atores em torno de uma agenda comum.
fonte: http://danielcara.blogosfera.uol.com.br/

Salário de professores no Brasil está entre os piores

Clipping Educacional - BBC BRASIL.com
Informações de um ranking internacional de setembro de 2014 voltam à tona após greves e redução de benefícios dos profissionais em PR
O Brasil é o lanterninha em um ranking internacional que compara a eficiência dos sistemas educacionais de vários países, levando em conta parâmetros como os salários dos professores, as condições de trabalho na escola e o desempenho escolar dos alunos.
O ranking é de setembro do ano passado, mas volta à tona no momento em que o governo paranaense aprova uma redução nos benefícios previdenciários dos professores do Estado.
A votação da lei elevou as tensões e levou a um tumulto no qual pelo menos 170 pessoas ficaram feridas após a repressão policial de um protesto de professores em Curitiba. Os professores paranaenses estão em greve desde sábado (25).
Em São Paulo, professores da rede estadual estão em greve desde 13 de março, reivindicando reajuste salarial e melhores condições de trabalho.
O estudo internacional foi elaborado pela consultoria Gems Education Solutions usando dados dos mais de 30 países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e alguns emergentes, como o Brasil.
Nele, o país aparece como um dos últimos em termos de salário pago aos professores, por exemplo.
O valor que os educadores brasileiros recebem (US$ 14,8 mil por ano, calculado por uma média de 15 anos e usando o critério de paridade de poder de compra) fica imediatamente abaixo do valor pago na Turquia e no Chile, e acima apenas de Hungria e Indonésia.
Os salários mais altos são na Suíça (US$ 68,8 mil) e na Holanda (US$ 57,8 mil).
Os professores brasileiros também são responsáveis por mais estudantes na sala de aula: 32 alunos, em média, para cada orientador, comparado com 27 no segundo lugar, o Chile, e menos de oito em Portugal.
Combinando fatores como esses com o desempenho dos alunos – entre os piores entre os países pesquisados – a consultoria coloca o sistema educacional brasileiro como o mais ineficiente da lista.
"Nossas conclusões sugerem que o Brasil deveria cuidar do salário dos professores para alcançar o objetivo da eficiência educacional", diz o relatório.
Para a consultoria, a meta seria um salário quase três vezes maior que o atual.

Deficiências no gasto
Os dados mais recentes da OCDE mostram as debilidades no gasto educacional brasileiro.
Segundo a organização, o gasto do governo brasileiro com educação cresceu rapidamente desde o ano 2000, atingindo 19% do seu orçamento em 2011 – a média da OCDE foi de 13%.
O gasto público com educação chegou a 6,1% do PIB brasileiro, acima da média da OCDE de 5,6%, e à frente da proporção de outros latino-americanos como Chile (4,5%) e México (5,2%).
Porém, o gasto do Brasil com a educação pública foi o segundo menor de todos os países da OCDE e parceiros – US 3.066, contra uma média de US$ 9.487. O país ficou em 34º no ranking de 35 países da organização.
fonte: http://noticias.terra.com.br/

Prévia da Base Comum da Educação deve sair até o mês de julho

Clipping Educacional: O Estado de S. Paulo (SP)
Previsto no Plano Nacional, currículo único deve ditar 60% do conteúdo em sala; ausência é considerada entrave para avanço
O Ministério da Educação (MEC) pretende concluir até julho a versão preliminar da Base Nacional Comum, que prevê o que os Alunos precisam aprender em cada etapa da Educação básica. O documento ainda passará por consultas públicas, e deve ficar pronto em junho de 2016. Especialistas dizem que a falta do currículo único é um dos entraves para o avanço educacional do País.
Manuel Palácios, secretário de Educação básica do MEC e responsável por coordenar o projeto, disse ao Estado que a perspectiva inicial é de que a base defina 60% do conteúdo. "Queremos deixar um espaço significativo para o desenvolvimento autônomo de redes e Escolas", explicou.
Alguns currículos estrangeiros, como o australiano, ditam até 80% do conteúdo. O restante é a parte diversificada, que permite ajustes à realidade local. É possível dar mais ênfase, por exemplo, à Revolução Farroupilha nas aulas de História em Escolas gaúchas.
A ideia é indicar apenas objetivos de aprendizagem: quais conhecimentos é preciso ter ao fim de cada ciclo. Mas não devem vir apontados no currículo os caminhos que o Professor precisa seguir para chegar a essas metas. Será tarefa da rede, da Escola ou do próprio Docente escolher essas estratégias.
Para construir esse currículo único, a pasta analisou centenas de propostas de Estados e municípios, além de projetos já feitos pelo próprio MEC. Agora, uma equipe de 116 especialistas, dividida em 29 comissões, trabalha na redação preliminar do text
Cada grupo discute um componente curricular da Educação básica - como Arte, Geografia ou Química - e sua especificidade nas quatro etapas: Educação infantil, primeiro e segundo ciclos do Ensino fundamental, além do Ensino médio.
Os grupos têm formação diversa, de especialistas de universidades a Docentes das redes locais. Distribuir a discussão pelo País, defende o secretário, é essencial. "Propor a base é propor um pacto federativo."
Segundo Palácios, a primeira versão deve ficar pronta em julho e será submetida a críticas de entidades especializadas. Depois, o documento passará por consulta pública mais ampla e, no início de 2016, será levado ao Conselho Nacional de Educação, que deve fazer nova rodada de discussão. O Plano Nacional de Educação prevê tudo pronto até junho do ano que vem.
Proposta. Manuel Palácios, secretário de Educação básica do Ministério da Educação: espaço para as EscolasDebate. Denis Mizne, da Fundação Lemann, elogia a proporção de 60% de conteúdo obrigatório. "O Brasil é muito diverso e será fundamental que Estados e municípios possam complementar a base comum com conhecimentos e habilidades que julgarem relevantes para as realidades locais", destaca. O fato de não definir de que maneira ensinar, para ele, preserva os espaços de inovação do Professor em classe.
Já a especialista em Educação Ilona Becskeházy defende que o currículo deveria trazer sugestões de estratégias didáticas. "É fácil dar autonomia para quem é superpreparado. Mas o profissional da Educação brasileira geralmente teve uma formação precária", argumenta.
Para Luiz Carlos Freitas, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o risco é de que o currículo seja feito com foco em avaliações educacionais de larga escala, geralmente direcionadas a Matemática e Português. "Não adianta falar de variadas dimensões da aprendizagem, se depois nos concentramos em duas disciplinas e em algumas habilidades", diz.
Não vamos especificar como ensinar , diz secretário do MEC
Nosso currículo vai definir como ensinar ou só os objetivos de aprendizagem?
A proposta não vai especificar estratégias de Ensino. Nosso entendimento é que, além de trabalhar com a parte diversificada do currículo, as redes devem ser as principais instâncias de discussão sobre estratégias, sequências didáticas, propostas de trabalho. A ideia é de uma base econômica.
Se o documento for muito geral, não haverá dificuldades para que os Professores apliquem?
Temos de avançar para um grau de detalhamento maior do que tínhamos nas propostas anteriores. Os Parâmetros Curriculares Nacionais, por exemplo, já especificavam objetivos. Mas tinham uma natureza muito genérica. Há a intenção de produzir algo que seja capaz de uma comunicação mais efetiva com a prática Docente. Proposta. Manuel Palácios, secretário de Educação básica do Ministério da Educação: espaço para as Escolas
Depois de pronto, como será a implementação do currículo?
Com o arranjo federativo da nossa Educação básica, fica difícil prever uma orquestração uniformizadora. Alguns Estados serão capazes de trabalhar de forma mais intensiva. Em outros, deve ser mais lento, considerando deficiências. O MEC dará apoio a todas as propostas.
fonte: http://educacao.estadao.com.br/