Nathalia
Goulart
Clipping
Educacional – VEJA Educação
Fernando
Haddad participou de debate nesta de sexta-feira em São Paulo
O ministro da
Educação, Fernando Haddad, classificou nesta sexta-feira de regular o nível
atual da educação brasileira. “A qualidade é regular”, afirmou o ministro, que
em seguida acrescentou: “Mas a situação já foi muito pior. Infelizmente o
Brasil acordou tarde para educação.” Haddad está em São Paulo onde participa do
3º Exame Fórum, promovido pela revista Exame, da editora Abril – a mesma que
publica VEJA. Nesta manhã, o ministro da Educação participou de um debate em
companhia de Gustavo Ioschpe, economista e articulista de VEJA, da pedagoga
Maria Helena Guimarães e do empresário Marcelo Odebrecht, presidente da
Odebrecht.
Fernando
Haddad enumerou o que considera as maiores conquistas do Brasil na área da
educação. Entre eles, a construção de uma sólida rede de avaliações que hoje
faz parte da rotina no ministério e o avanço do Brasil no Pisa, avaliação
internacional coordenada pela OCDE (organização que reúne os países mais
desenvolvidos do mundo). De acordo com o resultado divulgado no ano passado, o
país apresentou o terceiro maior crescimento já registrado pela OCDE na
avaliação. “Em 2000, éramos os últimos do ranking”, lembrou o ministro. Em
2009, o Brasil ocupou a 53ª posição, 12 lugares a frente do último colocado.
Para Ioschpe, a comemoração é exagerada. “Se éramos os piores do mundo, não
havia como piorar. Mesmo com as melhorias, ainda ocupamos as piores colocações.”
O economista
aproveitou para criticar a postura do governo. “O que mais me preocupa hoje não
é a baixa qualidade nem o ritmo lento de avanço da educação, mas sim a forma
como a política pública está direcionada”, afirmou Ioschpe. Para o
especialista, o debate travado em torno da necessidade de aumentar os
investimentos na educação é equivocado. “O Brasil vem aumentando
extraordinariamente seus gastos na área e isso não tem significado melhoria da
qualidade. É preciso melhorar a gestão.” Atualmente, o Brasil investe cerca de
5% de seu Produto Interno Bruto (PIB) em educação. De acordo com o Plano
Nacional da Educação (PNE), que tramita no Congresso, esse percentual pode
atingir 7% até 2020. Entidades e grupos ligados a educação pedem que esse
número seja elevado para 10%.
Enem – Maria
Helena Guimarães lembrou o ensino médio como um dos grandes problemas da
educação brasileira. Atualmente, menos da metade dos jovens brasileiros
concluem essa etapa escolar. A pedagoga criticou também o Exame Nacional do
Ensino Médio (Enem). “A prova é um desastre. Não possui uma matriz curricular
clara porque é resultado de uma negociação do MEC com reitores de diversas
universidades”, acrescentou a especialista, referindo-se ao fato de o Enem ter
se convertido em um grande vestibular unificado. O ministro Haddad rebateu a
crítica, afirmando que se o governo pretende substituir os vestibulares por uma
única prova, é preciso negociação. “É preciso, sim, fazer acordos com as
universidades. E não tenho dúvidas de que a matriz do Enem é melhor que a e
qualquer outro vestibular”.
Fonte: http://veja.abril.com.br/
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