segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Ministro classifica educação brasileira como regular



Nathalia Goulart
Clipping Educacional – VEJA Educação
Fernando Haddad participou de debate nesta de sexta-feira em São Paulo
O ministro da Educação, Fernando Haddad, classificou nesta sexta-feira de regular o nível atual da educação brasileira. “A qualidade é regular”, afirmou o ministro, que em seguida acrescentou: “Mas a situação já foi muito pior. Infelizmente o Brasil acordou tarde para educação.” Haddad está em São Paulo onde participa do 3º Exame Fórum, promovido pela revista Exame, da editora Abril – a mesma que publica VEJA. Nesta manhã, o ministro da Educação participou de um debate em companhia de Gustavo Ioschpe, economista e articulista de VEJA, da pedagoga Maria Helena Guimarães e do empresário Marcelo Odebrecht, presidente da Odebrecht.
Fernando Haddad enumerou o que considera as maiores conquistas do Brasil na área da educação. Entre eles, a construção de uma sólida rede de avaliações que hoje faz parte da rotina no ministério e o avanço do Brasil no Pisa, avaliação internacional coordenada pela OCDE (organização que reúne os países mais desenvolvidos do mundo). De acordo com o resultado divulgado no ano passado, o país apresentou o terceiro maior crescimento já registrado pela OCDE na avaliação. “Em 2000, éramos os últimos do ranking”, lembrou o ministro. Em 2009, o Brasil ocupou a 53ª posição, 12 lugares a frente do último colocado. Para Ioschpe, a comemoração é exagerada. “Se éramos os piores do mundo, não havia como piorar. Mesmo com as melhorias, ainda ocupamos as piores colocações.”
O economista aproveitou para criticar a postura do governo. “O que mais me preocupa hoje não é a baixa qualidade nem o ritmo lento de avanço da educação, mas sim a forma como a política pública está direcionada”, afirmou Ioschpe. Para o especialista, o debate travado em torno da necessidade de aumentar os investimentos na educação é equivocado. “O Brasil vem aumentando extraordinariamente seus gastos na área e isso não tem significado melhoria da qualidade. É preciso melhorar a gestão.” Atualmente, o Brasil investe cerca de 5% de seu Produto Interno Bruto (PIB) em educação. De acordo com o Plano Nacional da Educação (PNE), que tramita no Congresso, esse percentual pode atingir 7% até 2020. Entidades e grupos ligados a educação pedem que esse número seja elevado para 10%.
Enem – Maria Helena Guimarães lembrou o ensino médio como um dos grandes problemas da educação brasileira. Atualmente, menos da metade dos jovens brasileiros concluem essa etapa escolar. A pedagoga criticou também o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “A prova é um desastre. Não possui uma matriz curricular clara porque é resultado de uma negociação do MEC com reitores de diversas universidades”, acrescentou a especialista, referindo-se ao fato de o Enem ter se convertido em um grande vestibular unificado. O ministro Haddad rebateu a crítica, afirmando que se o governo pretende substituir os vestibulares por uma única prova, é preciso negociação. “É preciso, sim, fazer acordos com as universidades. E não tenho dúvidas de que a matriz do Enem é melhor que a e qualquer outro vestibular”.

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